Brasil perde competitividade em 2002, segundo o Fórum Econômico Mundial

O Brasil, além de ter o maior spread bancário da pesquisa, tem um dos piores sistemas tributários entre os 80 países

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SÃO PAULO – De acordo com um relatório anual publicado pelo Fórum Econômico Mundial, o Brasil caiu no ranking mundial de competitividade, caindo da 46º posição em 2001 para 44º neste ano.

Segundo a equipe da Universidade de Harvard, Estados Unidos, o Brasil e a Argentina tiveram os piores desempenhos macroeconômicos dentre os 80 países analisados, levando em conta índices macroeconômicos e nível tecnológico, inclusive o funcionamento das instituições públicas e o crime organizado.

Em relação à micro-economia, que leva em conta a estrutura do mercado, sofisticação e inovação das empresas e até a qualidade do ensino público, o Brasil caiu de 30º colocado, para 33º. A competitividade dos países também foi avaliada baseada em uma pesquisa com 4.800 empresários, entre eles brasileiros.

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Brasil tem o maior spread bancário da pesquisa

Entre as vantagens competitivas do Brasil, encontram-se o acesso ao crédito (25º lugar), taxa de câmbio real (2º lugar) e investimentos estrangeiros e transferência de tecnologia (6º lugar).

Já entre as desvantagens encontram-se o spread bancário, maior entre os países analisados, o custo de importação de equipamento estrangeiro (75º lugar), baixa qualidade das escolas e da educação nas áreas de matemática e ciências (48º lugar), sistema tributário ineficiente (77º lugar), poupança (69º lugar), doações políticas legais (66º lugar), taxa de investimento (68º lugar), crime organizado (58º lugar) e setor informal (64º lugar).

Chile foi o destaque na América Latina

Por fim, a pesquisa afirma que os Estados Unidos são a economia mais competitiva do mundo, uma vez que supera a todos em tecnologia e está mais aberta a novos negócios. Na América Latina, destaque para o Chile, que subiu do 27º lugar para 20º lugar.

De acordo com outra pesquisa, realizada pela Fundação Heritage e pelo Wall Street Jornal, o Brasil tem uma das economias mais fechadas do mundo, atrás de Chile, Peru, Bolívia e Argentina, uma vez que os problemas estruturais impediriam seu crescimento no longo prazo.