Braskem (BRKM5) é responsável por afundamento em Maceió (AL), diz diretor em CPI

Empresa deve finalizar reparos no solo apenas em 2026

Reuters

Bairros com risco de afundamento desocupados em Maceió por conta de risco de colapso em mina da Braskem (Gésio Passos/Agência Brasil)

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O diretor da Braskem (BRKM5) Marcelo Arantes reconheceu nesta quarta-feira, 10, em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga o afundamento do solo em Maceió que a empresa tem responsabilidade pelo fenômeno iniciado em 2018.

“A Braskem tem, sim, a contribuição e é responsável pelo evento acontecido em Maceió. Isso já ficou claro”, afirmou Arantes, que é diretor de Pessoas, Comunicação, Marketing e Relações com a Imprensa da petroquímica.

“Não é à toa que todos esforços da companhia têm sido colocados para reparar, mitigar e compensar todo o dano causado”, acrescentou.

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A CPI foi instalada no Senado em dezembro do ano passado para investigar o papel da empresa no afundamento do solo de bairros de Maceió, após décadas de atividade de extração subterrânea de sal-gema na região. Cerca de 200 mil pessoas foram afetadas, direta ou indiretamente, segundo o governo de Alagoas.

Arantes disse que a petroquímica, durante o processo de negociação com as famílias que foram forçadas a abandonarem suas casas por causa dos riscos de desabamento de imóveis, não teve o interesse de “causar qualquer dano às pessoas”, dando “ampla oportunidade e amplo prazo” para que as vítimas fossem amparadas.

Em meados de março, o diretor financeiro da maior petroquímica da América Latina, Pedro de Freitas, afirmou que a Braskem espera a conclusão do preenchimento com areia das cavidades subterrâneas geradas pela mineração “no final de 2026” ante expectativa anterior de finalização até o fim de 2024.

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A empresa havia reservado até o final do ano passado R$ 15,5 bilhões em provisões para os trabalhos de fechamento de minas, indenização das famílias e execução de medidas cobradas por autoridades na cidade. Desse total, R$ 9,5 bilhões foram desembolsados até o final do ano passado, afirmou a Braskem na ocasião.

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