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BRASÍLIA (Reuters) -O plano nacional de fertilizantes, lançado nesta sexta-feira, tem o objetivo de reduzir a dependência do Brasil de importações desses produtos dos atuais 85% para 45% em 2050, afirmou o Ministério da Agricultura.
A grande dependência de compras externas de fertilizantes pelo país, maior importador global desses insumos, é preocupante, disse a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, considerando que o Brasil é um grande produtor de alimentos.
Essa situação foi acentuada com a guerra na Ucrânia, envolvendo a Rússia, normalmente o principal fornecedor aos brasileiros.
Segundo a ministra, a demanda do Brasil por fertilizantes externos, apesar da expectativa de redução da dependência de importações nos próximos quase 30 anos, ainda será em 2050 “proporcional à grandeza da nossa agricultura”.
“Mas teremos nossa dependência externa bastante reduzida… Não estamos visando a autossuficiência… as commodities continuarão circulando em ambiente de livre mercado… entretanto, precisamos garantir o suprimento para a nossa mais importante atividade econômica”, afirmou Cristina.
Segundo o Sindicato Nacional da Indústria de Matérias-Primas de Fertilizantes (Sinprofert), o plano tem potencial para aumentar em 35% a produção nacional de fertilizantes até 2025, com capacidade de atrair investimentos da ordem de 4 bilhões de reais por ano.
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A ministra disse que o plano brasileiro será pautado em sustentabilidade, atração de investimentos, ciência, tecnologia e segurança jurídica, “para manter legislação moderna e estável”.
Ela afirmou ainda que o governo vai acompanhar as metas do plano, independentemente de interesses políticos. “Este é um plano de Estado e não de governo”, destacou.
Já o secretário especial para Assuntos Estratégicos do Ministério da Agricultura, Flávio Rocha, também disse durante a cerimônia que o governo deve apoiar a conclusão de obras para ampliação da capacidade produtiva nacional, entre outras iniciativas.
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Já foram identificadas 21 obras inacabadas que poderiam estar concluídas e gerando produção nacional de adubos, acrescentou ele, sem dar detalhes.
Ainda de acordo com o plano, ações da Embrapa sobre otimização do uso de fertilizantes podem promover uma economia de 20% no uso de adubos, com redução de custos potenciais da ordem de 1 bilhão de dólares na safra 2022/23.
A empresa de pesquisa agropecuária fará uma “caravana” às regiões produtivas para prestar assistência técnica aos agricultores, informou a Embrapa na semana passada.
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Rocha disse ainda que o governo quer incentivar bioinsumos para lidar com escassez de fertilizantes.
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