Ciclo de alta nos preços dos metais deverá ser prolongado, afirma S&P

Desequilíbrio entre oferta e demanda e crescimento econômico global têm sustentado elevado nível de preços no setor

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SÃO PAULO – O crescimento econômico global de 5,4% em 2006 (de acordo com a metodologia do Fundo Monetário Internacional), associado a um incremento da demanda superior ao da oferta, sustenta os preços das commodities metálicas como níquel, aço e minério de ferro em patamares elevados, cenário que a Standard & Poor´s acredita não deverá se alterar tão cedo.

Para a agência de classificação de risco, a combinação de demanda crescente, puxada sobretudo por China e Índia, combinada a uma fraca oferta, tem fortalecido a qualidade do crédito das companhias mineradoras e siderúrgicas em todo o mundo e não há perspectivas desses fundamentos mudarem no futuro muito próximo.

Ciclo de alta prolongado

Ao avaliar o comportamento histórico dos preços dos metais, a S&P descreve o comportamento cíclico dos preços: um momento de alta expressiva, seguido por um período de preços estáveis ou de suave recuo, seguido por outro momento de preços em elevação.

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Segundo a agência, quando o momento é de alta dos preços, esses costumam registrar variação positiva de 50% a 100%, aproximadamente a magnitude registrada desde o final dos anos 90, quando os preços estavam em um período próximo à estabilidade.

O padrão atual de alta nos preços, porém, deverá se manter por um período mais extenso que o usual, afirma a S&P, sustentado pelo robusto crescimento econômico global. Para os analistas, até que a demanda chinesa arrefeça, poderá levar outra década antes que os preços dos metais apresentem um ciclo de longo prazo de preços estáveis.

Conscientização ambiental

Além do desequilíbrio entre a oferta e a demanda por metais e o forte crescimento econômico, a S&P destaca ainda que o aumento da conscientização ambiental e, conseqüentemente, o controle mais apurado sobre o meio-ambiente, tem causado aumento nos custos de produção das commodities metálicas, tanto no que se refere à exploração de novas minas, quanto daquelas já em operação.