Cade aprova fusão da ALL com Rumo Logística, mas impõe restrições

A operação envolve a formação de uma gigante do setor de logística no Brasil avaliada em cerca de R$ 11 bilhões e prevê o encerramento de disputas judiciais entre ambas as companhias

Reuters

Publicidade

BRASÍLIA – O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou por unanimidade nesta quarta-feira a fusão das transportadoras ALL (ALLL3) e Rumo Logística, controlada pela Cosan Logística, com restrições.

Os conselheiros do órgão de defesa da concorrência acompanharam o voto do relator Gilvandro de Araujo, que recomendou restrições que incluem garantias de isonomia na prestação de serviços a concorrentes.

A operação envolve a formação de uma gigante do setor de logística no Brasil avaliada em cerca de 11 bilhões de reais e prevê o encerramento de disputas judiciais entre ambas as companhias em torno de contratos de transporte de commodities.

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Entre as condições citadas pelo relator estão garantias de terminais de açúcar para concorrentes e impedimentos a executivos da Cosan de assumirem cargos de direção na nova empresa.

As ações da ALL e da Cosan Logística, que já vinham sinalizando desde a semana passada a expectativa dos investidores sobre a aprovação da operação anunciada no início do ano passado, voltaram a mostrar alta expressiva nesta quarta-feira.

Os papéis da ALL chegaram a atingir um pico de valorização de cerca de 11 por cento e as ações da Cosan Logística tiveram máxima de 13 por cento.

Continua depois da publicidade

Analistas do Bank of America Merrill Lynch afirmaram que a aprovação é positiva para as companhias e as medidas restritivas ficaram em linha com as expectativas.

CONCORRENTES

O Cade também determinou que a nova empresa tenha contratos separados de prestação de serviços para impedir fechamento de mercados concorrentes.

Além disso, a nova companhia terá que garantir acesso de concorrentes a terminais da Rumo Logística no porto de Santos e criar um supervisor para garantir isonomia da empresa na prestação de serviços.

A fusão foi fortemente questionada por representantes de vários setores do agronegócio brasileiro.

A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), que representa o setor de soja, o principal exportador de commodities agrícolas do país, afirmou que a união representava “concentração de poder” de mercado da empresa resultante.