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SÃO PAULO – O BTG Pactual (BBTG11) e a Brookfield Property Group pretendem realizar uma oferta pública voluntária de aquisição (OPA) de controle da BR Properties (BRPR3), acreditando que o valor de mercado da companhia de imóveis comerciais reflete um desconto em relação aos seus ativos.
Nesta quinta-feira, a BR Properties divulgou carta do Fundo de Investimento em Participações Bridge, veículo de investimento utilizado por fundo da BTG Investments, parte do Grupo BTG Pactual, e pela Brookfield BR7, revelando a proposta.
No âmbito da OPA, que tem por objeto a aquisição da totalidade de ações da BR Properties e um mínimo de 85 por cento da companhia, o Bridge ofertará um preço por ação de 12 reais, que será ajustado por dividendos e juros sobre capital próprio.
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Uma das condições do Bridge para a realização da oferta é a declaração de dividendos no montante de 3,02 reais por ação. O valor contempla 0,22 real por papel referente a dividendo proposto pelo Conselho de Administração da BR Properties neste mês, além de 2,80 reais por ação relativos a remuneração adicional aos acionistas sugerida pelo Bridge.
Considerando a declaração desses dividendos, o preço ajustado na data do leilão da OPA será de 8,98 reais por ação.
Segundo o Bridge, o valor antes dos dividendos representa um prêmio de 35 por cento sobre a cotação média dos papéis da BR Properties nos últimos 30 pregões.
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Às 12h08, as ações da BR Properties lideravam os ganhos do Ibovespa e se aproximavam do valor proposto na OPA antes dos dividendos, com alta de 6,64 por cento, a 11,40 reais. No mesmo momento, o principal índice da bolsa caía 0,77 por cento.
Em conferência sobre os resultados do BTG Pactual divulgados na véspera, o presidente-executivo do grupo, André Esteves, reiterou que as ações da BR Properties se descolaram em relação ao preço dos ativos da empresa.
“Acho que a estrutura da oferta é boa para o investidor e para o proprietário dos ativos”, afirmou.
REORGANIZAÇÃO
A BR Properties é considerada uma das principais empresas de investimento em imóveis comerciais no Brasil. Considerando o valor de 12 reais por ação, a oferta atribui um valor a toda a companhia de quase 3,6 bilhões de reais.
Os principais acionistas são o Banco BTG Pactual, com 28,74 por cento do capital, e o fundo de pensão Petros, com 10,48 por cento, segundo informações no site da BR Properties. Outros dois sócios têm participação acima de 5 por cento, a WTorre e a Southeastern Asset Management. As ações em circulação no mercado correspondem a 50,15 por cento do capital.
O Bridge estimou na correspondência à BR Properties que o edital da OPA será publicado em até 60 dias e que, caso a oferta seja concluída com êxito, o fundo buscará reorganizar a BR Properties e seus ativos, dividindo-os entre seus investidores.
“A ofertante esclarece não ter, neste momento, um posicionamento definido em relação à permanência ou saída da companhia do Novo Mercado após a conclusão da OPA, e, assim sendo, poderão ser adotadas, oportunamente, as medidas cabíveis para recomposição do percentual mínimo de ações em circulação”, disse o Bridge.
As regras do segmento estabelecem que no mínimo 25 por cento dos papéis de uma companhia listada no Novo Mercado sejam negociados livremente.
Mais cedo nesta semana, a British American Tobacco (BAT) divulgou que avalia comprar todas as ações que não possui de sua controlada brasileira Souza Cruz, podendo desembolsar mais de 10 bilhões de reais se levar a ideia adiante e a operação tiver adesão maciça dos acionistas minoritários.