Brasil e Estados Unidos acordam ALCA; pontos discordantes ficam de fora

Os 38 ministros negociadores da ALCA anunciaram fechamento do acordo, que disfruta de grande flexibilidade

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – Foi anunciado, na noite de quinta-feira, o fechamento do acordo para a formação da ALCA (Área de Livre Comércio das Américas), com a entrevista coletiva dos 34 ministros envolvidos nas negociações, após alcançarem um acordo para flexibilizar os alcances do pacto hemisférico.

Pontos de discórdia ficaram de lado nas negociações
Para o fechamento do acordo, foram colocados apenas pontos de fácil negociação entre os principais negociadores, Brasil e Estados Unidos. Os principais pontos de discórdia, como a questão agrícola, patentes, regras de investimento e intervenção governamental, foram deixados de lado, podendo ser negociados bi ou multilateralmente daqui pra frente.

O ministro da agricultura brasileiro, Roberto Rodrigues, já explicitou a orientação que o Brasil vai tomar nas próximas negociações, continuando a exigir um aumento na cota de produtos como carne, açúcar, etanol, laticínios e suco de laranja, uma vez que as tarifas extra-cotas atingem valores absurdos. A questão dos subsídios, que têm sido questão de grande embate entre os dois principais países da ALCA, deverá ser ponto de grande pressão do Brasil para com os Estados Unidos.

Já os Estados Unidos deixaram claro que o tratamento de tais questões deve ser feito no âmbito global, ou seja, na OMC (Organização Mundial do Comércio).
Quanto à questão das patentes, o chanceler brasileiro, Celso Amorim, afirmou que o Brasil repudia a pirataria, mas não quer que a Alca restrinja a possibilidade de o país quebrar patentes para produzir remédios genéricos, mais baratos.

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Flexibilidade pode tirar benefícios
O formato definitivo começará a ser definido na reunião de vice-ministros, em fevereiro. Mas o caminho indicado até agora já nos permite observar que tal acordo não deve beneficiar o Brasil nos moldes tão desejados por diversos setores competitivos de nossa economia, como agricultura, têxtil, calçados, aço. Tais setores são fortemente protegidos pelo governo norte-americano, devido aos fortes lobbies que eles têm no governo.

Assim sendo, a ALCA adquiriu uma configuração muito flexível, talvez precipitada, uma vez que a negociação dos principais temas deveria ter levado mais tempo, enquanto os países deveriam ter mais exata noção que, no comércio internacional, é preciso abrir mão de alguns pontos, para ganhar em outros e garantir, assim, maior eficiência à economia mundial.

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