Cielo: ações são destaque de alta do Ibovespa, após fechar parceria com o HSBC

Notícia foi bem recebida por analistas, que destacaram a eliminação de possível concorrente e o reforço no canal de vendas

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SÃO PAULO – As ações da Cielo (CIEL3) se destacaram entre as maiores altas do Ibovespa no pregão desta terça-feira (1), refletindo em partes o anúncio de que a empresa fechou parceria com o HSBC, passando a ser a credenciadora preferencial dos clientes do banco. A notícia foi avaliada por diversas equipes de análise do mercado.

Neste pregão, os papéis da Cielo fecharam com valorização de 2,34%, fechando cotados a R$ 15,76. Foi a terceira maior alta do índice paulista, ficando atrás apenas dos papéis ON da TIM Participações (+2,71%) e da Brasil Ecodiesel (+3,61%). Na contramão, o Ibovespa terminou a primeira sessão de junho com queda de 1,91%, estacionando em 61.841 pontos.

Impactos positivos
Para Mariana Taddeo, analista da Link Investimentos, a notícia é positiva para a empresa, “que sai na frente de Redecard (RDCD3) por parcerias com bancos não controladores”, e elimina um possível concorrente, aumentando também a base de estabelecimentos credenciados. A recomendação para a Cielo foi mantida em acima da média do mercado, sendo a empresa a preferida no setor.

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A analista lembra que, dentre os grandes bancos, restam apenas CEF (Caixa Econômica Federal) e Safra para uma eventual parceria no setor de credenciamento. Mariana acredita ainda que a parceria é negativa para a Redecard, que deve perder receita de clientes do HSBC. A recomendação da companhia foi mantida em “em linha com a média do mercado”.

Já a Ativa afirma em relatório que o evento é marginalmente positivo para a Cielo, considerando que não deve haver reflexos significativos para o resultado da companhia no curto prazo, mas que é interessante do ponto de vista estratégico, “podendo ser fonte de fidelização por parte dos establecimentos”. A corretora reiterou recomendação neutra à Cielo, com preço-alvo de R$ 20,26.

Positivo, mas com ressalvas
Apesar de ressalvarem que os termos do acordo ainda não foram divulgados, os analistas da Bradesco Corretora, Carlos Firetti e Rafael Frade, destacaram que a parceria pode pressionar as margens da Cielo uma vez que a empresa pode pagar um bônus por volumes adicionais, o que pode levar a redução no MDR (taxa de desconto comercial) ou aumento nos custos. 

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Ainda assim, os analistas veem o anúncio como positivo para o setor, uma vez que elimina um risco de entrada potencial de outro concorrente, e também para a Cielo, que adiciona um parceiro importante, e reforça o canal de vendas, tendo a seu lado três dos seis principais bancos de varejo do Brasil.

O mesmo ponto do MDR foi levantado por Henrique Caldeira e Roberto Attuch, anailstas do Barclays, que enfatizam a maior competição entre as empresas do setor. Com isso, os bancos poderiam negociar termos melhores com as companhias de cartão, para previnir quedas de market share.

Baseado no número de marcas e presença geográfica do HSBC, a equipe estima que o banco tenha uma base mais forte de clientes da Redecard do que de Cielo atualmente – também pela maior presença da bandeira MasterCard. Assim, o impacto do acordo deve ser de neutro a positivo para a empresa – de 1% a 4% de receitas provenientes de taxas – considerando o potencial de incremento nos volumes. Ainda assim, a recomendação foi mantida em abaixo da média do mercado, com preço-alvo de R$ 17,50.