Casas Bahia (BHIA3) antecipa plano de conversão de R$ 1,5 bi em debêntures para ações

Medida tem como objetivo reduzir pela metade a alavancagem financeira da varejista

Felipe Moreira

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Loja Casas Bahia inaugurada no Shopping Aricanduva, em São Paulo (Foto: Divulgação)
Loja Casas Bahia inaugurada no Shopping Aricanduva, em São Paulo (Foto: Divulgação)

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O Grupo Casas Bahia (BHIA3) anunciou nesta quinta-feira (5) a estruturação de um plano complementar voltado à otimização de sua estrutura de capital e reestruturação de parcela relevante de suas dívidas financeiras.

A Casas Bahia e os detentores de cerca de 99,99% das debêntures da 2ª série, que somam R$ 1,566 bilhão, pretendem antecipar o período de conversão dos títulos em ações ordinárias da companhia. A medida tem como objetivo reduzir pela metade a alavancagem financeira. Com a mudança, a conversão poderá ocorrer já a partir deste mês.

A companhia também planeja o reperfilamento das debêntures da 1ª série, no valor de R$ 1,67 bilhão. A proposta inclui o adiamento do primeiro pagamento de juros, que passaria de novembro de 2026 para novembro de 2027, além da reformulação do cronograma de amortização do principal.

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Pelo novo modelo, a primeira parcela, prevista originalmente para novembro de 2026 com amortização de 10% do saldo, deixaria de existir. A segunda parcela, em novembro de 2027, teria sua amortização ampliada de 11,11% para 20%. A terceira, mantida para novembro de 2028, continuaria com amortização de 25%, e a última, em novembro de 2029, segue com o pagamento integral do valor restante.

Casas Bahia: Fator de conversão e diluição

O preço por nova ação, em caso de conversão das debêntures da 2ª série, será equivalente ao preço médio ponderado por volume (VWAP) das ações nos últimos 90 dias de negociação anteriores à data efetiva de conversão, multiplicado por 80%.

Somente para fins de referência, caso a antecipação da janela de conversão fosse aprovada nesta data e ocorresse a conversão integral das debêntures da 2ª série, seriam emitidas 328.952.885 novas ações, o que representaria 77,58% do capital social total da companhia.

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A expectativa é de que a conversão integral tenha impacto positivo na estrutura de capital da empresa. A dívida bruta, que atualmente soma R$ 5,84 bilhões, cairia para R$ 4,27 bilhões, com a exclusão do saldo da 2ª série (R$ 1,57 bilhão). A dívida líquida, considerando fornecedores de convênio e saldo de CDCI, recuaria de R$ 3,37 bilhões para R$ 1,81 bilhão. Já o patrimônio líquido aumentaria de R$ 2,09 bilhões para R$ 3,66 bilhões.

Com isso, o índice de alavancagem (dívida líquida sobre o total do capital, considerando patrimônio e dívida líquida) cairia de 61,8% para 33,1%, enquanto a relação entre dívida líquida e EBITDA ajustado dos últimos 12 meses recuaria de 1,6 vez para 0,8 vez.

Lock-up

No contexto da antecipação da janela de conversão das debêntures da 2ª série, espera-se que qualquer venda das novas ações siga o cronograma de lock-up, uma trava que limita a venda dos papéis para evitar pressão sobre o preço.

Segundo o planejamento, será liberada a venda de 10% das ações na primeira etapa; 15% no primeiro trimestre após a conversão; mais 15% no segundo trimestre; 20% no terceiro trimestre; 30% no quarto trimestre; e os 10% restantes no 16º mês após a conversão.