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O diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou nesta quinta-feira (8) que, em sua opinião, o cenário atual é “desconfortável” para o objetivo da autoridade monetária de alcançar a meta de inflação de 3%.
Em evento promovido pela Confederação Brasileira das Cooperativas de Crédito, Galípolo destacou que a projeção do IPCA até o primeiro trimestre de 2026, de 3,2%, é claramente tratada pelo Copom como acima da meta.
“Ele é assimétrico não só porque temos mais itens de risco para alta de inflação, três (fatores de alta) contra dois de risco de baixa, mas também por tudo que tem sido comunicado pelos integrantes do Copom e tudo que tem sido feito pelo Copom”, disse, citando preocupações da autarquia com mercado de trabalho apertado e cenário externo incerto.
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Em sua opinião, o cenário atual é “desconfortável” para o objetivo da autoridade monetária de alcançar a meta de inflação de 3%.
Galípolo destacou que a projeção do IPCA até o primeiro trimestre de 2026, de 3,2%, é claramente tratada pelo Copom como acima da meta.
O diretor citou incerteza sobre os juros nos Estados Unidos e a atividade na China, além da elevação dos juros no Japão, cenário que tem provocado volatilidade acima do normal nos mercados, segundo ele, o que faz as informações econômicas “ficarem velhas rapidamente”.
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Nesse ambiente de elevada incerteza, ele afirmou que os diretores do BC estão “totalmente dependentes de dados” para a tomada de decisões, sem que seja possível dar qualquer sinalização do que será feito nas próximas reuniões do Copom.
Galípolo destacou que a projeção do IPCA para o primeiro trimestre de 2026, de 3,2%, é claramente tratada pelo Copom em sua comunicação como acima da meta, o que representa um sinal em relação a outros momentos nos quais o BC chegou a tratar projeções próximas de 3% como “em torno” da meta.
Em sua opinião, o cenário atual é “desconfortável” para o objetivo da autoridade monetária de alcançar o alvo para a inflação, de 3% neste e nos próximos anos.
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Na apresentação, ele destacou que é sabido o impacto da taxa de câmbio sobre a inflação e as expectativas de mercado, reforçando a mensagem do Copom ao dizer que seria um equívoco estabelecer qualquer relação mecânica entre o patamar do dólar e política monetária.
O diretor ainda afirmou que as comunicações recentes do BC buscaram dirimir dúvidas que vinham sendo apresentadas por agentes de mercado.
“Muitas vezes eu assisto um receio, uma dúvida, para usar o linguajar que eu escuto, de que os diretores indicados pela gestão do presidente Lula não poderiam votar pela elevação da taxa de juros”, disse.
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“Não faz muito sentido imaginar que você vai passar quatro anos sem poder fazer algo nesse sentido. Está muito claro, ao colocar na ata ‘de maneira unânime’, que todos os diretores estão dispostos a fazer aquilo que for necessário para perseguir a meta.”
Galípolo disse também que o governo Lula decidiu manter a meta de inflação em 3%, ressaltando que o presidente reforçou nesta quinta a preocupação que tem com o efeito da inflação na vida do trabalhador.