Camil (CAML3) assume controle da Café Bom Dia e da Agro Coffee por R$ 63 mi; analistas veem “avenida de crescimento”

O Itaú BBA aponta ver este negócio como estratégico, já que a Camil passará a ter acesso aos ativos de produção do segmento

Lara Rizério

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A Camil (CAML3) celebrou contrato de investimento com a Café Bom Dia e com a Agro Coffee, ambas em recuperação judicial, que prevê o ingresso da Camil como nova acionista controladora e o aumento do capital social das Sociedades.

Como resultado da operação, a Camil alcançará a participação de 97,71% do capital social da Café Bom Dia, mediante a integralização de aproximadamente R$ 62 milhões em aumento de capital dessa sociedade. E alcançará a participação de 90,33% do capital social da Agro Coffee, mediante a integralização de aproximadamente R$ 1 milhão em aumento de capital dessa sociedade.

A Café Bom Dia atua no segmento de café desde 1895, detendo hoje as marcas Bom Dia e Sul de Minas. A planta industrial fica localizada em Varginha (MG), tendo uma capacidade produtiva de aproximadamente 40 mil toneladas por ano, e permitirá a operacionalização da empresa com as marcas Seleto e União (açúcar). A Agro Coffee, por sua vez, atua com o comércio, importação e exportação de café.

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“A aquisição abre uma avenida importante para a Camil no segmento de café, que agora consegue operacionalizar a marca Seleta, vale ressaltar que a companhia ainda não havia definido como iria começar a operar com a nova marca. Além disso, a compra da Café Bom Dia traz uma expertise de uma empresa que atua há 120 anos no setor, algo muito relevante, mesmo que a companhia se encontre em recuperação judicial”, avalia a Levante Ideias de Investimentos.

Os analistas da casa de research destacam ainda que o Brasil é o segundo maior mercado consumidor de café do mundo, tendo um consumo per capita em 2020 de 4,8 kg e movimentando R$ 10,3 bilhões por ano. O setor é muito
pulverizado, com 82% composto por pequenas e microempresas.

Além disso, avaliam, a Agro Coffee, que atualmente é uma companhia pequena, ao ser incorporada em uma gigante como a Camil, tem a possibilidade de escalar sua operação rapidamente, juntando a expertise da Camil de operar com commodities e das marcas de café, que lidam com o próprio produto.

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O Itaú BBA aponta ver este negócio como estratégico, já que a Camil passará a ter acesso aos ativos de produção do segmento.

“Nossa primeira impressão é que a aquisição será acretiva, já que a Camil complementa sua entrada em uma nova categoria de valor agregado com a adição de uma planta industrial à sua unidade de negócios de café. (…) Acreditamos que esta aquisição pode abrir uma nova avenida de crescimento para a empresa, visto que a aquisição de ativos de produção tem sido a peça que faltava para permitir a expansão de sua presença nesse mercado”, apontam os analistas.

A expectativa da empresa é atingir R$ 1 bilhão em receitas nessa categoria nos próximos 18 meses, o que pode adicionar 10% às estimativas do BBA para a receita da empresa em 2023. “Não temos nenhum resultado de café embutido em nossas estimativas e ter mais visibilidade sobre o desenvolvimento desta categoria poderia trazer uma fonte de receita adicional para nosso modelo”, avaliam. Eles possuem recomendação marketperform (desempenho em linha com a média do mercado) para ações da Camil, com preço-alvo de R$ 11,00.

Às 10h40 (horário de Brasília) desta quinta-feira (16), os ativos CAML3 subiam 1,81%, a R$ 10,12.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.