CEO descarta privatizar Petrobras, Fies menor e Ambev de olho em cervejaria; veja mais 13 notícias

Confira os destaques do noticiário corporativo desta segunda-feira (18)

Lara Rizério

Publicidade

SÃO PAULO – Enquanto os mercados têm um dia de cautela repercutindo o cenário internacional após a tentativa de golpe na Turquia, o noticiário corporativo brasileiro é bastante movimentado, com destaque para a entrevista do CEO da Petrobras para a Folha e a Ambev de olho em cervejaria. Veja os destaques desta segunda-feira (18):

Petrobras
O Ministério Público Federal celebrou acordo de leniência com a SBM Offshore, com quitação e isenção total para ações legais durante o período compreendido entre 1996-2012, disse o MPF em comunicado em seu website. O acordo prevê a destinação de US$ 149,2 milhões para a Petrobras (PETR3;PETR4) e a redução de pagamentos contratuais à SBM Offshore de US$ 179 milhões, em dois contratos, nos próximos 14 anos. Pelo acordo celebrado na sexta, a SBM Offshore e a Petrobras retomarão as suas relações normais de negócios e a SBM será convidada a participar das licitações promovidas pela petrolífera, em igualdade de condições com os demais concorrentes, disse o MPF. 

Já em entrevista à Folha de S. Paulo, o presidente da Petrobras Pedro Parente disse  que não haverá “dogmas” na venda de ativos da estatal e admite estudar controle compartilhado com setor privado de algumas subsidiárias, mas descartou a privatização da empresa. 

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

 A venda de participação será feita de acordo com três condições: maximizar valor dos ativos, preservar cia. verticalizada e manter interesses estratégicos. A companhia mantém meta entre US$ 15 bilhões e US$ 16 bilhões de desinvestimento em 2016; falta vender US$ 14,1 bilhões em ativos, disse ele. Parente afirmou que a hemorragia na Petrobras está contida e o nível de endividamento mostra que ainda há problemas complicados. Parente disse que não faz projeção para eventuais perdas com ações nos EUA e que trabalha para ter menor perda possível. 

Vale destacar que o  fundo de pensão dos funcionários da Petrobras (Petros) teve um rombo de R$ 6,7 bilhões em seus investimentos em empresas no ano passado, considerando apenas as maiores perdas, de acordo com o Estadão. O valor representa 11% do total do patrimônio do fundo. Até o fechamento do balanço, que acontece no dia 31, esse valor poderá chegar a R$ 8 bilhões, o que elevará o déficit total da fundação. Isso porque o conselho fiscal questiona a valorização de mais de 300%, ou cerca de R$ 1,1 bilhão, contabilizada como investimento na Eldorado Celulose.

Do total de perdas, dois terços correspondem a fatores como mudanças nas premissas para os cálculos de aposentadorias futuras, contingências judiciais e questões pendentes com a própria estatal. Ao levar em conta a mudança no padrão de idade de cônjuge e filhos, o fundo estimou, por exemplo, um déficit de R$ 5 bilhões. Em relação à Petrobras, o Petros pagou a diferença de níveis salariais entre 2004 e 2006 e o conselho fiscal entende que deve cobrar R$ 2,5 bilhões da estatal.

Continua depois da publicidade

Por fim, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu na sexta-feira (15) aceitar o pedido da Petrobras para atuar como assistente de acusação na ação penal que o deputado federal afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) responde na Corte pelo suposto recebimento de US$ 5 milhões de propina em um contrato de navios-sondas da estatal. Em função do período de recesso no tribunal, a decisão foi assinada pelo juiz Paulo Marcos de Farias, auxiliar do ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Supremo. Segundo Farias, a estatal pode atuar no caso por ter sido vítima do esquema de corrupção. No pedido feito ao Supremo para atuar no caso, os advogados da empresa alegam que Eduardo Cunha “enriqueceu ilegalmente” com valores vindos de Petrobras.

JBS
Destaque para uma notícia do final de semana que pode mexer com as ações da JBS (JBSS3). Segundo informações do G1, o ex-vice-presidente da Caixa Econômica Federal Fábio Cleto afirmou em delação premiada firmada com Ministério Público Federal que um dos donos do grupo J&F – Joesley Batista – deu uma casa de luxo ao doleiro Lúcio Funaro como pagamento de propina por obter benefícios no Fundo de Investimentos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FI-FGTS). Segundo Cleto, a informação foi dada para ele por Alexandre Margotto, sócio de Funaro.  

Em nota enviada no domingo, a assessoria da J&F Investimentos, presidida por Joesley Batista, negou a versão de Cleto e disse que Joesley Batista, por meio de sua holding pessoal, a JJMB, vendeu de maneira legal uma casa a Raquel Pitta, mulher de Lucio Funaro.

Confira a nota: “A J&F rechaça a notícia veiculada pelo site G1 na qual o veiculo, baseado em ilações, leva aos leitores informações que não representam a verdade. O fato, já público, é que Joesley Batista através de sua Holding pessoal a JJMB, vendeu uma casa a Raquel Pitta, mulher de Lucio Funaro. Essa negociação seguiu todos os trâmites legais. O imóvel foi devidamente registrado e sua venda, feita por meio de escritura pública, na qual os valores e comprovantes de pagamentos estão todos registrados e discriminados, conforme determina a legislação. A J&F e Joesley Batista reforçam que não negociaram ou determinaram representante para obter qualquer tipo de vantagem e se mantém à disposição dos órgãos competentes para esclarecimentos. A empresa ressalta ainda que não foi procurada anteriormente pelo G1 para exercer o direito de comentar e restabelecer a verdade dos fatos”. 

Eletrobras
Segundo o jornal Valor Econômico, o governo estuda indicar o nome da secretária do Tesouro Nacional, Ana Paula Vescovi, para uma das vagas para o conselho de administração da Eletrobras (ELET3;ELET6), cuja eleição vai ocorrer em assembleia de acionistas, na próxima sexta-feira, segundo uma fonte com conhecimento do assunto. O Valor apurou que o governo também deve indicar o ex-presidente da estatal José Luiz Alquéres para a presidência do colegiado. A ideia anterior era indicar o consultor Vicente Falconi para o cargo, mas eledeve ser indicado apenas para uma das vagas do conselho.

Ainda no setor elétrico, o governo deve vender concessão das distribuidoras de energia de Alagoas e do Piauí depois do leilão da Celg-D, marcado para agosto, diz Fernando Bezerra Coelho Filho, ministro de Minas e Energia, ao G1.

3)A Ceal e Cepisa são as menos complicadas, de acordo com o ministro. O governo também pretende conceder à iniciativa privada distribuidoras que atendem Acre, Rondônia e Roraima. Existe um grupo trabalhando em um cronograma de leilões, disse ele. Foram mapeadas 179 Sociedades de Propósito Específico com participação da Eletrobras que podem ser vendidas por até R$ 20 bilhões. O ministro não descarta possibilidade de vender parte da fatia da Eletrobras na hidrelétrica de Belo Monte.

 Ambev
Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, cinco anos após comprar a Schincariol, o grupo japonês Kirin vê seus ativos no Brasil virarem alvo de grandes cervejarias internacionais – entre elas Heineken, Ambev (ABEV3) e Carlsberg. Desde que assumiu o grupo, por mais de R$ 6 bilhões, a Kirin viu sua posição se enfraquecer; hoje, sua capacidade instalada é bem maior do que suas vendas. Entre as opções estão a venda total dos ativos ou um “fatiamento”, disseram fontes ao jornal.

 Para a Ambev, a alternativa seria adquirir, por um preço baixo, as fábricas da Kirin para vendê-las posteriormente, com a meta de proteger sua posição de domínio de dois terços do setor. Procuradas, Heineken, Carlsberg e Ambev não comentaram. Em nota, a Kirin “nega toda e qualquer especulação sobre sua posição estratégica”.

Vale
A Samarco, joint venture entre a Vale (VALE3;VALE5) e BHP Billiton foi rebaixada de CCC para C pela Fitch. O rebaixamento deve-se à mudança de opinião da Fitch sobre o cronograma de retomada de operações da Samarco, disse a agência em relatório. “O clima político em torno da Samarco e sua incapacidade de avançar na obtenção das licenças para retorno das operações devem impedir a retomada até o segundo semestre de 2017. A companhia precisa gerar renda para capaz de cumprir acordos de reparação paralelamente às obrigações financeiras. O atraso em curso resultará em provável esgotamento de caixa durante o segundo semestre”, afirma. A Fitch acreditava que as atividades seriam retomadas durante o primeiro semestre do ano que vem; agora, para que a recuperação dos títulos da Samarco ocorra, a Samarco terá de retormar operações no nível de 50% ou mais da sua capacidade atual.

Light
O consumo médio de energia na área atendida pela Light (LIGT3) cresceu 0,6% no segundo trimestre em relação ao mesmo período do ano passado, para 6.486 Gigawatts hora, informou a companhia na sexta-feira.

No segmento cativo, o aumento foi de 2,05%, para 5.227 gigawatts hora, enquanto no mercado livre houve queda de 5,05%, para 1.259 gigawatts hora, informou a companhia nos resultados sobre sua área de distribuição.

Em geração, a Light teve geração líquida de 763 gigawatts hora no trimestre, alta de 3,6% sobre um ano antes. A comercialização de energia foi de 1.460 gigawatts hora entre abril e junho, avanço de 15,8% sobre igual período de 2015.

Embraer
Segundo a coluna do jornalista Lauro Jardim, do jornal O Globo, um executivo da Embraer (EMBR3) fez um acordo de delação premiada no caso em que a empresa é acusada ter ter pago propinas de U$ 3,4 milhões às autoridades da República Dominicana para conseguir um contrato de venda de oito aviões militares.

Educacionais
De acordo com o jornal O Globo, grupos estrangeiros avançam em negociações para a compra de universidades brasileiras. A publicação confirma que três grupos revelaram seus planos estratégicos. Uma delas é a gestora americana de private equity Advent, que estaria em diligência para fechar a compra de duas empresas regionais de ensino superior.

Outro interessado neste segmento é o grupo alemão Bertelsmann, que está buscando universidades de gestão familiar. Além disso, o jornal cita a saída da gestora britânica Actis do capital do Grupo Cruzeiro do Sul. A Actis detém 40% da instituição brasileira e já contratou o banco Morgan Stanley para intermediar a venda. Por outro lado, a Actis estaria negociando a aquisição de outros ativos para manter-se no setor de educação.

Ainda sobre educacionais, o MEC autorizou a criação de mais 114 cursos superiores. Entre as instituições favorecidas pela autorização estão Anhanguera, Ser Educacional (SEER3) e Kroton (KROT3). O ministério também renovou reconhecimento de 82 cursos. 

Por fim, de acordo com a coluna Painel, da Folha de S. Paulo, está em gestação no governo a reforma do Fies, que deve envolver uma mudança ampla nos critérios de seleção dos estudantes que terão direito ao crédito para cursar a faculdade. A ideia, em análise no MEC, é que a União subsidie a formação de profissionais considerados “em falta” no mercado ou de setores “estratégicos” e a reciclagem de professores também deve ter prioridade. Haverá restrição ainda maior dos gastos da União com os financiamentos, o que, na prática, desidratará o programa. As mudanças começarão a ser divulgadas após o impeachment.

Banco do Brasil
O Banco do Brasil (BBAS3) voltou a considerar a venda de ativos como uma alternativa para reforçar o seu capital e postergar uma eventual capitalização, apurou o Broadcast, serviço notícias em tempo real do Grupo Estado. Dentre as áreas que podem ter um novo sócio estão a de cartões e a de administração de recursos de terceiros, conforme fonte. O banco ainda não teria, porém, batido o martelo quanto ao formato da operação, se por meio de uma abertura de capital, como fez com seguros, ou via joint venture, como almeja a Caixa Econômica Federal.

Desta vez, contudo, a ideia do BB é vender uma fatia bem menor do que a da oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) da área de seguros, de acordo com a fonte a par das negociações. Na mesa, estuda-se algo entre 5% e no máximo 10%, segundo a mesma fonte. Quando abriu capital, a BB Seguridade, que concentra os negócios de seguros, previdência e capitalização do BB, vendeu 33,75% de suas ações.

“Do contrário, você vende todo o seu fluxo de caixa futuro, o que vai atrapalhar a geração de seus resultados. Todos os bancos têm diversas áreas (que seriam atrativas para venda como forma de captar recursos)”, diz um executivo.

A venda de ativos dos bancos públicos faz parte do que o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, definiu ao Broadcast como “plano B” para reforçar o caixa e entregar resultados melhores em 2017. Segundo ele, o governo tem mapeado privatizações, concessões, outorgas, securitizações e ainda a venda de ações de empresas do portfólio do braço de investimentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, a BNDESPar. Embora fontes próximas ao banco garantam a informação, oficialmente o BB nega. Por meio de nota, o vice-presidente de gestão financeira e relações com investidores, José Maurício Pereira Coelho, afirmou que o banco não cogita vender fatias nas duas áreas. O Principal Financial Group não deu retorno o pedido de entrevista pelo Broadcast.

Usiminas
A Usiminas (USIM5) confirmou na sexta-feira, 15, por meio de Fato Relevante, a prorrogação do acordo que suspende a exigibilidade das obrigações de pagamento do montante principal e de cumprimento de índices financeiros, ou acordo de standstill. O termo agora vale até o dia 12 de setembro.

Segundo a Usiminas, a prorrogação serve “para que haja tempo hábil para a conclusão da negociação em andamento sobre a documentação definitiva de renegociação das dívidas perante os credores signatários do Acordo de Standstill e para a aprovação da documentação definitiva pelos comitês internos dos credores”. O acordo prevê a obrigação da homologação do aumento de capital de R$ 1 bilhão da siderúrgica até o dia 22 de julho. Na semana passada, a Usiminas informou que todos os 200 milhões de ações da operação foram subscritas. Um dos principais credores da Usiminas, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) confirmou ontem a prorrogação e informou que nesse período a siderúrgica mineira deve apresentar resultados em relação à sua reestruturação financeira. 

“O conjunto de bancos credores da Usiminas, do qual o BNDES faz parte, tomou a decisão conjunta de conceder mais 60 dias de standstill para a empresa”.

PDG
De acordo com o Valor, a PDG Realty (PDGR3) conseguiu prorrogar o vencimento da sua dívida com o Banco Votorantim por quatro anos. Os juros serão aferidos, durante o período, mas também pagos somente em 2020. Trata-se do mesmo prazo obtido pela companhia, em maio, com o Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Bradesco e Itaú Unibanco – no plano de reestruturação de 60% da sua dívida, informa o jornal. 

Tecnosolo
A Tecnosolo (TCNO4) esclareceu em fato relevante que não tem interesse em construir o velódromo olímpico no Rio de Janeiro. “Esclarecemos que, dado à proximidade da realização das Olimpíadas, não há mais interesse, por parte da Tecnosolo, em pleitear a retomada da execução da parte final da Obra de Construção do Velódromo Olímpico e que, portanto, não recorrerá judicialmente para este propósito”, disse a companhia.

BR Malls
A companhia de shopping BR Malls (BRML3) informou que a Schroder Investment Management Brasil Ltda. aumentou sua participação para 5,08%, o que representa 30.822.965 ações ordinárias.

Banrisul
A agência de classificação de risco Moody’s colorou o rating do Banrisul (BRSR6) em revisão para um possível novo rebaixamento.

Unipar 
A Unipar (UNIP6) disse que está em diálogo com a Comisión Nacional de Valores (CNV) para compreender os fundamentos que embasaram decisão de ontem, de rejeitar oferta pela Solvay-Indupa, segundo comunicado ao mercado. A empresa terá 30 dias para eventualmente adequar os termos da OPA. A Unipar teve oferta pela Solvay-Indupa rejeitada pelo órgão regulador argentino ontem.

(Com Bloomberg e Agência Estado)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.