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A trajetória de André Bertuzzo ganhou novos contornos após sua participação no programa “O Conselho Trader”, no canal GainCast. Antes da experiência, ele reconhece que operava com excesso de confiança e pouca clareza sobre seus próprios erros. Além disso, afirma que a mudança só aconteceu depois de enfrentar verdades incômodas e revisar profundamente sua rotina de mercado.
Nesse contexto de transformação, André Bertuzzo concedeu uma entrevista ao InfoMoney durante o evento Profit Summit, detalhando como o programa redefiniu sua mentalidade, sua relação com o risco e, principalmente, o propósito que guia suas decisões no mercado financeiro.
Antes e depois do O Conselho Trader
A transformação de Bertuzzo não ocorreu de forma imediata. Pelo contrário, ele explica que o primeiro impacto foi emocional: uma ruptura entre a imagem que acreditava ter de si mesmo e a realidade de seus resultados. A partir disso, revisitou métricas, rotinas e crenças que sustentavam seu operacional.
Além disso, o trader relata que o programa evidenciou padrões comuns entre operadores iniciantes e experientes, especialmente a ilusão de controle sobre o mercado.
“Bom, o Bertuzzo antes do programa era um cara que achava que era o trader da bolsa. O programa sem a menor sombra de dúvidas, foi um divisor de águas, porque foi um choque de realidade”, afirma.
A revisão profunda dos números, segundo ele, trouxe a clareza que faltava para modificar seu comportamento operacional. “O primeiro passo foi auditar todos os meus resultados para entender melhor literalmente o que eu estou fazendo de errado. Feito essa auditoria, meu, aí eu tive um norte”, conclui.
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Especialização como caminho
Com mais consciência sobre suas falhas, Bertuzzo destaca que uma das maiores viradas de chave foi entender a importância da especialização. Ele aponta que muitos traders se perdem tentando replicar analistas experientes, sem ainda dominar um único ativo ou estratégia. Segundo ele, esse comportamento gera frustração e impede o avanço consistente no mercado.
Além disso, o trader reforça que a visão de “extrair do mercado aquilo que ele pode dar” — e não o que o operador deseja — foi determinante para ajustar expectativas. O conceito, para ele, rompe a ilusão de que mais operações ou metas fixas de ganho produzem resultados melhores. “O mercado não tem que dar aquilo que você quer, que você espera. Você tem que saber extrair dele o que ele pode te dar”, observa.
Da mesma forma, ele enfatiza que limitar ganhos com alvos fixos é um erro comum. “No dia que o mercado está a seu favor, você vai colocar alvo? Você vai limitar o quanto você vai ganhar?”, alerta.
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Rotina emocional e propósito claro
Embora a técnica tenha sido aprimorada, Bertuzzo reforça que o maior salto ocorreu no campo emocional. Com acompanhamento semanal da psicanalista Marci Mota, ele revela que passou a entender os gatilhos que o levavam a assumir riscos desnecessários. Além disso, descobriu que seu objetivo real ia muito além de se tornar “um bom trader”.
Segundo ele, compreender a profundidade de suas motivações foi o que estabilizou sua conduta operacional. Criar uma visão que transcende o resultado diário tornou o comportamento mais racional, reduzindo impulsos e prevenindo dias de fúria.
“Eu não quero ser um bom trader, eu quero ser um bom pai. Para eu ser um bom pai para o meu filho, eu preciso ter tempo. E o mercado financeiro vai comprar tempo para mim”, explica.
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Ele acrescenta ainda que o processo exige repetição e introspecção contínuas. “É uma corrida em círculo, sim, até você quebrar ele”, conclui.

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Um programa que tira o trader da zona de conforto
Ao avaliar a experiência no O Conselho Trader, Bertuzzo afirma que a intensidade do processo é justamente o que o torna transformador. Segundo ele, estar diante de cinco profissionais altamente capacitados força o operador a enfrentar seus padrões nocivos. Além disso, ele acredita que mais traders deveriam passar por essa vivência.
Para Bertuzzo, a combinação entre técnica, estratégia e emocional ainda é negligenciada por grande parte dos operadores. Por isso, ele vê o programa como uma ferramenta que acelera o amadurecimento e reduzir comportamentos impulsivos.
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“Quanto mais pessoas puderem ser agraciadas com essa possibilidade, melhor vai ser os números que a gente tem hoje com relação ao varejo e ao day trade no Brasil”, observa.
Apesar do desconforto inicial, ele reforça que a jornada vale a pena. “Não é fácil, mas a recompensa vale muito a pena”, conclui.
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