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SÃO PAULO – Dezessete companhias tiveram suas projeções revisadas ou coberturas iniciadas por grandes bancos e corretoras. Em destaque, a Bradesco Corretora iniciou a cobertura para as ações da Smiles (SMLE3), com recomendação de compra para os ativos e com preço-alvo de R$ 34,00.
Conforme aponta o analista Aloisio Lemos, a expectativa é de que o mercado de programas de fidelidade continuará em trajetória de crescimento e que a Smiles está bem posicionada para capturar boa parte desta evolução. Assim, ao passo que a indústria de cartões de crédito cresce, o mesmo deve acontecer com o programa de fidelidade dos cartões, principalmente os de alta renda, que ganham mais pontos.
Além disso, a recente mudança das regras de resgate de pontos da Multiplus (MPLU3) em relação aos preços das passagens em pontos, é considerada uma boa oportunidade para a Smiles, avalia o analista. Até maio de 2013, o resgate de pontos em períodos de alta demanda costumava ser mais barato na Multiplus do que na Smiles; entretanto, a Multiplus passou a poder cobrar até 35.000 pontos por um voo doméstico, reduzindo a atratividade por voos altamente demandados.
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“Acreditamos que isto é uma boa oportunidade para a Smiles ganhar market share [participação de mercado]. Além disso, em nossa visão, a Smiles parece possuir um modelo mais balanceado e flexível do que a Multiplus. Mesmo após as mudanças na Multiplus, a Smiles ainda possui maior flexibilidade na precificação de passagens”, aponta Lemos.
Santos Brasil: um porto seguro, mas fique atento
“Um porto seguro, mas é bom ficar de olho nas nuvens”. É assim que os analistas da Bradesco Corretora, Edigimar Maximiliano Jr, Luiz Peçanha e André Mazini definem a visão de investimento sobre a Santos Brasil (STBP11), mantendo a recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado) para os ativos e com preço-alvo de R$ 40,00.
Os analistas atualizaram as estimativas de modo a incorporar os resultados do primeiro trimestre e as novas premissas econômicas, mas ainda vendo a companhia como o melhor ativo que opera no setor portuário, o Tecon Santos, como uma “máquina de dinheiro” após os investimentos realizados entre 2001 e 2011. Para os analistas, a renovação da concessão do Tecon Santos deve ser o principal gatilho para o desempenho das ações.
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Porém, nem tudo são flores. Os analistas acreditam que a competição crescente possa afetar alguns números da empresa, com o início das operações da Embraport no Porto de Santos. Porém, no longo prazo, a expectativa é de que os volumes cresçam 2 vezes acima do esperado frente o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro.
Itaú atualiza projeções para Iochpe-Maxion
As analistas do Itaú BBA, Renata Faber e Thaís Cascello, atualizaram as projeções para as ações da Iochpe-Maxion (MYPK3), de modo a incorporar os resultados do primeiro trimestre de 2013 e as novas projeções macroeconômicas.
“Mesmo achando que 2013 será um ano de transição para a empresa – portanto, o múltiplo deste ano está esticado -, continuamos otimistas em relação à Iochpe no longo prazo, considerando a diversificação geográfica global, que reduz o risco e a dependência em relação a qualquer país ou região, o potencial para captura de sinergias das aquisições e o relacionamento firme com os clientes (devido à plataforma e à liderança em nível global)”, afirmam as analistas.
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Com isso, as analistas mantiveram a recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado) e apresentando um novo preço-alvo de R$ 30,00 por ativo.
Setor industrial é preferido do BTG Pactual
Em meio ao cenário bastante conturbado no Brasil, com a saída dos investidores com a possível antecipação da redução dos estímulos monetários pelo Federal Reserve, associado ao cenário ruim da China, depreciação do real e ambiente altista para os juros básicos de forma a conter a inflação, os analistas do BTG Pactual destacaram as suas preferências no mercado acionário. Os analistas Renato Mimica, Felipe Nüssli e Samuel Alves destacam que, apesar do cenário de turbulência, a projeção é de que haja melhora do desempenho das ações do setor industrial nos próximos trimestres, somado aos benefícios inerentes da desvalorização do real no longo prazo e os menores riscos regulatórios.
Neste cenário, a Embraer (EMBR3), fabricante de aviões, aparece como uma das “vencedoras”, seguida por empresas como a Marcopolo (POMO4), Randon (RAPT4) e Iochpe-Maxion (MYPK3), em meio à maior rentabilidade com as exportações e os maiores ganhos com conversão da moeda nas operações internacionais.
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Além disso, a produção de veículos pesados no Brasil deve continuar surpreendendo, o que pode, por sua vez, diminuir a alavancagem. Neste caso, a Iochpe é a companhia que apresenta as melhores perspectivas.
Concessionárias são boas opções?
Apesar de avaliar que o controle de preços sobre as concessões possam, sem dúvida, adicionar incertezas regulatórias, os analistas acreditam que a CCR (CCRO3) e de portos como a Santos Brasil estão com os papéis descontados e devem se beneficiar de um robusto avanço das concessões.
Já a Mills (MILS3), deve ver seus papéis pressionados em meio às incertezas sobre como se darão os gastos do governo, embora a companhia também se beneficie com investimentos do setor privado. Já com relação às aéreas, o BTG acredita que a Gol deve continuar sofrendo em um cenário de maior queda do real, enquanto a Multiplus, programa de fidelidade da LATAM, deve se beneficiar da depreciação da moeda brasileira.
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5 apostas para o varejo em meio ao cenário ruim
Dado o cenário de menor crédito e consumo, pressão de inflação e menor confiança do consumidor, os analistas do BTG veem dias mais difíceis para a companhia do setor, vendo espaço para que novas revisões para baixo de modo a refletir o cenário macroeconômico mais negativo.
Desta forma, os analistas Fabio Monteiro, João Mamede e Stefan Weskott, recomendam evitar a exposição em empresas do setor de consumo discricionário, como eletrônicos, aparelhos, acessórios e cosméticos, que dependem fortemente do crédito e que dependem fortemente do câmbio para a contabilização do COGS (Custo dos produtos vendidos).
Mas o que comprar dentro do setor? Monteiro, Mamede e Weskott reforçam a preferência pelos ativos do Pão de Açúcar (PCAR4), Lojas Americanas (LAME4), Arezzo (ARZZ3), Brasil Pharma (BPHA3) e IMC (IMCH3), apesar de acreditar que estas ações também podem sofrer em um cenário de “debandada” da bolsa.
Em comum, 4 destas cinco companhias não apresentam dependência do crédito e o crescimento das expectativas de lucro por ação são pouco intensificadas em um cenário macroeconômico que afetem as varejistas, caso de desemprego, renda disponível e crédito. Em comum, destacam os analistas, a percepção de baixo risco, crescimento do ROIC (retorno sobre o capital investido) e o crescimento superior do lucro por ação reforça a perspectiva positiva para estes papéis.
Morgan Stanley eleva recomendação para MMX
O Morgan Stanley elevou a recomendação das ações da MMX Mineração (MMXM3) de underweight (desempenho abaixo da média) para equal-weight (desempenho em linha com a média), em função da melhora no risco/repensa do ativo.
O preço-alvo, por sua vez, foi reduzido para R$ 1,50, ante avaliação anterior de R$ 3,10. Isso ocorre, explicam os analistas Carlos De Alba e Lulica Rocha, em função da remoção da expansão de Serra Azul no cenário base da mineradora devido a falta de financiamentos e atrasos nas licenças.
A análise mostra-se mais otimista do que a do HSBC, que divulgou ontem relatório no qual apontava preço-alvo de R$ 1,00, com recomendação underweight.
Enquanto isso, os preços-alvo dos ADRs (American Depositary Receipts) da Vale (VALE3;VALE5) foram reduzidos de US$ 24,00 para US$ 18,00, também com recomendação equalweight para os ativos.
JPMorgan eleva estimativas para Vale e reduz para Petrobras
O JPMorgan atualizou as suas estimativas para as duas maiores companhias brasileiras, com visões opostas sobre elas. Os analistas do banco norte-americano elevaram as projeções para a Vale, mas mantendo a recomendação e o preço-alvo para as ações, enquanto reduziram as estimativas e o preço-alvo para as ações da Petrobras (PETR3;PETR4).
Com relação à petrolífera brasileira, os analistas Carlos Carvalhal e Felipe dos Santos avaliaram os impactos de um cenário econômico mais deteriorado, em meio às perdas operacionais com o aumento das importações, que podem crescer para R$ 4,2 bilhões no próximo resultado, na comparação com os R$ 2,2 bilhões do segundo trimestre de 2013. Além disso, os analistas estimam uma relação de preço sobre lucro do ADR (American Depositary Receipts) de US$ 2,39 para US$ 1,85, em meio às pressões sobre a alta do dólar frente ao real.
Por outro lado, os analistas Rodolfo Angele, Mandeep Manihani e Lucas Ferreira elevaram as suas perspectivas para os números da Vale, mantendo a recomendação overweight (exposição acima da média) para os ativos da companhia e aumento o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) em 1% para 2013 – para US$ 20,1 bilhões.
Com isso, eles mantiveram o preço-alvo de US$ 23,00 para os ADRs equivalentes aos ativos ordinários da companhia e de US$ 22,50 para os ativos equivalentes aos PNs, o que configura um potencial de valorização de 73,58% e 82,63%, respectivamente, em relação ao último fechamento.