China não tem pressão para afrouxar política monetária agressivamente

A China não enfrenta um grande risco de uma retomada da inflação em 2013, diz diretor de pesquisa do Banco Central

Reuters

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SANYA – A China não enfrenta um grande risco de uma retomada da inflação em 2013, nem nenhuma grande pressão para afrouxar a política monetária de forma agressiva no próximo ano, afirmou nesta segunda-feira (17) o diretor de pesquisa do Banco Central, Jin Zhongxia.

Por sua vez, o presidente do banco central, Zhou Xiaochuan, mostrou-se cauteloso sobre a liberalização de longo prazo de sua moeda e taxa de juros.

“Eu sinto que não há pressão evidente para o Banco Central adotar uma política de afrouxamento agressiva”, disse à Reuters Zhongxia, diretor do instituto de pesquisa financeira do Banco do Povo da China, durante o intervalo de um fórum em Sanya. “Acho que não veremos uma grande retomada da inflação em 2013”.

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No domingo (16), líderes chineses prometeram manter uma política monetária “prudente” e uma política fiscal pró-ativa em 2013, deixando espaço para manobra frente aos riscos econômicos globais enquanto aprofundam reformas para dar suporte ao crescimento no longo prazo.

O BC cortou as taxas de juros em junho e julho e baixou a taxa de compulsório três vezes desde o final de 2011 para liberar estimados 1,2 trilhão de ienes (190 bilhões de dólares) para empréstimo como parte de um programa de ajuste de política.

Desde então, o BC tem evitado mais medidas agressivas de afrouxamento, optando por injetar dinheiro de curto prazo nos mercados monetários para diminuir as restrições de crédito, uma ação que analistas dizem refletir as preocupações de Pequim com um aumento dos preços dos imóveis e com a inflação ao consumidor.

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O crescimento econômico anual desacelerou para 7,4 por cento no terceiro trimestre, o ritmo mais fraco desde o ápice da crise financeira global no começo de 2009, mas o crescimento tem se recuperado de forma estável desde outubro graças a uma série de políticas pró-crescimento.

A inflação anual acelerou para 2,1 por cento em novembro ante uma mínima de 33 meses de 1,7 por cento em outubro, o que analistas dizem diminuir as chances de mais afrouxamento da política monetária, uma vez que a economia se recupera de forma estável.

Alguns controles ainda são necessários
O presidente do BC, Zhou Xiaochuan, afirmou ao fórum em Sanya nesta segunda-feira que a China está no caminho para tornar gradualmente o iuan totalmente conversível ao longo do tempo, mas alertou que as autoridades podem ter que retomar o controle de capital se surgir uma crise financeira.

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“Não estamos dizendo que teremos 100 por cento de convertibilidade ou nenhuma supervisão regular, mas que vamos nos reservar o direito de monitorar e restringir o fluxo de capital em algumas áreas sensíveis”, disse Zhou.

Isso inclui a luta contra lavagem de dinheiro, evasão fiscal e fluxos especulativos de curto prazo, disse ele.

“Dito isso, nós nos reservamos o direito de implementar medidas especiais para combater problemas sob algumas situações especiais, como em uma crise financeira”, acrescentou Zhou.

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O banco central quer atingir uma convertibilidade “básica” do iuan até 2015. A autoridade monetária diz que já tornou o iuan virtualmente ou potencialmente conversível sobre transações de conta de capital, mas analistas dizem que o BC ainda continua no controle de áreas essenciais, como investimento em portfólio e empréstimos.

Enquanto isso, Wu Xiaoling – ex-vice-presidente do banco central e agora parlamentar – disse no mesmo fórum nesta segunda-feira que há espaço para mais liberalização das taxas de empréstimo bancário em 2013 por meio da diminuição do piso para custos de empréstimo.

Tal ação, seguindo uma liberalização inicial no verão chinês, pode estimular os empréstimos e impulsionar a economia.

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Mas Wu alertou sobre mover-se muito rapidamente na liberalização das taxas de depósito.

“No que se refere às taxas de depósito, nós devemos manter o controle do teto por enquanto.”

O BC liberalizou as taxas de juros com seus cortes em junho e julho para dar aos bancos comerciais mais espaço para estabelecer tanto taxa de empréstimo como de depósito competitivamente.