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Reguladores chineses pediram aos principais executivos da Didi Global (dona da 99) a elaboração de um plano de deslistagem nos Estados Unidos, disseram pessoas a par do assunto, uma medida sem precedentes que novamente coloca foco nos planos do governo de Pequim para o gigantesco setor de tecnologia.
O órgão fiscalizador de tecnologia da China quer que o comando da Didi retire a empresa de aplicativo de transporte da Bolsa de Valores de Nova York por causa da preocupação com o vazamento de dados confidenciais, disseram as pessoas, que falaram sob anonimato.
A Administração do Ciberespaço da China (CAC, na sigla em inglês), a agência responsável pela segurança de dados no país, instruiu a Didi a trabalhar nos detalhes do plano, sujeito à aprovação do governo, disseram.
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As propostas em consideração incluem uma privatização direta ou uma oferta de ações em Hong Kong seguida de um fechamento de capital nos EUA, acrescentaram as pessoas. Se a privatização for em frente, a proposta provavelmente será de pelo menos de US$ 14 por ação, o preço do IPO, já que uma oferta mais baixa logo após a oferta pública inicial de junho poderia gerar processos ou resistência de acionistas, disseram as pessoas.
Se houver uma listagem secundária em Hong Kong, o preço do IPO provavelmente teria um desconto em relação à cotação da ação nos EUA.
As ações do SoftBank Group, maior acionista minoritário de Didi, caíram mais de 5% em Tóquio. Papéis de empresas chinesas de tecnologia, como da Tencent, outro grande investidor da Didi, recuaram em Hong Kong. A ação da Didi despencou 7,5% nos primeiros minutos do pregão de sexta-feira em Nova York, a maior queda intradiária em mais de um mês.
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As deliberações continuam e é possível que os reguladores voltem atrás no pedido, disseram as pessoas. Qualquer opção representaria um golpe para a gigante, cujo IPO foi o maior realizado nos EUA por uma empresa chinesa desde a oferta do Alibaba em 2014. Representantes da Didi e da CAC não responderam a pedidos de comentário.
A Didi provocou a ira do governo de Pequim quando prosseguiu com sua oferta de ações em Nova York em meados do ano, apesar do pedido de reguladores para que garantisse a segurança de dados antes do IPO. Reguladores chineses iniciaram rapidamente múltiplas investigações sobre a empresa e estudaram uma série de penalidades sem precedentes, segundo informado pela Bloomberg News em julho.
A Didi é atualmente controlada pela equipe de gestão do cofundador Cheng Wei e pela presidente Jean Liu, que recebeu poder de voto agregado de 58% após a oferta pública inicial da empresa nos EUA. SoftBank e Uber Technologies são os principais acionistas minoritários da Didi.
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