Brasil X Argentina: real tem o 4º melhor desempenho do ano; peso fica na lanterna

Os dados são de um levantamento da consultoria Elos Ayta, divulgado nesta terça-feira (9),

Lucas Gabriel Marins

(arte/Infomoney)
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O placar não está nada favorável para o peso argentino. Mesmo com a queda global do dólar, a moeda hermana não conseguiu engrenar em 2025 e já acumula desvalorização de 27,4% frente à divisa norte-americana – o pior desempenho entre as principais moedas globais no ano.

Na contramão, o real brasileiro valorizou 14,08% no mesmo período, garantindo o 4º melhor resultado mundial. Isso apesar da instabilidade fiscal e do cenário político local, marcado pelo julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e pelas incertezas em torno das eleições de 2026.

Os dados são de um levantamento da consultoria Elos Ayta, divulgado nesta terça-feira (9), que compara a variação cambial do início de janeiro até a segunda-feira (8). O material considera 27 moedas globais.

Para Einar Riveiro, CEO da empresa, a derrocada da moeda argentina reflete a combinação de “inflação elevada, falta de confiança dos investidores e dificuldades do país em estabilizar sua economia”.

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A turbulência política por lá também pesa: após um escândalo envolvendo a irmã do presidente Javier Milei, o Índice de Confiança no Governo caiu em agosto ao menor nível desde sua posse, em dezembro de 2023. No último fim de semana, a coalizão governista ainda sofreu derrota nas eleições, ampliando a vulnerabilidade no mercado.

No caso do Brasil, explicou Riveiro, o desempenho do real foi sustentado, em parte, pelo ingresso de capital estrangeiro e pelos juros elevados, que seguem atraindo investidores para a renda fixa. Em agosto, após um julho negativo, os estrangeiros voltaram a aportar recursos na B3. O saldo líquido ficou positivo em R$ 1,17 bilhão.

Leia mais: Estrangeiros voltam a apostar na B3 em agosto, mas saldo positivo segue contido

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Moedas globais versus dólar

O DXY, índice que mede a força do dólar frente a uma cesta de moedas fortes, recuou 10,18% em 2025. A perda de valor do dólar e a baixa nos Treasuries (título do Tesouro dos EUA) de longo prazo indicam que o mercado precifica maior risco de recessão, segundo parte dos economistas.

Além do real brasileiro, que ficou com o terceiro lugar (14,08%), outras moedas se destacaram. O rublo russo, por exemplo, valorizou 33,99% frente ao dólar, seguido pela coroa sueca (17,84%). O franco suíço (5,19%) aparece em quarto lugar

Entre as quedas, além do peso argentino (-27,40), aparecem a lira turca (-14,35%), a rúpia indiana (-2,84%), a rupia indonésia (-1,75%) e o dólar de Hong Kong (-0,39%).

Veja tabela completa:

PaísMoedaVariação %
RússiaRublo Russo33,99
SuéciaCoroa Sueca17,84
SuíçaFranco Suíço15,19
BrasilReal (Dólar Ptax)14,08
NoruegaCoroa Norueguesa13,61
DinamarcaCoroa Dinamarquesa13,07
Zona do EuroEuro12,94
MéxicoPeso Mexicano11,42
ColômbiaPeso Colombiano11,32
IsraelNovo Shekel Israelense10,27
InglaterraLibra Esterlina8,11
TaiwanDólar Taiwanês7,87
África do SulRand Sul-Africano7,72
PeruSol6,82
JapãoIene6,66
Coreia do SulWon6,36
AustráliaDólar Australiano5,92
CanadáDólar Canadense4,35
ChilePeso Chileno2,86
ChinaYuan2,38
FilipinasPeso Filipino2,08
Arábia SauditaRial Saudita0,14
Hong KongDólar de Hong Kong-0,39
IndonésiaRupia Indonésia-1,75
ÍndiaRúpia Indiana-2,84
DXYÍndice do Dólar-10,18
TurquiaLira Turca-14,35
ArgentinaPeso Argentino-27,40
Fonte: Consultoria Elos Ayta