Caixa vai injetar dinheiro na economia de forma direta e indireta, diz presidente do banco

Pedro Guimarães diz que banco pode aumentar prazo de postergação das linhas de crédito e promete “anúncios impactantes” para os próximos dias

Equipe InfoMoney

(Wilson Dias/Agência Brasil)

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“O objetivo da Caixa é ajudar o Brasil”. Foi dessa forma que Pedro Guimarães, presidente da instituição, definiu o papel do banco na crise do coronavírus durante live da XP neste domingo, prometendo “anúncios impactantes” para a próxima semana.

“Somos o banco dos brasileiros, especialmente dos mais humildes. Nosso papel é social, vamos fazer o máximo que pudermos.”

O executivo disse que a Caixa deve injetar dinheiro de forma direta e indireta na economia nos próximos meses, contando com o volume de caixa atual do banco.

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“Temos a maior base de capital entre todos os bancos. Por isso, podemos até dar capital de giro para intermediários que falem com as empresas pequenas, essa é uma maneira mais eficiente de ajudá-las”, afirmou Guimarães.

O presidente da Caixa também admitiu a possibilidade de aumentar para mais de dois meses a postergação das linhas de crédito, anunciada na semana passada. “Podemos ampliar para três, quatro, cinco meses. E essa postergação será incorporada ao saldo do crédito: não é que o cliente terá que pagar daqui três meses todas as prestações ao mesmo tempo. Por todo o período remanescente faremos um incremento proporcional do saldo”.

Nos últimos dias, a Caixa já havia anunciado a abertura de R$ 78 bilhões em linhas de crédito, divididas em quatro grupos: R$ 40 bilhões para capital de giro, R$ 30 bilhões para compra de carteiras de bancos médios, R$ 5 bilhões para o setor agrícola e outros R$ 3 bilhões para as Santas Casas e Hospitais Filantrópicos que prestam serviço ao SUS. Além disso, o banco reduziu em 45% o custo das linhas de empréstimos para capital de giro.

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Home-office

Outra mudança que a Caixa deve implantar nos próximos dias por causa do coronavírus é a forma como seus funcionários trabalham. Segundo Pedro Guimarães, a partir desta semana, 70% dos funcionários do banco devem trabalhar em esquema de home office, incluindo quem trabalha nos 26 mil pontos de venda pelo país.

O executivo afirmou que nenhuma agência ou lotérica irá fechar. O foco será transferido para atendimento básico emergencial, como o auto-atendimento. O banco, porém, deve iniciar uma campanha de marketing para estimular o uso do internet banking e do atendimento via aplicativo e WhatsApp, para evitar que os clientes saiam de casa durante o período de isolamento social.

Negócios dizimados

Pedro Guimarães dividiu a live com executivos e líderes do mercado financeiro e setor produtivo brasileiro, que dividiram suas preocupações com os rumos da economia durante e após a crise do coronavírus no país.

Para Rubens Menin, CEO da MRV Engenharia, os efeitos econômicos da pandemia podem ser quase tão grandes quanto o problemas que ela vai causar na saúde do país, pedindo união entre o empresariado.

“Negócios como restaurantes, por exemplo, estão completamente dizimados. A informalidade é muito grande por todo o país. Se a economia parar dessa forma, o Brasil vai ter muito sofrimento. As empresas precisam se organizar para manter a cadeia produtiva acesa”, afirmou.

“Esta próxima segunda provavelmente vai ser o dia com mais demissões no país nos últimos tempos. E semana que vem essas pessoas demitidas não vão ter dinheiro para comer”, disse Guilherme Benchimol, fundador e CEO da XP Inc, que demonstra preocupação com as consequências de um período de quarentena mais estendido nas grandes cidades do país. “Se a economia parar e o desemprego explodir, muita gente vai morrer de fome”.

Benchimol defende que o governo federal crie uma espécie de “bomba atômica” na economia, para que os efeitos da crise sejam minimizados. No mesmo sentido, André Street, cofundador e presidente da Stone Pagamentos, defende que a equipe econômica crie um “Plano Marshall” para o país.

“Os números na ponta já não são bons. Essas empresas estão com um problema muito grave, já que não vão ter capital de giro”, afirmou o CEO da adquirente, relatando seu contato direto com pequenos e médios empresários que usam as maquininhas da empresa.

Street sugere uma espécie de “congelamento vivo” para apoiar empresas e clientes. “O governo vai ter que prover linhas de crédito e até mesmo recurso a fundo perdido para manter empregos enquanto a doença vai ser controlada”, disse.

A melhor forma de diminuir os efeitos da crise? Para Benjamin Steinbruch, presidente da CSN, é preciso manter a produção e clientes economicamente vivos: “O caixa de cada empresa é o oxigênio vital que deve ser preservado, temos que ter reserva para poder conviver com esse momento de crise. Mas mais do que qualquer coisa vai valer a parceria. Juntos a gente consegue minimizar os efeitos da crise. O importante é manter a moral alta.”

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