Braskem salta 4% após lucro bilionário; novas conversas sobre fusão Fibria-Suzano animam ações

Confira os destaques da B3 na sessão desta quarta-feira (16)

Lara Rizério

(Divulgação/Braskem)

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Magazine Luiza (MGLU3, R$ 466,46, +2,69%)

As ações do Magazine Luiza registram mais um dia de ganhos e superam os R$ 460,00, acumulando ganhos superiores a 2400% desde o início de 2016. Em meio a esse alto valor dos papéis, a varejista propôs desdobrar ações na proporção 1 para 8. O desdobramento de 21,6 milhões ações ordinárias em 173 milhões ações não modificará capital social de R$ 626,9 milhões, segundo comunicado ao mercado. Os objetivos são aumentar a liquidez e buscar melhor patamar para a cotação das ações, tornando-as mais acessíveis aos investidores. O Conselho convocará AGE para votar proposta. 

Cemig (CMIG4, R$ 8,30, +2,47%)

As ações da Cemig sobem, após as informações de que, depois de insistir na importância do leilão das usinas da companhia, o governo cedeu à pressão de parlamentares e deixou aberta a possibilidade de negociar um acordo com a estatal mineira para que ela continue como dona das quatro hidrelétricas. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse hoje que o leilão está mantido, mas admitiu que a empresa tem o direito de oferecer uma proposta “mais vantajosa” para avaliação da área econômica.

Integrantes do governo brasileiro se reuniram ontem com investidores para sinalizar a manutenção do certame, o que despertou a ira da bancada mineira, sobretudo do senador Aécio Neves (PSDB-MG), que se reuniu nesta terça-feira, 15, com o presidente Michel Temer para tentar chegar a um acordo. De acordo com o Itaú BBA,  o governo deve manter o leilão, mas sugerir que a companhia participe. Confira mais clicando aqui. 

Braskem (BRKM5, R$ 39,56, +4%)

As ações da Braskem sobem após apresentar números sólidos. A Braskem viu seu lucro líquido saltar 167,7% no segundo trimestre na base de comparação anual, passando de R$ 406,9 milhões entre abril de junho de 2016 para R$ 1,089 bilhão no segundo trimestre de 2017. Os dados são os atribuídos aos sócios da empresa controladora, base para a distribuição de dividendos. Já o   lucro líquido consolidado somou R$ 1,142 bilhão, salto de 316% em relação ao lucro de R$ 275 milhões registrado mesmo período do ano passado. 

A receita líquida da empresa no segundo trimestre de 2017 foi de R$ 11,870 bilhões, 1% superior ante os R$ 11,721 bilhões no segundo trimestre de 2016. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado foi de R$ 3,029 bilhões, alta de 1% ante o mesmo período do ano passado. Os custos e despesas operacionais da companhia subiram 6,1%, para R$ 8,979 bilhões, ante os R$ 8,460 bilhões registrados um ano antes. 

De acordo com o Bank of America Merrill Lynch, o Ebitda ficou abaixo do esperado, mas o capital de giro – uma das principais fontes de preocupação do mercado no último trimestre – apresentou melhora significativa.  “Nós mantemos nossa classificação de compra para as ações da Braskem, pois vemos espaço para expansão dos múltiplos e potenciais catalisadores positivos relacionados à reestruturação corporativa, de domicílio (há rumores de mercado de que a companhia vai mudar sua sede para os EUA) e listagem.

Além disso, o Itaú BBA destacou ainda em relatório um comentário sobre a decisão da S&P Global de manter a classificação de risco do Brasil em BB e de mudar o status do rating soberano de “em observação para possível rebaixamento” para perspectiva negativa completa o período de vigilância da agência, “reduzindo significativamente o risco de um corte iminente na classificação do país”. De acordo com o banco, Braskem, Gerdau, Raizen e Globo seriam as companhias mais diretamente afetadas por um downgrade soberano. 

Vale (VALE3, R$ 29,48, +1,13%;VALE5, R$ 29,47, +1,20%)

As ações da Vale sobem mais de 1%, mesmo em um dia de queda para o minério de ferro em Qingdao (baixa de 0,96%) e em Dalian (queda de 0,38%). Por outro lado, os metais sobem na Europa, enquanto os futuros de cobre operam em alta significativa nesta manhã, em linha com outros metais básicos, favorecidos por restrições impostas a refinarias chinesas. 

Segundo o estrategista de commodities do Saxo Bank, Ole Hansen, os cortes que a China tem feito a sua capacidade de refino, como parte de uma estratégia para reduzir a poluição, estão impulsionando os preços dos metais.  O rali nos preços do aço iniciado há cerca de um mês na China também influencia os metais básicos, comentou Hansen. O zinco, que é usado para a galvanização do aço, atingiu hoje o maior valor em uma década na LME. “A capacidade fechada será substituída por outras capacidades, e a empresa alega que a produção não foi afetada”, disse a Commerzbank em nota a clientes. No entanto, “a notícia parece ser considerada como um bom motivo para comprar”, acrescentou o banco alemão. 

Vale destacar que a B3 divulgou a segunda prévia da carteira do Ibovespa que vigorará entre setembro e dezembro de 2017. As ações PNA da Vale VALE5 foram retiradas da carteira após a conversão de ações concluída na semana passada, enquanto a VALE3 (ordinária) segue na carteira do Ibovespa, com participação de 9,031%. 

Além de Vale, siderúrgicas sobem nesta sessão, com destaque para CSN (CSNA3, R$ 8,27, +1,60%), mesmo após a companhia informar que não vai entregar o balanço no prazo previsto. Usiminas (USIM5, R$ 5,79, +1,58%) e Gerdau (GGBR4, R$ 11,18, +1,91%) também têm expressivos ganhos. 

Petrobras (PETR3, R$ 13,77, +1,10%;PETR4, R$ 13,33, +1,37%) 

As ações da Petrobras sobem mais de 1% em um dia de leves ganhos para o petróleo, após dois dias de baixa para a commodity. A cotação é favorecida pelos últimos dados sobre estoques dos EUA. Ontem, a associação de refinarias conhecida como American Petroleum Institute (API) estimou que o volume de petróleo bruto estocado nos EUA sofreu uma forte queda de 9,2 milhões de barris na semana passada. O API também apontou um modesto avanço de 300 mil barris nos estoques de gasolina e uma redução de 2,1 milhões de barris nos estoques de destilados.

No fim da manhã de hoje, o Departamento de Energia (DoE) norte-americano divulga o levantamento oficial sobre estoques. Pela projeção de analistas, a pesquisa mostrará recuo de 3 milhões nos estoques de petróleo bruto.

Ainda no radar da companhia, a produção total de petróleo e gás natural da Petrobras em julho foi de 2,74 milhões de boed (barris de óleo equivalente) por dia, sendo 2,63 milhões boed produzidos no Brasil e 114 mil boed no exterior. A produção média de petróleo no país foi de 2,12 milhões de bpd (bpd), volume 3,3% inferior ao de junho. Segundo a companhia, esse resultado se deve, principalmente, à parada programada da plataforma P-58, que opera nos campos de Jubarte, Baleia Anã, Baleia Azul e Baleia Franca, na Bacia de Campos. Já a produção de gás natural no Brasil, excluído o volume liquefeito, foi de 80 milhões de m³/d, 0,4% abaixo do mês anterior.Produção no pré-sal. Por fim, a estatal  cortou o preço da gasolina em 1,4% e do diesel em 0,1% nas refinarias; o reajuste vale a partir de 17 de agosto.

Fibria (FIBR3, R$ 37,34, +2,70%) e Suzano (SUZB5, R$ 16,92, +3,61%)

O jornal Valor Econômico ressalta que, em meio à profusão de informações e rumores sobre o processo de venda Eldorado Brasil, produtora de celulose de eucalipto da J&F Investimentos, outro movimento de consolidação já levantado como potencialmente positivo pelo mercado e pela indústria voltou à cena: uma possível fusão entre Suzano Papel e Celulose e Fibria, as duas maiores produtoras mundiais da matéria-prima. Durante a tradicional conferência latino-americana da consultoria RISI, o presidente da Suzano, Walter Schalka, foi questionado sobre o assunto e mostrou-se favorável à operação, destacou o jornal. 

Recomendações

Destaque ainda para as revisões de recomendação. A Marcopolo (POMO4, R$ 3,39, +2,11%) foi elevada de underweight para overweight no JPMorgan e vê suas ações em leve alta, enquanto a  Metal Leve (LEVE3, R$ 17,96, -0,22%) foi rebaixada de overweight para neutra no JPMorgan e tem ações em leve queda.

Já a Sabesp (SBSP3, R$ 30,67, +1,83%), que registrou baixa acumulada de 8,87% na segunda e na terça-feira, teve a recomendação elevada de neutra para compra pelo Janney e vê suas ações se recuperarem nesta sessão. Um dos motivos para a forte queda das ações da Sabesp foi a revisão tarifária preliminar decepcionante. Contudo, segundo o Santander, há espaço para melhora com a revisão das tarifas, mas as incertezas regulatórias continuam altas; consequentemente, a ação vai continuar volátil até que a revisão da tarifa seja anunciada. 

(Com Agência Estado e Bloomberg) 

 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.