CEO revela fórmula da Irani para driblar alta da Selic e derrubar alavancagem

Em live do InfoMoney, Sergio Ribas destaca que o momento é positivo para os preços das commodities e há forte demanda por papel para embalagens

Renan Crema

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A ligeira queda na procura por papel ondulado nos dois primeiros meses de 2022 não azedou o otimismo da Irani Papel e Embalagem (RANI3) para este ano. O CEO da empresa, Sergio Ribas, segue apostando no fortalecimento do e-commerce e do delivery, que impulsiona a busca por embalagens.

“Houve um consumo de estoque maior por parte dos clientes e uma expectativa de demanda e de crescimento econômico um pouco menor, o que afetou, de alguma forma, o consumo no início do ano. Mas março já está se mostrando um mês mais interessante em termos de pedidos por papel ondulado”, afirmou o executivo em live do InfoMoney.

A live faz parte do projeto Por Dentro dos Resultados, em que o InfoMoney entrevista CEOs e diretores de importantes companhias de capital aberto, no Brasil ou no exterior. Eles falam sobre o balanço do quarto trimestre de 2021 e sobre perspectivas. Para acompanhar todas as entrevistas da série, se inscreva no canal do InfoMoney no YouTube.

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Na esteira da possível retomada do consumo presencial agora com o afrouxamento ainda maior nas restrições sanitárias, consequência do avanço da vacinação contra a Covid- 19 no Brasil, a ponto de cidades começarem a desobrigar o uso de máscaras em locais fechados, Ribas afirmou que tanto empresas do varejo tradicional quanto do online apresentaram maior demanda por papel, o que se observa em todo o setor de embalagens de uma maneira bastante expressiva.

De acordo com ele, a Irani está num momento muito positivo em termos de rentabilidade por conta do avanço nos preços dos produtos. É um reflexo do movimento altista das commodities no mercado internacional frente ao maior risco geopolítico causado pela guerra na Ucrânia.

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Também é um reflexo da disparada no valor das das aparas — que são sobras dos cortes de acabamento de papel e filmes plásticos, incluindo papéis que já foram usados — e da maior demanda por exportação no mercado global de papel para embalagem.

“O mercado de embalagens tem surfado a onda do e-commerce e do delivery de alimentos, e está de olho na tendência de negócios baseada na economia circular, que deve persistir, e na substituição do plástico pelo papel nas embalagens”, acrescentou o CFO da companhia, Carlos Odivan Cargnin.

A estrutura de capital da Irani, diz o diretor financeiro, faz com que ela esteja preparada para passar por períodos de altas nos juros. A relação entre dívida e Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) caiu de 1,07x em 2020 para 0,87x no fim do quarto trimestre de 2021.

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Mesmo no pico da alavancagem, Cargnin afirma que a Irani conseguiu ter um nível mais alto de segurança para fazer investimentos e repassar capital aos acionistas. O próximo pagamento de dividendos da empresa está previsto para 24 de março, num valor total de R$ 15,8 milhões.

A respeito do programa de recompra de ações, o CFO disse que 34% já foi feito. “É uma sinalização ao mercado de que o valor da ação não representa, de fato, o valor intrínseco da Irani no momento”, afirma. Há a possibilidade de concluir 100% do programa de recompra neste ano.

Market share

A empresa mantém sua aposta no crescimento orgânico, baseado em tecnologia e sustentabilidade, para este ano. “Tecnologia é algo que, no nosso mercado, faz toda a diferença. Os investimentos que estamos fazendo na Plataforma Gaia, trarão maior competitividade para a Irani, com redução de custos e ganhos em termos de capacidade ao longo dos próximos ciclos”, disse Ribas.

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Sobre a possibilidade de um movimento de M&A (fusão e aquisição), os executivos não descartaram a possibilidade, mas deixaram claro que esse não é um objetivo da companhia neste momento. “Existem poucas, embora boas, empresas no mercado. Acontece que, neste momento, não valem ser adquiridas, o que não significa que a Irani está de olhos fechados para M&A”, concluiu o CEO.

Eles falaram ainda sobre como a taxa de câmbio influencia o balanço da empresa, sobre como os anos eleitorais tendem a ser bons em termos de demanda por papel, sobre a política de pagamento de dividendos da companhia e sobre o que esperar para a dinâmica de preços no atual cenário. Assista à live completa acima, ou clique aqui.

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