Bradesco (BBDC4) tem lucro recorrente 34% maior no 3º trimestre, pouco acima das expectativas

Projeção dos analistas, segundo a Refinitiv, era por um lucro de R$ 6,469 bilhões no terceiro trimestre; resultado veio 4,6% acima, em R$ 6,767 bilhões

Rodrigo Petry

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SÃO PAULO – O Bradesco (BBDC3BBDC4) teve lucro líquido recorrente de R$ 6,767 bilhões no terceiro trimestre deste ano.

Esse desempenho representou um aumento de 34,5% maior na comparação com o mesmo período do ano passado e 7,1% acima do reportado no segundo trimestre deste ano.

O desempenho veio pouco acima da projeção esperada pelos analistas da Refinitiv – superior em 4,6% –, que era de um lucro de R$ 6,469 bilhões no terceiro trimestre.

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Já o lucro contábil foi de R$ 6,648 bilhões, o que representa um crescimento de 58,5% na base anual e alta de 11,3% frente o 2º trimestre.

Principais números do balanço do Bradesco

Em mensagem que acompanha o balanço, a administração do Bradesco diz que os resultados foram puxados pela forte recuperação das operações de seguros e pelo desempenho das receitas com a margem financeira com clientes e prestação de serviços.

Segundo a empresa, o lucro do 3º trimestre foi o segundo maior da série histórica, superando inclusive os resultados de períodos que antecederam a pandemia (3T19 e 4T19), “reflexo da melhora da atividade econômica, aliada a ampla diversidade de produtos oferecidos aos clientes”.

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Em termos de indicadores de rentabilidade, o Bradesco informou que o retorno sobre o patrimônio líquido médio (ROAE, na sigla em inglês)  foi de 18,6% no 3º trimestre deste ano, acima dos 17,6% do 2º trimestre deste ano, e superior aos 15,2% do mesmo período do ano passado.

PDD e Inadimplência

Além disso, o banco destacou que houve menores despesas com PDD, mesmo com o expressivo crescimento da carteira de crédito. Conforme a empresa, a PDD expandida foi de R$ 3,358 bilhões, retração de 39,9% em 12 meses e de 3,7% no trimestre.

“Apesar do crescimento da carteira de crédito e da manutenção do índice de cobertura acima de 90 dias em cerca de 300%, observa-se uma redução da despesa de PDD Expandida, refletindo a qualidade nos processos de concessão de credito e do mix de produção praticado”, escreveu o Bradesco.

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Em setembro de 2021, o índice de inadimplência total acima de 90 dias apresentou leve aumento em relação ao trimestre anterior, permanecendo nos menores patamares da série histórica. Em relação ao 3T19, período que antecedeu a pandemia, o índice apresentou melhora de 1,0 ponto porcentual.

Margem financeira

A margem financeira atingiu R$ 15,702 bilhões, alta de 2,7% na comparação anual e queda de 0,2% frente ao 2º trimestre, com destaque para “a boa performance da margem com clientes, que evoluiu mais de 4% no trimestre, atingindo um spread de 9,0%.”

Margem Financeira com Clientes x PDD Expandida

balanco-bradesco

Já a receita de serviços prestados somou R$ 8,756 bilhões, avanço de 7,8% em um ano e alta de 4,1% ante o trimestre imediatamente anterior.

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“A retomada da atividade econômica iniciada no 2T21 aliada ao crescimento dos negócios no 3T21 impulsionaram o
desempenho das receitas de prestação de serviços”, afirmou o Bradesco, acrescentando a marca superou superando os períodos que antecederam a pandemia (3T19).

Neste caso, os destaques para o período estão nas evoluções das receitas com cartões, conta corrente, consórcios e operações de crédito, que apresentaram crescimento em todos os períodos comparativos.

Seguros

Na área de seguros, a empresa informou que registrou um lucro de R$ 1,543 bilhão, alta de 135,4% no trimestre e expansão de 16,4% em 12 meses, com um ROAE de 18,1%, ante 7,8% do 2º trimestre deste ano e 14,9% do terceiro trimestre do ano passado.

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“O 3T21 foi marcado pela forte recuperação dos resultados das operações de seguros, que evoluíram mais de 100% no trimestre, motivados pela redução da frequência dos eventos relacionados à Covid-19 juntamente com o avanço do resultado financeiro, reflexo do comportamento dos índices econômico-financeiros.”

Despesas

Em relação às despesas operacionais, que somaram R$ 8,756 bilhões, o banco informou que aumentaram 1,3% na comparação com o mesmo trimestre do ano passado e 8,1% frente ao segundo trimestre deste ano.

No acumulado de 12 meses, destaca o banco, porém, que as despesas operacionais reduziram-se 2,5%, “evidenciando as ações da administração na gestão eficiente de custos, que contribuíram para uma melhora de cerca de 2 p.p. no índice de eficiência acumulado em 12 meses (3T21 x 3T20).”

Em relação ao trimestre anterior e ao 3T20, a empresa ressalta que houve o efeito do acordo coletivo ocorrido a partir de setembro de 2021, cujo índice de correção foi de cerca de 11%.

Guidances revisados do Bradesco

Análises

O Itaú BBA avaliou como positivo os resultados, pouco acima das projeções do banco, destacando que o crescimento da carteira de crédito foi forte, com spreads ligeiramente melhores e apenas uma deterioração moderada da qualidade. O banco mantém avaliação marketperform para ações do Bradesco, e preço-alvo de R$ 25.

O Credit Suisse comentou que os resultados foram ligeiramente positivos, considerando os resultados 6% acima do consenso, mantendo recomendação  outperform para ações do banco e preço-alvo de R$ 30,91.

O Morgan Stanley comentou que o banco reportou resultados fortes, com destaque para o “impressionante controle de custos”. Assim, o Morgan Stanley mantém avaliação outperform para ações do Bradesco, e preço-alvo de US$ 6,36 para o ADR da companhia negociado na Bolsa de Nova York.

A XP também apontou que o Bradesco divulgou resultado acima do esperado, principalmente suportado pelo resultado de seguros acima do esperado e menores despesas com provisões adicionais do Grupo Segurador e com provisões operacionais (cíveis e fiscais).

Os analistas também destacam que, embora o banco tenha consumido 28p.p. de índice de cobertura, o atual nível de 297% ainda é superior aos pares privados (250% do Santander e 234% do Itaú), enquanto o índice de inadimplência também cresceu em um ritmo inferior ao dos pares.

“Com isso, enxergamos o Bradesco como o mais defendido em um cenário macroeconômico mais desafiador à frente, embora acreditemos que o pico da inadimplência ainda esteja por vir. Com isso, reiteramos nossa recomendação neutra e preço-alvo de R$ 26 por ação”, aponta a XP.

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