Cetip rejeita oferta da BM&FBovespa; OPA de small cap, Petrobras e mais 5 notícias no radar

Confira as principais notícias corporativas desta sexta-feira (4)

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – A sexta-feira (4) começa com o mercado ainda atento ao desenrolar da política nacional e o processo aberto para impeachment da presidente Dilma Rousseff. Porém, o noticiário corporativo também segue agitado e o destaque fica com a Cetip (CTIP3), maior central depositária de títulos da América Latina, que informou ainda na noite de ontem que a oferta de compra da empresa de R$ 39,00 por ação feita pela BM&FBovespa (BVMF3) foi rejeitada pelo Conselho de Administração da companhia, que afirmou que ela não representa um valor justo.

Em fato relevante, a Cetip disse que seu Conselho entendeu, em conjunto com assessores financeiros e jurídicos, que a proposta “subavalia os seus negócios, ativos, posição de mercado e perspectivas de crescimento e rentabilidade”.

O presidente do Conselho da Cetip, Edgar da Silva Ramos, encaminhou para o Conselho da BM&FBovespa uma carta informando sobre o entendimento, de acordo com o documento.

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Em 13 de novembro, a BM&FBovespa apresentou proposta de aquisição da Cetip, em uma operação em dinheiro e ações que avaliava a empresa-alvo em cerca de R$ 10 bilhões. Nesta quinta, a ação da Cetip terminou o pregão na bolsa paulista em alta de 1,35%, a R$ 37,50, abaixo, portanto, da oferta apresentada pela BM&FBovespa. Procurados pela Reuters, representantes da BM&FBovespa não puderam ser contatados.

Petrobras
A Justiça da Bahia suspendeu, em liminar concedida na quarta-feira, 2, e publicada nesta quinta-feira, a venda, por R$ 1,9 bilhão, de fatia minoritária da Petrobras (PETR3; PETR4) na sua subsidiária de gás Gaspetro. No mesmo dia, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) tinha aprovado a operação, sem restrições.

O conselho de administração da estatal aprovou a venda de 49% da Gaspetro para a japonesa Mitsui em outubro. A negociação entre as duas companhias foi antecipada em junho pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.

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Essa foi a primeira operação do plano de desinvestimentos da Petrobras a sair do papel – com excesso de dívidas, a venda de ativos é uma das estratégias da petroleira para equilibrar suas contas. A estatal prevê arrecadar R$ 700 milhões com vendas de ativos este ano. Quando anunciou a operação em outubro, a Petrobras informou que o fechamento do acordo estava previsto para este mês.

A liminar foi concedida a pedido do Estado da Bahia, que teme perder espaço no bloco de controle na Bahiagás, empresa da qual a Gaspetro é sócia. O juiz da 5ª Vara de Fazenda Pública da Bahia, Manoel Ricardo Calheiros D’avila, argumenta, na decisão, que a operação “tem evidente potencial para redefinir e a pouco reduzir o poder de controle do Estado da Bahia na Bahiagás”. “É assim justificável o receio do controlador”, diz a decisão do juiz.

Além disso, a Petrobras vai aumentar entre 2,5% e 5% o preço do gás liquefeito de petróleo (GLP) para consumo industrial no Brasil, a partir de sexta-feira, informou nesta quinta-feira o Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo (Sindigás).

Dessa forma, o reajuste será aplicado exclusivamente ao gás que é envasado em embalagens acima de 13 kg, não havendo alteração nos preços dos botijões até 13 quilos, consumido pelo segmento residencial, explicou o sindicato em nota. Como o reajuste de preços é nas refinarias, a alta aos consumidores pode ser diferenciada, dependendo de fatores de mercado, custos, logística e distribuição.

Vale
Uma possível quebra da mineradora Samarco pelas despesas com recuperação ambiental e indenizações depois do rompimento da barragem da empresa no distrito de Bento Ribeiro, em Mariana, retiraria valor entre R$ 4,87 bilhões e R$ 9,74 bilhões da economia de Minas Gerais. O cálculo foi divulgado nesta quinta-feira, 3, pelo governador Fernando Pimentel (PT) e equivale ao montante entre 1% e 2% do Produto Interno Bruto (PIB) de Minas, de R$ 487 bilhões.

Pimentel afirmou ser ainda cedo para fazer projeções sobre o retorno ou não da empresa às atividades. A operação da Samarco em Minas foi suspensa pelo Estado depois do acidente, ocorrido em 5 de novembro. “É desejo de todos, até da comunidade de Mariana, apurada a responsabilidade (do acidente), que a empresa possa voltar a operar dentro de condições de segurança melhores do que as atuais”, disse o governador.

Na segunda-feira, 30, durante reunião da comissão extraordinária da Assembleia criada para apurar as causas da tragédia, que já tem 11 mortes confirmadas, procuradores e promotores levantaram a possibilidade de, em caso de quebra da Samarco, de acionar a Vale (VALE3; VALE5) e a BHP Billiton, donas da empresa, para pagamento de danos pelo rompimento da barragem.

BTG Pactual
O banco BTG Pactual (BBTG11) informou ter celebrado memorando de entendimentos com o Fundo Garantidor de Créditos (FGC) para linha de financiamento de R$ 6 bilhões disponível a partir desta sexta-feira.

Segundo comunicado, o banco também contratará escritórios internacionais de advocacia para conduzir investigação em relação a vários temas que foram reportados no contexto da prisão de seu ex-presidente André Esteves.

Ainda no noticiário da companhia, o leilão de cotas do fundo de investimento imobiliário FII BTG Pactual Corporate Office Fund movimentou R$ 174,2 milhões na Bovespa na quinta-feira, com a colocação de 1.725.005 cotas a R$ 101 cada, de acordo com informações de três profissionais do mercado de renda variável.

A oferta inicial do participante não controlador do fundo era de 1.722.305 cotas, conforme informou a Agência Bovespa na quarta-feira, destacando que seria permitida a livre interferência de compradores e vendedores no leilão.

Tereos
A Tereos Internacional (TERI3) informou nesta sexta-feira que sua controladora indireta Tereos Participations decidiu realizar oferta pública unificada de aquisição de ações (OPA) para cancelamento do registro de companhia aberta da empresa e saída do segmento Novo Mercado da BM&FBovespa.

O preço a ser ofertado será de R$ 65 por ação, ajustado por dividendos, juros sobre capital próprio, bonificações, desdobramentos, grupamentos e conversões, segundo fato relevante divulgado nesta sexta-feira.

Sabesp
O conselho de administração da Sabesp (SBSP3) aprovou a companhia a realizar sua 20ª emissão de debêntures simples, não conversíveis, em série única, com esforços restritos. A companhia pretende captar R$ 500 milhões com a operação.

Segundo resolução definida em reunião do conselho realizada no dia 27 de novembro, e que teve a ata divulgada pela Sabesp nesta quinta-feira (3), serão emitidas 50 mil debêntures, que terão vencimento de quatro anos. A remuneração anual aos acionistas será determinada pelo Certificado de Depósito Interfinanceiro (CDI), mais um prêmio de 3,80%. A amortização será realizada em duas parcelas anuais, no terceiro ano e na data do vencimento final.

De acordo com a Sabesp, os recursos serão direcionados para recomposição de caixa, e refinanciamento de compromissos financeiros que vencem no primeiro trimestre de 2016.

Raia Drogasil
A Raia Drogasil (RADL3) informou que as projeções de aberturas de lojas para os exercícios de 2016 e 2017, são de 165 e 195 aberturas brutas, respectivamente. A companhia diz que as projeções foram elaboradas com base em experiências passadas e consideram: (i) a atual estratégia de expansão; (ii) a capacidade financeira para suportar investimentos; (iii) a capacidade de obter pontos comerciais atraentes com expectativas de retorno adequadas; (iv) a capacidade de implantar novas lojas, incluindo a estrutura de engenharia e a disponibilidade de funcionários qualificados dentro do plano de carreira para operarem tais lojas; (v) e outras possíveis restrições.

“Entendemos que temos controle sobre grande parte destas variáveis. Vale ressaltar que as projeções são estimativas, e que não constituem promessa de desempenho, de modo que poderão ser revistas (positiva ou negativamente)”, disse a companhia em relatório.

Recomendações
A Comgás (CGAS5) foi elevada de manutenção para compra, enquanto a Copasa (CSMG3) foi rebaixada de manutenção para underperform (desempenho abaixo da média), ambos pelo Santander. Já a São Carlos (SCAR3) teve a cobertura reiniciada pelo Itaú BBA com recomendação market perform. Por fim, a Taesa (TAEE11) foi rebaixada de manutenção para underperform pelo Santander.

Com Reuters e Agência Estado

A Justiça da Bahia suspendeu, em liminar concedida na quarta-feira, 2, e publicada nesta quinta-feira, 3, a venda, por R$ 1,9 bilhão, de fatia minoritária da Petrobras na sua subsidiária de gás Gaspetro. No mesmo dia, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) tinha aprovado a operação, sem restrições. 

O conselho de administração da estatal aprovou a venda de 49% da Gaspetro para a japonesa Mitsui em outubro. A negociação entre as duas companhias foi antecipada em junho pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.

Essa foi a primeira operação do plano de desinvestimentos da Petrobras a sair do papel – com excesso de dívidas, a venda de ativos é uma das estratégias da petroleira para equilibrar suas contas. A estatal prevê arrecadar R$ 700 milhões com vendas de ativos este ano. Quando anunciou a operação em outubro, a Petrobras informou que o fechamento do acordo estava previsto para este mês. 

A liminar foi concedida a pedido do Estado da Bahia, que teme perder espaço no bloco de controle na Bahiagás, empresa da qual a Gaspetro é sócia. O juiz da 5ª Vara de Fazenda Pública da Bahia, Manoel Ricardo Calheiros D’avila, argumenta, na decisão, que a operação “tem evidente potencial para redefinir e a pouco reduzir o poder de controle do Estado da Bahia na Bahiagás”. “É assim justificável o receio do controlador”, diz a decisão do juiz.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.