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As ações da Camil (CAML3) têm enfrentado um ano de desempenho “morno”, com uma queda acumulada de 4,5% em 2024, refletindo as condições desafiadoras do mercado e a falta de liquidez das ações. Mas apesar desse cenário, a empresa está se posicionando estrategicamente para melhorar sua performance no futuro, com vários fatores positivos que merecem atenção dos investidores, segundo relatório da XP Investimentos.
Em uma recente reunião com investidores e o CEO da companhia, Luciano Quartiero, analistas da corretora observaram uma postura otimista e uma estratégia sólida de desalavancagem. De acordo com eles, a Camil está se concentra em reduzir sua alavancagem, o que é considerado um movimento prudente diante das perspectivas de possíveis aumentos nas taxas de juros.
No último trimestre, a companhia reportou uma relação ND/Ebitda (dívida líquida sobre lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de 3,5 vezes, mas analistas projetam que esse índice pode melhorar para 2,8 vezes até fevereiro de 2025, apesar dos desafios impostos pela taxa Selic, atualmente em 11,25%, que afeta diretamente a maior parte da dívida da empresa.
Foco na desalavancagem e crescimento sustentável
Embora fusões e aquisições (M&As) ainda façam parte da estratégia de crescimento de longo prazo da Camil, a XP também observou que houve um reforço do CEO de que o foco atual está na desalavancagem. A companhia diz que pretende ser extremamente seletiva em futuras aquisições, priorizando aquelas que são essenciais para sua estratégia ou que apresentem valuations atrativos, como foi o caso da recente aquisição no Paraguai.
Além disso, os estrategistas pontuam que a Camil está apostando na expansão de suas margens por meio do crescimento em novas categorias, como café, biscoitos e massas, que já operam a uma capacidade de 50-60%. Esses segmentos de maior valor agregado, aponta o relatório da corretora, apresentam um potencial porque seus preços médios são cerca de duas vezes superiores aos de segmentos de alto volume, como o arroz.
A XP analisa que a companhia acredita que o crescimento dessas categorias pode resultar em margens mais potentes no futuro, com destaque para o café e os biscoitos, que têm margem de um dígito baixo a médio e poderiam atingir margens de dois dígitos à medida que escalarem.
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Outro ponto positivo para a Camil, segundo a corretora, é o potencial de crescimento na América do Sul, onde a companhia está se expandindo e solidificando sua presença. Além disso, embora o negócio de açúcar tenha enfrentado desafios devido à competitividade do mercado, há uma expectativa de recuperação nas margens, o que pode resultar em um ganho significativo para o Ebitda da empresa, estimado em aproximadamente 120 bps (pontos-base).