Brasil ainda está no “feijão com arroz monetário” e não deve gastar energia com debate heterodoxo, diz economista

No programa Visão Macro desta quarta-feira (15), economistas entram no debate proposto por André Lara Resende sobre a relação entre juros elevados e inflação

Mário Braga

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SÃO PAULO – O histórico brasileiro de inflação elevada apesar do persistente alto patamar dos juros indica que o país não está em condições de debater – quem dirá adotar – uma política monetária não-tradicional. Esta é a avaliação do economista Mauro Schneider, da MCM Consultores, sobre o debate levantado por André Lara Resende, em artigo no Valor Econômico.

Schneider destaca que o Banco Central brasileiro ainda luta para trazer a inflação para níveis mais baixos, similares a de parceiros comerciais, e avalia que para o mercado, o mais importante são as sinalizações que a autoridade monetária tem dado de resgatar sua credibilidade e capacidade de entregar inflação na meta. “Ainda estamos neste feijão com arroz. Acho que não dá para nos darmos ao luxo de gastarmos energia com questões relevantes e provocadoras no bom sentido, mas que ainda não são da nossa realidade”, afirmou durante o Visão Macro desta quarta-feira (15).

Leonardo Palhuca, economista e editor do Terraço Econômico, concorda que o Brasil não tem espaço para passar por experimentos heterodoxos na política monetária e lembra do passado de hiperinflacão e do desafio de décadas que foi conter o ritmo de alta nos preços da casa dos 20% em 1994 para a casa dos 5% do fim da década passada.

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“Quando a gente fez experimentos em 2012, com cavalo de pau na política monetária, as expectativas inflacionárias se descolaram para a casa de 6,5%”, disse, ressaltando que a própria experiência brasileira sinaliza o cuidado necessário na condução da taxa básica de juros.

Schneider alerta ainda para os efeitos defasados e de longo prazo das decisões de monetários e pondera que “é uma questão de responsabilidade”  não fugir das medidas tradicionais, uma vez que os reflexos só devem ser sentidos no médio prazo, talvez até mesmo sob outros governo.s “Se você tem condições bastante estável, você tem condições de experimentar. Quando não tem é mais correto fazer o que está mais consagrado”, disse.

Assista abaixo ao primeiro bloco do Visão Macro desta quarta-feira (15): 

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