C&A: Santander vê oportunidade compra após queda pós-balanço e CEAB3 salta 6,4%

Desde a divulgação, as ações caíram 19%, enquanto o Ibovespa avançou 1%, configurando, segundo o banco, uma oportunidade de compra

Felipe Moreira

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Fachada de loja da C&A em shopping (Foto: Divulgação)
Fachada de loja da C&A em shopping (Foto: Divulgação)

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O Santander reiterou recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra) e preço-alvo de R$ 23,70 para ações C&A (CEAB3), após incorporar os resultados do 2T25. A instituição elevou as estimativas de lucro líquido para o período de 2025 a 2027 em média 7% (6% acima do consenso), principalmente devido à redução das despesas financeiras decorrentes do fim da parceria com a Bradescard.

Além disso, o banco avaliou que o mercado reagiu de forma exagerada aos resultados do 2T25 da varejista, que estiveram em sua maior parte dentro do esperado. Desde a divulgação, as ações caíram 19%, enquanto o Ibovespa avançou 1%, configurando, segundo o banco, uma oportunidade de compra. O Preço/Lucro estimado para o final de 2026 é de 7,8 vezes, após elevação de cerca de 5% nas projeções de lucro líquido para 2026. Com isso, nesta segunda, as ações fecharam com ganhos de 6,42%, a R$ 15,91.

O banco entende que a subperformance pós-2T25 foi excessiva e que os avanços operacionais da companhia funcionam como um amortecedor contra a desaceleração do setor.

Análise de Ações com Warren Buffett

Apesar das comparações desafiadoras no 3T25 e de preocupações com a deterioração macroeconômica, o Santander mantém confiança de que a maturação das iniciativas da C&A sustentará o crescimento da receita e ganhos de participação de mercado no médio prazo.

Desempenho operacional e participação de mercado

O Santander ressaltou que a C&A apresentou ganhos sustentáveis de participação de mercado, estimando aumento de 40bps ano a ano, alcançando 4,1% em 2024, e reduziu a diferença em vendas por metro quadrado frente à Lojas Renner de 27% ante 32% em 2022. Esse bom momento operacional, segundo o banco, deve ajudar a companhia a compensar eventuais fraquezas do setor varejista.

Apesar das comparações difíceis no 3T25, a previsão é de same-store sales (SSS) de 5,4% e margem EBITDA estável. Mesmo se o SSS da segunda metade de 2025 ficar em 4,0% (metade da base-case de 8,2%), estima-se que o EBITDA e o lucro sejam apenas 5% ou 6% menores, devido à robustez da margem bruta.

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Investimentos e expansão

A gestão da C&A anunciou um novo conceito de loja e projeta abrir 15 a 20 unidades em 2026, acima das 10 previamente estimadas.

Além disso, planeja investir R$ 200 a 250 milhões em logística, visando uma cadeia de suprimentos mais densa e responsiva, reforçando o crescimento de vendas nos próximos anos.