Chuvas afetam produção de grãos no Paraná

O feijão foi a cultura de verão mais afetada pelas chuvas, com uma queda na produção 40,2 mil/t até agora

Datagro

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SÃO PAULO – De acordo com estimativa divulgada pelo Departamento de Economia Rural (Deral) do Paraná, a safra de verão deve chegar a 22,1 milhões de toneladas, uma queda de 140 mil toneladas em relação à projeção anterior, de dezembro de 2015, que foi de 22,2 milhões. A retração nos números é explicada pelas fortes chuvas que atingiram o Estado e causaram perdas nas lavouras de soja e de feijão.

Segundo Francisco Simioni, diretor do Deral, ainda é cedo para contabilizar os prejuízos financeiros por conta da chuva. As perdas ocorridas até agora causaram menos danos às lavouras do que as perdas ocorridas em 13/14, quando houve excesso de calor (falta de chuva). “Os levantamentos de fevereiro serão mais efetivos e deverão mostrar com mais clareza as consequências do clima muito chuvoso na primavera e no verão”, afirma Simioni.

O feijão foi a cultura de verão mais afetada pelas chuvas. Carlos Alberto Salvador, engenheiro agrônomo responsável pela análise da cultura avalia os estragos causados pelo clima: “A quebra na produção pelas chuvas está estimada em 40,2 mil/t até agora. Cerca de 71% da área plantada já foi colhida. As chuvas também reduziram significativamente a qualidade de parte da produção esperada para a 1ª safra de feijão”.

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Para a soja, o cenário de perdas é semelhante. De acordo com Marcelo Moreira, chefe de conjuntura do Deral, em relação ao potencial produtivo inicial estimado em 18,2 milhões/t, a quebra é estimada ao redor de 100 mil/toneladas, o que reduz as estimativas atuais para 18,1 milhões/toneladas. Contudo, se esses números forem confirmados a safra atual ainda será 7% superior à produção obtida na safra 2014/15.

As chuvas e a falta de luminosidade (dias mais nublados) foram os fatores que contribuíram para reduzir a qualidade e a produtividade da soja. “As primeiras áreas que foram colhidas (cerca de 7% da área) apresentaram rendimentos menores que os esperados inicialmente, mas ainda é cedo estimar níveis de quebra de produtividade, pois há diferenças regionais”, disse Moreira.

Comercialização – Em relação ao mercado, cerca de 34% da produção de soja já está vendida. Em 2015 esse percentual estava estimado em torno de 12%.

Os preços estão em elevação diante da expectativa ainda incerta da safra do Sul do Brasil, em especial no Paraná, que é o segundo maior produtor nacional, atrás somente do Mato Grosso. O preço médio da saca de soja de 60kg no Paraná no mês de janeiro/16 foi de R$ 70,82/60-kg – (preço médio nominal recebido pelos produtores). Este valor é 112% maior que o custo variável de produção que hoje é estimado em R$ 33,39 por saca. Em janeiro de 2015 o produtor recebeu pela mesma saca R$ 55,75, ou seja, uma valorização nominal de 27%.