Após encostar em R$ 3,90, dólar tem primeira queda em 5 pregões com ajuste pós-BCE e Payroll

Após iniciar o dia em forte oscilação, moeda norte-americana acelera perdas contra o real seguindo cenário visto contra outras moedas globais

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Após encostar na marca dos R$ 3,90, o dólar caminha para sua primeira queda após quatro altas seguidas em meio a um cenário agitado pelo noticiário externo e também pelas incertezas da reforma da Previdência. Às 12h56 (horário de Brasília), a moeda tinha queda de 0,70%, cotada a R$ 3,8574 na venda.

A dólar recua seguindo o que ocorre contra outras das principais moedas do mundo após a divulgação do relatório de emprego dos Estados Unidos, que mostrou a pior criação de vagas em 17 meses, com apenas 20 mil vagas de trabalho. A expectativa dos analistas era de criação de 180 mil empregos.

Favorece também a queda da moeda norte-americana por aqui um cenário de ajuste diante da arrancada da última semana, combinada com um movimento forte na véspera após a fala do presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, que na véspera anunciou uma nova rodada de empréstimos para aumentar os empréstimos nos bancos da zona do euro e, assim, estimular a economia real.

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Draghi também disse que as taxas de juros continuarão nos níveis atuais pelo menos até o final do ano. O BCE também reduziu sua previsão de crescimento para a zona do euro de 1,7% para 1,1% para este ano. A fala fez o euro cair forte no mundo todo e ajudou a impulsionar o dólar contra a maioria das moedas globais.

Em entrevista para a Bloomberg, Juan Prada, estrategista de câmbio do Barclays, explica que desde o BCE na véspera, a preocupação tem sido a desaceleração do crescimento global e o Payroll de hoje aumenta esta tensão.

“Para mercados emergentes, isso traria fraqueza para suas moedas frente ao dólar, por causa da aversão ao risco. Mas como esses dados de agora foram ruins para os EUA, em termos gerais, o dólar tende a enfraquecer”, explica.

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Em relatório, o diretor da Wagner Investimentos, José Faria Júnior, aponta que, neste momento, o range do dólar está entre R$ 3,80 e R$ 3,95. “Nosso maior temor no momento é uma piora externa que faça o S&P ser negociado abaixo de 2.700 pontos”, afirma. Neste momento, o índice está na casa de 2.730 pontos.

Já Sidnei Moura Nehme, diretor executivo da NGO, não há motivos que sustentem este estresse pelo qual passa o mercado de câmbio. Para ele, a tendência é que o dólar volte em breve para o nível de R$ 3,75, “com discreta volatilidade”, enquanto o Ibovespa deve rondar a casa dos 98 mil pontos.

“Isto até que se tenha um melhor diagnóstico sobre as perspectivas para a Reforma da Previdência, e isto poderá ocorrer somente em maio, e os investidores estrangeiros decidirem deslocar suas aplicações para a Bovespa”, explica.

Em geral, a alta recente parece passageira. Após quase um mês de pouca oscilação, o dólar superou com força a marca de R$ 3,80 seguindo uma tendência externa. Os próximos dias serão decisivos para marcar se o estresse irá permanecer ou os investidores seguirão a cautela enquanto ocorrem as negociações da Previdência.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.