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A C&A (CEAB3) encerrou sua parceria iniciada em 2009 com a Bradescard, vendendo os direitos sobre o portfólio de cartões para o Bradesco (BBDC4) por R$ 170 milhões. Em paralelo, quitou antecipadamente a obrigação de R$ 650,6 milhões referente à recompra dos direitos exclusivos sobre produtos financeiros, antecipando o reposicionamento estratégico da companhia nessa frente. Às 11h30 (horário de Brasília), a ação da varejista subia 2,82%, a R$ 17,50.
O Bradesco BBI avalia o anúncio como positivo, pois, embora a saída de R$ 650 milhões já fosse esperada e incluída na dívida da C&A, os R$ 170 milhões da venda da carteira do Bradescard não estavam nos números do consenso de mercado – “na verdade, estimamos que o resultadolíquido dos impostos seja de aproximadamente R$ 155 milhões”.
Segundo cálculos do BBI, o valor representa cerca de 3% do valor de mercado da empresa, além de uma melhora de 0,15 vez em relação à relação dívida líquida/Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) da empresa para 0,4 vez (ante 0,5 vez no 1T25) e um impacto positivo de aproximadamente 4% no lucro antes de juros (EBT).
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C&A encerra parceria com Bradesco e recompra serviços financeiros por R$ 651 mi
C&A também anunciou a quitação antecipada de R$ 650,6 milhões referentes à recompra dos direitos de exploração dos serviços financeiros
“O impacto da Bradescard nos resultados da C&A já era relativamente pequeno nos últimos anos (apenas 1% da receita consolidada no 1T25 e deve chegar a zero a partir do 3T25, com o término do acordo) e a descontinuação não terá impacto prático em suas operações gerais daqui para frente”, comenta BBI.
De forma geral, o BBI continua otimista com a tese da C&A, combinando revisões de aumento do lucro, sustentadas por iniciativas internas de produtividade e lucratividade (Energia C&A, mudanças no mix de vendas), bem como ganhos persistentes de participação de mercado. O banco reiterou recomendação de compra e preço-alvo de R$ 14.
O BTG também vê a transação como positiva, pois reforça a autonomia da C&A em buscar novos modelos de monetização. O crédito segue relevante para as vendas, mas representou apenas 13% da receita financeira no 1T25, frente a 87% do C&A Pay.
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Apesar da queda na penetração de crédito na base anual, as vendas em mesmas lojas (SSS, na sigla em inglês) cresceram dois dígitos, sustentadas por maior eficiência de estoque e precificação. “A C&A tem mostrado evolução em produtividade, rentabilidade e disciplina na concessão de crédito, com valuation atrativo (10 vezes Preço/Lucro 2026) e baixo endividamento (0,5 vez Dívida Líquida/Ebitda ex-IFRS 16)”, pontua BTG.
O BTG manteve recomendação de compra e preço-alvo de R$ 22.
Embora o crescimento financeiro de curto prazo seja modesto, o BBA comenta que o anúncio reforça a mudança estratégica mais ampla da C&A em direção à verticalização de seus serviços financeiros. A monetização do portfólio legado a um valor acima do esperado adiciona conforto adicional em relação à execução e ajuda a organizar a última etapa da transição do Bradesco.
O BBA manteve recomendação de compra e preço-alvo de R$ 15.