Cade abre processo para investigar 6 bancos; Petrobras, recomendações e mais 12 no radar

Entre os destaques, Petrobras pode cancelar contrato com consórcio QGI, a confirmação de que o HSBC venderá as suas operações no Brasil e o BTG elevando recomendação de duas empresas do setor elétrico

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O noticiário corporativo segue bem agitado nesta terça-feira. Entre os destaques, Petrobras pode cancelar contrato com consórcio QGI, a confirmação de que o HSBC venderá as suas operações no Brasil, o BTG elevando recomendação de empresas do setor elétrico e o Cade abrindo processo administrativo contra vários bancos. Confira as principais notícias:

Bancos e Cade
O Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) abriu processo administrativo contra Itaú Unibanco (ITUB4), Bradesco (BBDC4), Santander (SANB11), Caixa Econômica Federal, Banrisul (BRSR6) e BRB (BSLI3). Eles serão investigados separadamente sobre possíveis práticas contrárias à livre concorrência, segundo decisão do Cade publicada no Diário Oficial. O assunto é a exclusividade em crédito consignado. 

O  Cade recomenda o arquivamento do inquérito administrativo contra Banestes, Banese, Banpará e HSBC, “em virtude da inexistência de indícios de infração à ordem econômica”.

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Petrobras (PETR3PETR4)
A Petrobras está muito perto de cancelar o contrato com o consórcio QGI, formado pelas empresas Queiroz Galvão e Iesa Óleo e Gás, para a construção de módulos e integração das plataformas P-75 e P-77, no estaleiro do consórcio no Polo Naval de Rio Grande (RS), afirmou nesta segunda-feira o prefeito da cidade, Alexandre Lindenmeyer. 

O cancelamento, segundo o prefeito, deverá ocorrer devido a uma disputa entre as companhias sobre valores de aditivos e pode ampliar o atraso no crescimento da produção da petroleira estatal. As duas plataformas estão destinadas ao campo de Búzios, na cessão onerosa, no pré-sal da Bacia de Santos, sendo que a P-75 estava prevista para ser entregue em 2016, enquanto a P-77 em 2017, segundo o plano de negócios da Petrobras 2014-2018.

Além disso, o CNPE (Conselho Nacional de Política Energética) formalizou nesta terça-feira, 9, no Diário Oficial da União (DOU) a autorização para a 13ª Rodada de Licitações de Blocos Exploratórios de Petróleo e Gás natural neste ano de 2015. De acordo com a decisão, serão licitados 266 blocos, com uma área total de 125.045,9 quilômeros quadrados. Pelo certame, serão ofertadas ainda 11 Áreas Inativas com Acumulações Marginais, os chamados campos marginais.

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Dos 266 blocos a serem ofertados no leilão, 182 são localizados nas Bacias Terrestres do Amazonas, Parnaíba, Recôncavo e Potiguar e 84 nas Bacias Marítimas de Sergipe-Alagoas, Jacuípe, Espírito Santo, Campos, Camamu-Almada e Pelotas. Já os campos marginais do leilão ficam nas Bacias do Recôncavo, Tucano Sul, Paraná, Barreirinhas, Potiguar e Espírito Santo, totalizando uma área de 58,4 quilômetros quadrados.

Já no noticiário corporativo, foi publicado no DOU (Diário Oficial da União) que o superintendente executivo I da SGE Petróleo, Gás e Indústria Naval da Caixa, Antonio Gil Padilha Bernardes Silveira, participa de reuniões de negociação de acordo “standstill” entre Kawasaki, Sete Brasil e bancos japoneses e chineses na China e Japão. A Sete Brasil é a empresa que contrata a construção de sondas para a Petrobras. 

Embraer (EMBR3)
A Embraer confirmou oferta de US$ 1 bilhão em títulos de 10 anos na última segunda-feira, emitidos por sua subsidiária Embraer Netherlands Finance BV. As notas serão total e incondicionalmente garantidas pela Embraer e deverão ser listadas na Bolsa de Valores de Nova York. Os títulos terão cupom de 5,05% ao ano a ser pago semestralmente. Citigroup e Morgan Stanley estão atuando como coordenadores da oferta, disse a companhia, por meio de comunicado enviado à CVM.  

Bradesco (BBDC3BBDC4)
O Bradesco pode enfrentar forte queda do capital, se sua oferta pela unidade brasileira do HSBC sair vencedora, afirmaram analistas do UBS. Em reportagens, o serviço online do jornal O Estado de S. Paulo e a Bloomberg afirmaram que o Bradesco fez o maior lance entre os potenciais compradores do HSBC no Brasil. A Bloomberg, citando fontes, disse nesta segunda-feira que o Bradesco pode pagar até R$ 14 bilhões em dinheiro pelo HSBC Brasil. O banco confirmou hoje que pretende vender as operações no Brasil e na Turquia.

Se o Bradesco pagasse a transação com caixa e os órgãos reguladores aprovassem o negócio rapidamente, o chamado capital de nível 1 do Bradesco poderia cair para 10,1 por cento, ante 12,1 por cento em março, os analistas liderados por Philip Finch escreveram em nota a clientes.

O índice de Basileia, medida da força financeira a reserva de capital em relação a ativos ponderados pelo risco de um banco, deve ter piso de 11 por cento no Brasil. O capital de nível 1, composto sobretudo pelo patrimônio líquido, é o principal componente de Basileia.

Veja mais: E se o Bradesco comprar o HSBC? Qual seria o impacto no setor e no mercado?

Alupar (ALUP11) e Copel (CPLE6
As ações da Alupar e da Copel tiveram a recomendação elevada para compra pelo BTG Pactual. Segundo os analistas do banco, a Alupar está sendo negociada a uma taxa interna de retorno de 9%,  o que é bom o suficiente para um nome de perfil tão estável, enquanto a Copel, com um retorno de 11%, pode se beneficiar do fim do desconto na tarifa de distribuição. O banco ainda reitera que as tarifas das elétricas estão mais realistas. 

Teles 
A operadora francesa Orange estaria de olho em operadoras na Itália, Holanda e Bélgica. Segundo o Valor Econômico, entre os nomes estão a Telecom Italia, dona da TIM Brasil (TIMP3), a holandesa KPN e a belga Belgacom. Um eventual negócio com a Telecom Italia favoreceria a expansão do grupo no mercado brasileiro, por meio da TIM, informa o jornal. 

Klabin (KLBN11)
A Klabin teve seus ratings reiterados pela Standard & Poor’s em “BBB-” em escala global e “brAA+” em escala nacional. A perspectiva é negativa. Segundo a agência de risco, a nota incorpora a expectativa de uma rápida recuperação das métricas de alavancagem da companhia em 2016, à medida que a nova fábrica de celulose com capacidade para 1,5 milhão de toneladas, o Projeto Puma, inicie a operação. 
 

CCR (CCRO3)
Em fato relevante divulgado pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários), a CCR informou que pagou US$ 46,2 milhões e passou a deter 50% do Projeto Quito. Após a conclusão da operação, o Projeto Quito passará a ser dividido igualmente entre a CCR e Grupo Odinsa. A conclusão representa a concretização de mais uma etapa do planejamento estratégico do grupo, que tem como objetivo o crescimento de qualidade e agregação de valor aos acionistas, informou a empresa.

Dasa (DASA3)
A Diagnósticos da América comunicou ontem que seus acionistas aprovaram, em 
assembleia geral extraordinária realizada, a saída da companhia do Novo Mercado da Bovespa, que estava condicionado à realização da OPA (Oferta Pública Aquisição). A instituição escolhida para elaboração do laudo de avaliação foi o Itaú BBA, sem voto dos controladores neste item.

O Petros, fundo de pensão dos funcionários da Petrobras, fez manifestação de voto e protesto contra a OPA, motivos pelos quais a controladora Cromossomo Participações deveria ser impedida de votar na assembleia. Segundo o parecer do Petros, a saída da Dasa do Novo Mercado, além de não atender ao melhor interesse da companhia, podendo prejudicar seu acesso ao mercado de capitais, representa um retrocesso sobre os avanços de governança corporativa.  

Fibria (FIBR3) e Suzano (SUZB5)
A Fibria e a Suzano, produtoras de celulose,  têm sido exceção entre exportadores que assistem os maiores ganhos com o câmbio em 6 anos serem corroídos pela alta nos custos e nos preços de commodities, segundo informações da Bloomberg.

As margens de lucratividade para produtores de minério de ferro, carne e soja caíram em média 4,6 pp, para 18% no primeiro trimestre, enquanto as margens para as produtoras de celulose Suzano e Fibria subiram 9,9 pontos percentuais, para 36% em média, segundo dados da
Bloomberg.

BHG (BHGR3)
Além da Dasa e da CCR, os acionistas da BHG aprovaram, em assembleia geral extraordinária realizada hoje, o resgate e cancelamento de 1,84 milhões de ações em circulação no mercado. 
O valor pago por ação resgatada será de R$ 19,00, atualizado pela taxa Selic, que, na presente data corresponde a R$ 19,21. 

OSX Brasil (OSXB3)
A empresa do Grupo EBX, companhia em atividade no setor de equipamentos e serviços para a indústria offshore de petróleo e gás natural, informou que celebrou acordo com credores da subsidiária OSX 2 Leasing e concluiu o processo de transferência do controle político da referida subsidiária. Em ato relevante divulgado pela CVM, a empresa disse que “espera que essa transferência facilite os procedimentos operacionais atrelados ao dia a dia da plataforma que eram realizados mutuamente pela OSX e Credores”.

Valid (VLID3)
A Valid teve sua recomendação cortada para market perform (desempenho em linha com a média) pelo Bradesco BBI, destacando que as melhorias operacionais da companhia já foram precificadas. Já o preço-alvo foi elevado de R$ 47,00 para R$ 51,00 por ação. 

“Acreditamos que a Valid produziu resultados operacionais robustos em relação ao ano passado, especialmente em suas excelentes vendas de cartões com chip nos EUA (que deve continuar nos próximos trimestres). No entanto, outras unidades têm mostrado desempenho errático e as ascendentes oportunidades que estávamos vendo um ano atrás (como a joint venture com o Correios e o Sicobe) estão parecendo cada vez mais distantes”, afirmam os analistas.

Educacionais
O ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, anunciou na noite de ontem pela página do Facebook que haverá uma segunda edição do Fies (Fundo de Financiamento Estudantil) este ano. De acordo com o ministro, será priorizada a formação de professores além de cursos da área de saúde e engenharia.  

Janine disse que estabelecer prioridades “não significa excluir outros cursos! As prioridades partem do reconhecimento de nossas necessidades mais prementes”. 

O programa deverá seguir critérios adotados na primeira edição deste ano, de acordo com o ministro, vai priorizar os cursos com notas 4 e 5 nas avaliações do Ministério da Educação (MEC). As notas vão até 5. Além disso, as regiões Norte e Nordeste “por suas necessidades especiais, serão também priorizadas”, diz a publicação. A pasta vai anunciar em breve “datas e todos os detalhes, de forma transparente, o que é nosso dever e prazer”.

(Com Reuters)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.