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SÃO PAULO – As ações das companhias do setor de concessão rodoviária tiveram fortes perdas nesta segunda-feira (24), em um dia também negativo para o Ibovespa, após o governo de São Paulo suspender o reajuste de pedágio nas rodovias do estado.
Os ativos da Arteris (ARTR3) registraram forte queda de 3,46%, a R$ 18,15 enquanto os papéis da CCR (CCRO3) tiveram queda de 3,33%, a R$ 16,25. Na mínima do dia, os papéis chegaram a cair 8,46% e 8,09%, respectivamente.
Conforme destacou na véspera, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, afirmou que não há definição sobre os reajustes cobrados nas rodovias privatizadas em São Paulo. O aumento deveria ser aplicado no dia 1º, mas o governo afirmou que continua negociando com as concessionárias se haverá ou não reajuste.
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A série de protestos deve provocar pelo menos um adiamento nos reajustes tarifários. O governo chegou a fechar acordo com as principais concessionárias sobre a necessidade da diminuição de preços, mas nada havia sido colocado no papel. “Somado a um cenário de crescimento menor, os papéis registram perspectivas menos positivas de alta”, destaca o estrategista da FuturaInvest, Luis Gustavo Pereira.
Esta suspensão ocorre em um momento já crítico para as empresas de concessões. De acordo com informações do jornal “Folha de S. Paulo”, as sete concessões rodoviárias federais entregues à iniciativa privada em 2007 fizeram apenas 12% do que seria feito nas obras de duplicação nos 2.600 quilômetros de estradas federais sob sua responsabilidade.
A Arteris, responsável pela Régis Bittencourt e que comprou cinco das sete concessões no ano passado da espanhola OHL, afirmou que gastou R$ 4,1 bilhões em rodovias.
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Conforme destaca a equipe de análise da XP Investimentos, enquanto matérias referentes ao cumprimento de cronograma de obras forem destaque na mídia, a expectativa é de que o ruído nas ações das empresas como a Arteris deva continuar.
A Arteris não cumpriu o seu cronograma de investimentos, principalmente nas concessões federais, trazendo à tona uma política mais rígida da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres). “De toda forma, acreditamos que o atraso nas obras são resultantes de um conjunto de fatores, indo de uma má elaboração de projetos – feitos pelas autoridades políticas locais – até certa morosidade das próprias companhia”, apontam os analistas.