BTG eleva Vale a compra, CEO da Petrobras “culpa” governo por alta da gasolina, acordo bom para bancos e mais notícias

Confira os destaques do noticiário corporativo desta terça-feira (28)

Lara Rizério

Publicidade

SÃO PAULO – O noticiário corporativo desta terça-feira é bastante movimentado, com destaque para a elevação de recomendação da Vale pelo BTG Pactual, além das falas do CEO da Petrobras, Pedro Parente, o desenrolar do imbróglio na Oi, a oferta de ações mal-sucedida da Restoque, entre outras notícias. Confira os destaques: 

Vale (VALE3)

Nesta sessão, duas notícias positivas para a Vale. A companhia teve a sua ação elevada para compra pelo BTG Pactual, que destacou melhores perspectivas para o minério de ferro, além de um forte fluxo de caixa e tendência de desalavancagem da companhia da companhia. O novo preço-alvo é de US$ 14 para o ADR. 

“Olhando pra frente, a dívida vai cair brutalmente em 2018 e em 2019,  e a ação já vai ser uma história de dividendos. Reconhecemos que esta é uma atualização tardia, mas ainda vemos cerca de 30% de potencial de valorização”, afirmam os analistas. 

Além disso, a Vale assinou project finance de US$ 2,73 bilhões para o Corredor Logístico de Nacala (CLN), em Moçambique. “Os fundos recebidos serão principalmente pagos à Vale para reembolsar parte dos empréstimos feitos pela empresa na forma de ‘shareholders loans’ concedidos para a construção do CLN, e também serão usados para apoiar o ramp-up do corredor”, disse a Vale em fato relevante. A mineradora informou que  o instrumento de project finance será amortizado em 14 anos com os recursos provenientes da tarifa relacionada aos serviços de transporte de carvão e aos serviços de carga geral fornecidos pelo CLN. Segundo o Itaú BBA, o project finance é um passo positivo para processo de
desalavancagem da mineradora. 

Oi (OIBR4)

Anatel determinou que a Oi suspenda o acordo de recuperação judicial. A agência também determinou que Oi “se abstenha de celebrar qualquer contrato de suporte ao Plano de Recuperação Judicial ou documento similar que contenha cláusulas idênticas ou análogas àquelas expressamente mencionadas na referida análise, em vista de seu potencial ruinoso aos interesses da companhia e da coletividade”. 

Ainda sobre a Oi, o Valor Econômico informa que a renúncia de Marco Schroeder ao cargo de diretor-presidente da Oi na sexta-feira (ontem, o Conselho elegeu Eurico de Jesus Teles Neto para presidente), somada à rejeição de credores relevantes à quarta versão do plano de recuperação judicial da operadora, torna improvável a votação da proposta – que teve suas linhas gerais divulgadas na semana passada – ainda este ano. A assembleia de acionistas está marcada para 7 de dezembro.

Petrobras (PETR3;PETR4)

Destaque ainda para as falas do CEO da Petrobras, Pedro Parente, a jornalistas em Brasília na noite de segunda-feira. Parente “culpou” o governo Temer pelo aumento dos preços dos combustíveis, ao apontar que o grande impacto para a alta vem de impostos. “Houve especialmente na gasolina um aumento importante de impostos”, avaliou o CEO da companhia. “Quando consideramos o que a Petrobras fez, a variação deve ser talvez de 2% no período de um ano, mas os impostos levaram a um acréscimo acima de 20%”. Mas ele ponderou: “não estou aqui para criticar o governo, sabe-se que isso foi uma necessidade em relação à crise fiscal”. Contudo, nesta terça-feira, a estatal anunciou o corte do preço da gasolina em 2,3% e elevação do diesel em 0,3%, válidos a partir de quarta-feira 

Parente ainda apontou que a MP 795, que trata do novo regime tributário de investimentos no setor de óleo e gás, é muito relevante para a estatal. Ele disse a jornalistas que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, afirmou que colocaria a MP 795 em votação na próxima quarta-feira. “Quando a Petrobras fez lances nos últimos leilões de áreas do pré-sal, considerou novo quadro tributário. É muito importante que isso seja confirmado para que se confirmem esses investimentos”, afirmou Parente. 

Restoque (LLIS3)

A Restoque viu a demanda em oferta de ações inferior ao piso. O procedimento de coleta de intenções de investimento junto a investidores profissionais foi concluído e foi verificada existência de demanda efetiva da oferta restrita com preço por ação inferior ao piso da faixa indicativa, ou seja, inferior a R$ 38,50, segundo comunicado. A Restoque diz no comunicado que “conforme previsto no fato relevante da oferta” o conselho de administração se reunirá em 30/nov. e poderá decidir: Pela fixação do preço/ação indicado pela demanda efetiva; ou pelo preço de referência; ou pelo cancelamento da oferta restrita.

“Tal decisão será comunicada aos acionistas e ao mercado em geral após o fechamento do mercado no dia 30 de novembro de 2017. Caso o conselho de administração delibere pelo cancelamento da oferta restrita, todos os pedidos de reserva de subscrição prioritária e todas as intenções de investimento dos investidores profissionais serão automaticamente cancelados”, apontou a empresa. A faixa indicativa de preço por ação era entre R$ 38,50 e R$ 42,50.

Bancos

Uma batalha jurídica que se arrasta há 24 anos finalmente se aproxima de um desfecho. Instituições financeiras e poupadores chegaram a um acordo nesta segunda-feira, 27, sobre a indenização que será paga aos clientes pelas perdas acarretadas pelos planos econômicos nas décadas de 1980 e 1990. Segundo o Estadão, o valor das indenizações será um pouco superior a R$ 10 bilhões para mais de 1 milhão de ações judiciais.

Terão direito ao ressarcimento os poupadores que integram as ações coletivas representadas no acordo. Quem ainda não faz parte dessas ações e reclama indenização poderá aderir, num prazo ainda a ser divulgado. Mas terá de apresentar todas as comprovações exigidas e retirar eventual ação isolada. As ações individuais não farão parte do acordo; continuarão tramitando na Justiça.

Após diversos encontros nos últimos meses com poucos progressos, o entendimento entre as partes foi alcançado na tarde de ontem, depois quase sete horas de reunião na Advocacia-Geral da União (AGU). Na semana que vem, a minuta deve ser enviada ao Supremo Tribunal Federal, que dará a palavra final.

Os detalhes não foram divulgados oficialmente por causa da necessidade dessa homologação. As partes temem que a divulgação prévia dos detalhes seja questionada legalmente. Em nota, a AGU limitou-se a informar que houve consenso sobre “as condições financeiras norteadoras do acordo que encerrará as disputas judiciais relativas aos planos econômicos”. A ideia é que a minuta do acordo seja concluída na próxima semana e encaminhada imediatamente ao Supremo. Se o calendário previsto na reunião entre bancos e poupadores for confirmado, o acordo pode ser firmado oficialmente ainda este ano.

Os valores das indenizações sempre foram envolvidos em muita polêmica e discrepância. A Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) já chegou a citar a necessidade de desembolso de até R$ 341 bilhões, o que inviabilizaria a operação. Mas os bancos chegaram à reta final oferecendo cerca de R$ 8 bilhões. Já as instituições de defesa do consumidor chegaram a calcular cifra próxima de R$ 100 bilhões, mas reduziram valores para montantes que variavam de R$ 18 bilhões a R$ 26 bilhões.

Os clientes questionavam o procedimento adotado pelos bancos para remunerar as cadernetas após o anúncio dos planos Bresser (1987), Verão (1989), Collor I (1990) e Collor II (1991). A cada pacote de medidas para tentar controlar a inflação, havia mudança na remuneração das cadernetas e muitos clientes acabaram sendo prejudicados. A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e as entidades que representaram os poupadores não se pronunciaram.

Conforme aponta a XP Investimentos, se for confirmado esse valor, a informação é positiva, dado que houve discussões com valores extremamente elevados e a incerteza referente a esse assunto sempre gerou uma elevada volatilidade nas ações do setor.

Sanepar (SAPR11)

A Sanepar informou que até 24 de novembro, data final do 2º período de conversão de ações em certificados de depósitos de ações, foi verificada a adesão de aproximadamente 75,2% das ações PN de emissão da companhia e cerca de 7,9% das ações ON. A adesão corresponde a aproximadamente 52,8% do total de ações
de emissão da companhia. 

Veja mais sobre a companhia em: Após o “fim do longo inverno”, a ação mais barata da bolsa finalmente será um bom investimento?

Eternit (ETER3)

A Eternit informa que decidiu substituir a utilização do amianto crisotila por fibras sintéticas, na produção de telhas de fibrocimento. A mudança será concluída até o mês de dezembro de 2018. “Em linha com o seu planejamento estratégico, a companhia já iniciou o redirecionamento do seu portfólio de produtos e negócios, em busca de uma melhor adequação às demandas do mercado e de um crescimento sustentável”, diz.

Em fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a empresa diz que há uma tendência no mercado, percebida nos últimos anos, de os consumidores deixarem de adquirir produtos que contenham amianto, especialmente na construção civil. A mudança na demanda tem levado a Eternit a substituir, progressivamente, o amianto crisotila por matérias-primas alternativas, como a fibra sintética.

“A Eternit investiu, nos últimos anos, cerca de R$ 25 milhões na adaptação dos equipamentos e do processo de produção de suas unidades industriais, para que pudesse substituir progressivamente a fibra mineral pela fibra sintética de polipropileno. No final de 2015, concluiu o investimento de aproximadamente R$ 95 milhões na implantação de uma nova fábrica em Manaus para a produção da fibra de polipropileno, suficiente para abastecer todas as unidades fabris da companhia e ainda a demanda de terceiros”, informa. 

Atualmente, as fábricas localizadas nas cidades do Rio de Janeiro, Colombo (PR), Simões Filho (BA), Goiânia e Anápolis (GO), utilizam em média 60% de fibra sintética de polipropileno e 40% de fibra mineral de amianto crisotila na fabricação de telhas. Segundo a empresa, até o final de 2018, o processo produtivo das telhas, utilizará 100% fibra sintética de polipropileno.

A produção de fibras de amianto crisotila pela Sama (mineradora controlada pela Eternit) continuará normalmente e vem sendo gradualmente direcionada para o mercado externo, atendendo clientes em outros países aonde o produto é permitido, tais como Alemanha, Estados Unidos e Índia entre outros.

TIM (TIMP3)

A Telecom Italia, controladora da TIM, afirmou que não está considerando um aumento de capital ou a venda de ativos para levantar recursos, disse Fabrizio Solari, secretário nacional do sindicato de trabalhadores de telecomunicações da SLC-Cgil, em uma entrevista por telefone à Bloomberg, citando informações fornecidas pelo presidente da Telecom Italia Amos Genish.

Genish se reuniu segunda-feira com sindicatos em Roma, confirmou a Telecom Italia em um comunicado. Ele disse que a TIM, unidade brasileira da Telecom Italia, é estratégica, segundo afirmou Solari à Bloomberg News. Genish disse que o nível atual de neutralidade da rede e abertura garantida para os operadores concorrentes pela rede fixa da Telecom Italia não requer medidas adicionais, como um spinoff. A 
Telecom Italia está empenhada em iniciar novos serviços com emissoras como Sky, Mediaset, Rai, segundo Solari, e o novo plano de negócios da Telecom Italia vai se concentrar no aumento da receita.

São Martinho (SMTO3)

O Conselho de Administração da São Martinho aprovou a recompra de até 8 milhões de ações da companhia. 

OGPar (DMMO3)

O Conselho de Administração da OGPar elegeu Pedro de Moraes Borba para diretor presidente e de RI e Leonardo Martins para presidente do conselho.

Copasa (CSMG3)

A Copasa submeteu à Anbima pedido de análise prévia para registro de oferta pública de 268 mil debêntures simples com valor nominal unitário de R$ 1 mil, totalizando R$ 268 milhões. Aprovada pelo conselho da companhia, a oferta ainda depende da concessão do registro pela CVM e pela B3. 

Cemig (CMIG4)

Segundo a coluna do Broad, do Estadão, a Cemig conseguiu concluir sua esperada renegociação de até R$ 4 bilhões em dívidas, a um custo da ordem de 140% do CDI (taxa de depósito interbancário, normalmente semelhante à taxa Selic, de referência da economia). A taxa é superior aos 132,9% do CDI da dívida mais cara mantida na carteira até então. A queda da Selic, por enquanto, beneficia a empresa, fazendo com que o juro efetivamente pago, em torno de 10,5%, seja equivalente ao custo médio da dívida informado em setembro pela companhia, de 10,39%. 

JBS (JBSS3)

A Coluna do Broad também informa que o controle da J&F Participações saiu das mãos dos irmãos Wesley e Joesley Batista e passou para o pai, José Batista Sobrinho, de 84 anos e que recentemente também assumiu a presidência da JBS, e do irmão mais velho, José Batista Júnior.

Paranapanema (PMAM3)

Por fim, também segundo a coluna, avançada em seu processo de reestruturação, a fabricante de cobre Paranapanema conseguiu ampliar a taxa média de adimplência de seus clientes de 93% para 98,3% no intervalo entre janeiro e setembro deste ano.

 

(Com Agência Estado)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.