Bradesco lança PDV, “mensalinho” da JBS a fiscais sanitários, venda da Alpargatas e 3 recomendações no radar

Confira os destaques do noticiário corporativo desta quinta-feira (13)

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SÃO PAULO – O noticiário corporativo é bastante movimentado, com destaque para o lançamento pelo Bradesco de um plano de desligamento voluntário, a venda da Alpargatas pela J&F, a notícia de que a JBS pagava mensalinho a fiscais sanitários, segundo delação de Wesley Batista noticiada pelo Valor, além de três recomendações. Veja mais destaques: 

Bradesco (BBDC4)
O Bradesco anuncia um Plano de Desligamento Voluntário Especial, com início nesta quinta-feira. O comunicado enviado ao mercado não traz detalhes sobre o motivo de ser denominado “especial”, nem a quantidade de funcionários, áreas ou meta financeira pretendidos. Diz apenas que “poderão aderir os funcionários da Organização Bradesco que preencherem os requisitos estabelecidos no regulamento”.

Ainda de acordo com a nota da instituição, a implementação do PDV “não afetará o elevado padrão de qualidade dos serviços prestados aos seus clientes e usuários, em todas as localidades em que atua.”

Não perca a oportunidade!

Alpargatas (ALPA4)

O grupo J&F, dos empresários Joesley e Wesley Batista, comunicou na noite de ontem a venda de sua fatia de controle na Alpargatas – donas da Havaianas – para o Cambuhy (fundo da família Moreira Salles), Brasil Warrant e para a Itaúsa (holding de investimentos do Itaú) por R$ 3,5 bilhões. A companhia também é dona de marcas a Osklen e da operação da Mizuno no País.

Segundo comunicado, o valor de aquisição considerou o preço de R$ 14,25 para cada ação ordinária e R$ 11,40 para cada papel preferencial. O pagamento será feito à vista e a operação ainda depende de aprovação do Cade.

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A J&F havia comprado a Alpargatas há 18 meses, por R$ 2,7 bilhões, para socorrer outro grupo empresarial em dificuldades – a Camargo Corrêa, que precisava de dinheiro para cumprir obrigações decorrentes do acordo de leniência que havia feito no âmbito da Operação Lava Jato.

JBS (JBSS3)

Ainda no noticiário da J&F, o Valor Econômico informa que JBS pagou propina mensalmente, durante vários anos, a cerca de 200 fiscais do Ministério da Agricultura, de acordo com delação premiada feita pelo presidente da companhia, Wesley Batista, ao Ministério Público Federal. O “mensalinho” chegava a R$ 20 mil por servidor. O objetivo era fazer os fiscais federais agropecuários flexibilizarem a aplicação das regras sanitárias. 

A relação com os nomes dos fiscais envolvidos será enviada ao MPF em até 60 dias, segundo compromisso firmado por Wesley durante o processo de delação e deve fornecer mais munição à Operação Carne Fraca. 

JBS concluiu negociações com os bancos para assegurar a manutenção das linhas de crédito de curto prazo, segundo pessoas a par do assunto e que não estão autorizadas a falar publicamente.

Já a Bloomberg destacou, citando fontes, que a JBS concluiu renegociação de dívidas com os bancos. Os maiores credores da companhia, incluindo Banco do Brasil, Caixa Econômica, Banco Santander e Banco Bradesco, concordaram em estender as linhas de crédito em 12 meses, sem mudanças nos juros, em troca de garantias adicionais e pagamento adiantado de 10% do total. Esses bancos serão os primeiros a serem pagos caso a JBS venda algum ativo. Segundo o acordo, 80% dos recursos com a venda de ativos serão usados para pagar dívidas com bancos
Total da dívida da JBS era de R$ 23,8 bi no primeiro trimestre, segundo relatório da JPMorgan.

Foi celebrado, ainda, um acordo em separado com o Itaú com maior percentual de pagamento adiantado e sem garantias adicionais. A JBS não quis comentar sobre termos de qualquer acordo. A empresa disse nesta quarta, em um comunicado, que mantém “discussões produtivas e construtivas” com instituições financeiras. Bradesco, Caixa, Itaú e Banco do Brasil não comentaram. 

Por fim, a JBS confirmou que, em decisão proferida na noite de ontem, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região concedeu liminar removendo a restrição da Companhia em negociar ativos. A referida decisão autoriza “que a JBS possa dar curso normal às suas atividades, para comprar e também para vender bens componentes de seu ativo, em especial a totalidade das ações de suas subsidiárias detentoras das operações de carne bovina na Argentina, Paraguai e Uruguai ao Grupo Minerva”. 

Adicionalmente, a Companhia destacou que, em 6 de julho, o Conselho Administrativo de Defesa Econômico (CADE) emitiu sua aprovação sem restrições em relação à alienação das operações supracitadas, sendo que ainda está em curso o prazo para que a decisão se torne definitiva.

Petrobras (PETR3;PETR4

A Petrobras anunciou nesta quinta-feira um novo reajuste de preços nos combustíveis. Segundo a estatal, será feita uma elevação do preço médio nas refinarias em 1,7% para a gasolina e corte de 0,9% para o diesel. Os novos preços entram em vigor a partir da meia-noite desta sexta-feira (14).  Esta foi a oitava revisão de preço de combustíveis desde que passou a adotar a política de reajustes diários, no dia 30 de junho.

A empresa argumenta que, com a possibilidade de reajustar diariamente os preços, tem mais ferramentas para competir com as empresas importadoras, que estão ganhando espaço no mercado brasileiro.

Senior Solution (SNSL3)
A Senior Solution anunciou que seu Conselho de Administração aprovou a obtenção de um novo financiamento junto ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), no valor de R$ 23,4 milhões.

Segundo Thiago Rocha, Diretor de Relações com Investidores, os recursos serão utilizados para acelerar o crescimento orgânico da empresa. A maioria dos dispêndios serão voltados à linha de pesquisa e desenvolvimento.

“Desde o IPO realizamos quatro aquisições. Vamos acelerar a evolução de alguns produtos e integrar as soluções que adicionamos com essas aquisições. Estamos construindo uma suite imbatível para o setor financeiro brasileiro”, afirma o executivo. 

O financiamento possui carência de 30 meses, prazo de amortização de 48 meses e custo correspondente à TJLP + 2,0% ao ano. “A futura liberação dos recursos nos ajudará a recompor o saldo de caixa, reduzido em novembro de 2016 com a aquisição da attps. Indiretamente, isso amplia a folga financeira necessária para retomarmos as aquisições”, conclui o executivo.

Localiza (RENT3)
A Localiza informou que foi aprovado, em Assembleia Geral Extraordinária, os novos planos de incentivo de longo prazo baseados em ações da companhia, com o objetivo de “atrair, motivar, reter e alinhar os interesses dos elegíveis como participantes aos interesses da empresa”.

Ainda no noticiário da companhia, o Itaú BBA elevou a recomendação para os papéis de market perform para outperform, com o preço-alvo sendo elevado de R$ 42,00 para R$ 55,00. 

Anima (ANIM3)

A  Anima, por sua vez, teve sua recomendação elevada para neutro pelo Safra, com preço-alvo elevado de R$ 15,30 para R$ 18,50. 

Ecorodovias (ECOR3)

A Ecorodovias teve a recomendação elevada de manutenção para compra pelo Santander.

JSL (JSLG3)

A JSL fez roadshow de 12-18 de julho para possível emissão externa. A emissão de senior notes está em fase preliminar e não há qualquer definição sobre o volume total da emissão, prazo, taxas de juros ou quaisquer outros detalhes. A decisão dependerá, dentre outros fatores, da atratividade das condições de mercado
Captação de recursos, caso venha a ser realizada, será conduzida junto a investidores institucionais qualificados, exclusivamente no mercado internacional.

Somos Educação (SEDU3)
A Somos Educação aprovou a emissão de até R$ 800 milhões em debêntures, que será feita em 3 séries em emissão para investidor qualificado. O prazo será de 3, 5 e 7 anos para primeira, segunda e terceira série, respectivamente.

A primeira série terá remuneração de CDI + spread de 1,60% ao ano, enquanto a segunda terá spread de 1,85% e a terceira série terá NTN-B 2024 + 1,85%.

(Com Bloomberg e Agência Estado)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.