Bradesco e Goldman veem BC prudente e não embarcam em previsão de queda de meio ponto da Selic

Em meio ao aumento de apostas de maior redução dos juros básicos da economia na próxima reunião do Copom, bancos mantêm projeções de corte de 0,25 ponto percentual

Bloomberg

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(Bloomberg) — Ganha força a visão de que o Banco Central pode adotar uma postura mais agressiva ao iniciar o ciclo de alívio monetário no Brasil na próxima semana, juntando-se a outras autoridades monetárias ao redor do globo em meio ao enfraquecimento da economia mundial. Entretanto, casas como Bradesco e Goldman Sachs mantêm uma visão cautelosa – em contraste com outras instituições como Itaú e Bank of America Merrill Lynch.

A curva de juros acelerou as apostas em corte de 0,50 ponto porcentual da Selic, para 6%, no encontro de 31 de julho, após a aprovação da reforma da Previdência em 1º turno na Câmara, além dos dados de inflação sob controle e os sinais de enfraquecimento da atividade global.

Apesar disso, Bradesco e Goldman Sachs mantêm a previsão de que a dose inicial será de 0,25 ponto porcentual, por acreditarem numa estratégia de parcimônia do Copom. Em futuras decisões, o BC poderia aumentar a dose dependendo de condições como uma queda maior do dólar após a Previdência passar no Senado, mas este não é o cenário básico neste momento. Os cortes de juro ainda poderiam acelerar mais à frente no caso de uma nova e inesperada piora da atividade. No total, as duas casas esperam um ciclo de -1 p.p., inferior a atual precificação do mercado, de -1,25 p.p.

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“Dado o discurso mais prudente do BC e a possibilidade ainda de haver mais desidratração na reforma, tenho previsão de corte de 0,25 pp para o Copom, mas com possibilidade razoável de ser 0,50 pp”, diz Alberto Ramos, economista-chefe para América Latina do Goldman Sachs. “Quanto mais tempo demora a aprovação da reforma, mais há risco de algum choque político interferir no processo.”

O economista Leandro Negrão, do Bradesco, avalia que a atividade terá um peso decisivo nos próximos passos do BC, que deve ainda aguardar dados capazes de mostrar o impacto da reforma da Previdência e da liberação do FGTS. A expectativa do banco é de que a economia melhore e o PIB cresça 2,2% em 2020 – e o foco do BC já está voltando para a meta de inflação no próximo ano.

As doses de corte do Copom poderiam até aumentar nas próximas reuniões, mas isso dependeria de uma frustração adicional da atividade, que não é esperada pelo Bradesco.

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Já Itaú e Bofa, por outro lado, acreditam que a aprovação da reforma da Previdência, a postura dovish dos principais bancos centrais e os dados benignos de inflação justificam um corte inicial de 0,5 pp.

O Itaú prevê três cortes seguidos de 0,50 pp, levando a Selic a 5% no fim do ano. O Bank of America Merrill Lynch estima que a taxa básica deve encerrar 2019 em 4,75%.

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