Caixa virou “o banco do Excel”, diz Pedro Guimarães

O presidente do banco falou das mudanças de gestão que já aconteceram na instituição e do plano de fazer 4 IPOs – dois ainda neste ano

Giuliana Napolitano

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NOVA YORK – Ao fazer um balanço do início de sua gestão, Pedro Guimarães, presidente da Caixa Econômica Federal, disse que a instituição se tornou “o banco do Excel”. “Fazemos conta para tudo. Se o resultado não for positivo, não fazemos”, afirmou.

Numa palestra na XP Investments Conference Brazil: First 100 Days, Guimarães contou das mudanças que fez em 20 dias, assim que assumiu o cargo, em janeiro. Doze vice-presidentes foram substituídos, assim como 38 dos 40 diretores e 74% dos gerentes regionais. “Isso mudou a percepção”, afirmou. “Passamos a ter um grupo 100% focado em resultado”

Guimarães falou também sobre o plano de cortar R$ 2 bilhões, “pelo menos”, em despesas. “Como? Acabou a maluquice.” A Caixa, segundo ele, ocupa sete prédios na avenida Paulista e vai ficar em apenas um, reduzindo o gasto com aluguel em mais de 60%.

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Além disso, os gastos com publicidade e doações sairão de R$ 1 bilhão para R$ 200 milhões, segundo o executivo.

Na parte das receitas, um dos planos é aumentar a quantidade de cartões de crédito. Hoje, segundo Guimarães, a Caixa tem 96 milhões de cartões de débito, mais que Bradesco e Itaú somados. Mas tem apenas 5 milhões de cartões de crédito.

“Vamos lançar um cartão de crédito consignado e criar uma empresa de adquirência, nos associando a alguém”, afirmou.

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À venda

Guimarães também falou do plano de vender ativos do banco – de ações a empresa. “Como a Caixa tem 10% do patrimônio em ações da Petrobras? Não é uma questão de preço, é o princípio. Vamos vender”, disse ele.

O banco também pretende vender as ações do FI-FGTS, para direcionar recursos para crédito imobiliário e projetos de infraestrutura, por exemplo. Além disso, continua com o projeto de abrir o capital de quatro empresas: a de cartões, a de seguridade, a gestora de recursos e a lotérica.

Segundo Guimarães, dois IPOs acontecerão entre setembro e dezembro de 2019 e outros dois, entre janeiro e abril de 2020.

Nessas operações, a meta é que uma parte relevante da oferta de ações seja direcionada a investidores do varejo. “Queremos ter entre 200 e 300 mil CPFs”, disse Guimarães. Está em análise a criação de mecanismo para incentivar os investidores a manter as ações por prazos mais longos, para fomentar o mercado de capitais.

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Giuliana Napolitano

Editora-chefe do InfoMoney, escreve e edita matérias sobre finanças e negócios. É co-autora do livro Fora da Curva, que reúne as histórias de alguns dos principais investidores do país.