Dólar registra terceira alta seguida e fecha na máxima desde 1º de julho de 2010

Redução de projeções do FMI para economia mundial aumenta aversão ao risco; BC não realiza leilões de compra de dólares

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – O dólar comercial fechou a R$ 1,7908 nessa terça-feira (20), sua máxima desde 1º de julho de 2010, quando terminou cotado a R$ 1,796. Com a alta de 0,81% dessa sessão, a moeda norte-americana registra a terceira valorização seguida, continuando com seu rali em meio ao aumento a aversão ao risco entre os investidores.

Por aqui, destaca para a divulgação do IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que apontou inflação de 0,53% em setembro. A piora no sentimento de inflação brasileiro joga dúvidas acerca de se o aumento de preços está sob controle ou não no Brasil.

Vale lembrar que o Banco Central continua o seu jejum de compra de dólares, após ter deixado de realizar leilões no mercado cambial à vista pela primeira vez em seis meses na quarta-feira anterior. A autoridade havia adquirindo a moeda para conter suas quedas e tem deixado de realizá-los após a disparada da moeda.

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Novas projeções
A forte alta do dólar se dá no meio do aumento da aversão ao risco, após as o FMI (Fundo Monetário Internacional) reduzir suas projeçõe para a economia mundial. A instituição reduziu para 4% a expansão prevista para o PIB (Produto Interno Bruto) global, ante os 4,3% previstos em sua projeção anterior, divulgada em junho. 

Segundo a autoridade, as projeções foram revistas para baixo devido à crise na Europa, ao fraco consumo e investimentos nos EUA, ao terremoto no Japão no primeiro semestre, à alta dos preços do petróleo e às instabilidades políticas no Oriente Médio, na chamada Primavera Árabe.

Europa
Na zona do euro, a Grécia segue tentando conseguir no curto prazo ajuda externa para manter as contas em dia. Na véspera, as autoridades gregas prometeram cumprir todas as exigências da Troika – entidade internacional formada União Europeia, FMI e o BCE (Banco Central Europeu) – para retomar as negociações que poderão permitir até ao fim de setembro selar o acordo para o desembolso € 8 bilhões até outubro.

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Por sua vez, a Itália lida com o rebaixamento da Standard and Poor´s, na véspera, quando a agência cortou a nota da dívida italiana de A+ para A.

EUA
Nos Estados Unidos, destaque para a reunião do Fomc (Federal Open Market Committee), que se iniciou nessa terça e com término previsto para esta quarta-feira (21). Há uma expectativa de que o Fed anuncie um novo programa de estímulos à economia norte-americana, como uma nova rodada de Quantative Easing. 

Ainda por lá, o Departamento de Comércio dos Estados Unidos divulgou o Housing Starts, índice que aponta o número de casas que começam a ser construídas nos EUA, que não superou as expectativas. Já o Building Permits, que mostra o número de autorizações para a construção de imóveis nos Estados Unidos, computou 620 mil permissões.

Dólar comercial, ptax e futuro
O dólar comercial fechou cotado a R$ 1,7893 na compra e R$ 1,7908 na venda, forte alta de 0,81% em relação ao fechamento anterior. Com esta alta, o dólar acumula valorização de 12,42% em setembro, frente à alta de 2,64% registrada no mês passado. No ano a valorização acumulada da moeda norte-americana já chega a 7,48%. 

Na BM&F, o contrato futuro com vencimento em outubro segue o dia cotado a R$ 1,799, alta de 0,45% em relação ao fechamento de R$ 1,791 da última segunda-feira. O contrato com vencimento em novembro, por sua vez, fechou em alta de 0,89%, atingindo R$ 1,813 frente à R$ 1,813 do fechamento de ontem. 

Já o dólar Ptax, que referencia os contratos futuros na BM&F Bovespa, fechou cotado a R$ 1,787 na venda, alta de 0,6%. 

O dólar pronto, que é a referência para a moeda norte-americana na BM&F Bovespa, registrava R$ 1,7965000. 

FRA de cupom cambial
Por fim, o FRA de cupom cambial, Forward Rate Agreement, referência para o juro em dólar no Brasil, fechou a 2,75 para novembro de 2011, 0,21 ponto percentual acima em relação ao que foi registrado na sessão anterior.