Brasileiros são acusados por informação privilegiada em compra do Burger King

Os promotores disseram que o cliente não-identificado era um investidor em um fundo da 3G, que muitas vezes compartilhou informações financeiras confidenciais com Prado no entendimento de que seriam mantidas em sigilo

Reuters

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NOVA YORK – Promotores norte-americanos acusaram criminalmente um ex-operador do Wells Fargo e um profissional do mercado financeiro por informações privilegiadas com ativos do Burger King antes da operação de compra da rede de fast-food em 2010.

Waldyr da Silva Prado Neto, que trabalhava para o Wells Fargo Advisors, alegou que soube por um cliente que a empresa de private equity 3G Capital Partners planejava comprar o Burger King, e passou a notícia para Igor Cornelsen, profissional do mercado financeiro e seu colega brasileiro.

Os promotores disseram que o cliente não-identificado era um investidor em um fundo da 3G, que muitas vezes compartilhou informações financeiras confidenciais com Prado no entendimento de que seriam mantidas em sigilo.

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Em vez disso, os investigadores disseram que os réus se comunicavam em português sobre uma possível compra.

Eles disseram que isso incluiu uma troca de e-mails em 18 de agosto de 2010, em que Cornelsen perguntou: “o negócio do sanduíche vai acontecer”, levando Prado responder: “vai acontecer”.

A compra de aproximadamente 3,26 bilhões de dólares foi anunciada duas semanas mais tarde, avaliando o Burger King em 24 dólares por ação, 46 por cento acima do que era negociada antes dos rumores de aquisição virem à tona. Os promotores disseram que Cornelsen e Prado operaram ações do Burguer King ilegalmente, com um lucro de 1,68 milhão dólares e 175 mil dólares, respectivamente.

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Prado, 43 anos, mora em Porto Seguro, e Cornelsen, 65, em São Paulo. Nenhum deles foi preso.

Cada um foi acusado por fraude de valores mobiliários, fraude em conexão com a oferta pública de aquisição e formação de quadrilha. Eles podem pegar até 20 anos de prisão por cada acusação de fraude.

James Benjamin, um advogado representa Cornelsen, não respondeu imediatamente a um pedido de comentário. Prado não pôde ser contatado e não está claro se ele tem um advogado. A 3G não foi acusada.

A SEC e outros reguladores também estão examinando se houve abuso de informação privilegiada antes da aquisição, em fevereiro passado, da fabricante de ketchup Heinz pela 3G e Warren Buffett, da Berkshire Hathaway.