Dólar ganha força no fim do pregão e dispara mais de 3%, para R$ 4,11

Mercado de câmbio e juros voltam a ter forte alta com tensão política no radar e semana de agenda recheada

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Após abrir em alta e chegar a amenizar os ganhos, o dólar comercial dispara mais uma vez nesta segunda-feira (28) recuperando do pequeno alívio nos dois últimos pregões. Acima dos R$ 4,00 durante praticamente toda a sessão, a moeda norte-americana fechou cotada a R$ 4,1075 na compra e R$ 4,1095 na venda, com alta de 3,37%, na máxima do dia.

A disparada no fim do pregão coincidiu com a fala do diretor-executivo da Fitch, Rafael Guedes, que afirmou que uma mudança de rating do Brasil pode ocorrer a qualquer momento. No entanto, ele disse que a agência não costuma cortar a nota de risco de um País em mais de um degrau de cada vez. Lembrando que ao contrário de Moody’s e S&P, a Fitch ainda mantém o Brasil dois níveis acima do grau de investimento.

“O cenário atual não é suficiente para manter o rating do Brasil”, disse. Segundo ele, o governo não sabe como conseguir cooperação do Congresso, já que na sua avaliação, as medidas anunciadas no recente “pacotão” do ajuste fiscal não são difíceis de passar, mas o Congresso dificulta.

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Investidores seguem cautelosos após a forte volatilidade dos últimos dias e diante de uma agenda recheada nesta semana, incluindo os dados de relatório de emprego nos Estados Unidos na sexta-feira (2). Apesar da nova alta, o Banco Central não anunciou nenhuma atuação adicional no mercado, depois de ter atuado por meio de leilões extras de swap cambial e de linha de dólar com compromisso de recompra nos últimos três pregões.

Enquanto isso, os juros futuros também tinham forte alta, com os investidores recompondo os prêmios de riscos frente às incertezas em relação ao ajuste fiscal e no ambiente político. Hoje, no leilão de compra e venda de NTN-F, o Tesouro não aceitou nenhuma proposta. O DI para janeiro de 2016 subia de 14,63% para 14,8%, enquanto o contrato de janeiro de 2017 avançava de 15,59% para 15,97% e o de janeiro de 2021 subia de 15,73% para 16,03%.

Mais cedo, o Tesouro informou que a Dívida Pública Federal registrou uma alta de 3,16% de julho para agosto, somando R$ 2,686 trilhões. Pelas metas do Plano Anual de Financiamento, alteradas no mês passado, o endividamento deve oscilar entre R$ 2,65 trilhões e R$ 2,8 trilhões em 2015. Já a Dívida Pública Mobiliária Interna, o estoque foi ampliado em 3,1%, para R$ 2,551 trilhões em agosto, enquanto a Dívida Federal Externa passou para R$ 134,32 bilhões, o que representa um aumento de 4,35% na comparação com julho.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.