Bradesco BBI revisa construtoras de baixa renda e eleva Tenda (TEND3) para compra; JPMorgan destaca preferidas no setor

No setor de baixa renda, preferência do BBI é por Direcional e Tenda; numa análise mais geral, JPMorgan apontou preferência por Cyrela e DIRR3

Lara Rizério

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O Bradesco BBI e o JPMorgan revisaram as suas projeções para as ações de construtoras na B3.

Com foco nas ações voltadas à baixa renda, os analistas do BBI elevaram a recomendação para as ações da Tenda (TEND3) de neutra para outperform (desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra), com preço-alvo de R$ 21, destacou a companhia como a “segunda preferida” do segmento. Às 10h32 (horário de Brasília) desta terça-feira (5), os papéis TEND3 subiam 4,50%, a R$ 13,01.

A primeira é a Direcional (DIRR3), também outperform, com preço-alvo de R$ 30, seguida assim por Tenda e MRV (MRVE3), esta última com preço-alvo de R$ 17. Na sequência, estão Plano&Plano (PLPL3) e Cury (CURY3), todas com recomendação equivalente à compra, sendo que para PLPL3 o preço-alvo é de R$ 16 e para CURY3 é de R$ 24, mantendo perspectiva positiva para o segmento.

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“Entre as histórias ‘estáveis’ (CURY3, DIRR3, PLPL3), temos uma forte preferência por DIRR3 (to pick), principalmente devido a um desconto de avaliação não justificado de 22% em relação à média dos pares (6,4 vezes o múltiplo de preço sobre o lucro esperado para 2024 versus de 8,1 vezes dos pares) e 24% de desconto para Cury (em 8,4 vezes)”, avalia.

Agora, a Tenda é a escolha preferida do banco entre os cases de recuperação (MRVE3 e TEND3), e sua segunda escolha no segmento de baixa renda (depois de DIRR3), pois vê uma relação entre risco-recompensa atraente e um upside significativo para seu múltiplo de P/L de 3,8 vezes esperado para 2025 ( cerca de 50% de diferença em relação à média dos pares).

O JPMorgan, por sua vez, manteve a recomendação de Tenda como neutra e destacou a seguinte ordem de preferência para o setor de construção: Cyrela (CYRE3), Direcional, MRV, Cury, Tenda e EzTec (EZTC3).

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“Continuamos positivos em relação às construtoras residenciais brasileiras, uma vez que a melhora contínua nas condições macro – inflação mais baixa e taxas mais baixas – deverá apoiar o desempenho das empresas durante 2024, uma vez que os nossos preços-alvo para dezembro de 2024 implicam uma alta entre 30% e 80%, após a recuperação deste ano de 20% e  65% (ex-Tenda +195%) versus avanço de 16% do Ibovespa. Além disso, vemos o setor sendo negociado a 8,0-11,0 vezes o P/L esperado para 2024, oferecendo espaço para uma reajuste de aproximadamente 10%”, avalia.

O banco destaca preferir o segmento de renda média e alta em detrimento do segmento de baixa renda devido a: i) impulso positivo à medida que a Selic continue caindo; ii) concorrência relativamente menor versus baixa renda; e iii) menor risco de execução, uma vez que o setor não depende de apoio governamental.

“Cyrela é nossa principal escolha no setor, refletindo sua exposição relativamente maior ao segmento de renda média e alta, com execução de prêmios durante 2023 e possibilidade de alta para 2024 se a Selic cair mais rápido do que o esperado – nossos economistas esperam que a Selic termine 2024 em 9,5% versus consenso do Focus em 9,25%”, avalia.

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O JPMorgan cortou estimativas para MRV e EzTec. Para a MRV, cortou o preço-alvo em 16% para R$ 16,00 (mas ainda um potencial de valorização de 76%), refletindo uma redução na contribuição da Resia, bem como uma redução no segmento principal da MRV. Apesar do corte, segue overweight (exposição acima da média, equivalente à compra) dado o potencial de valorização. Para a Eztec, o preço-alvo foi cortado em 14%, para R$ 24,00, devido a lançamentos mais fracos do que o esperado este ano (corte de 10% na estimativa), levando a uma redução de 2-6% em relação às suas expectativas anteriores para lançamentos de 2024-25. A recomendação para EZTC3 é neutra.

Para TEND3, a recomendação é neutra, com preço-alvo sendo cortado de R$ 18 para R$ 17 (upside de 37%); já para Direcional, a recomendação é overweight, com target de R$ 29 (upside de 47%). Para Cyrela, também overweight, o preço-alvo é de R$ 30, com upside de 40%, enquanto Cury (também overweight) tem preço-alvo de R$ 23 (upside de 34%).

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.