Bolsas sobem às vésperas de decisão de juros do Fed; confira esse e mais assuntos do mercado hoje

Primeiro dia de reunião de política monetária do Copom é destaque na agenda local

Felipe Moreira

(Getty Images)

Publicidade

Os mercados nos EUA e na Europa operam com alta nesta terça-feira (21), às vésperas da divulgação da decisão sobre juros do Comitê de Mercado Aberto do Banco Central americano (Fomc, na sigla em inglês) e após recuperação dos ativos globais na véspera com anúncio de compra do Credit Suisse pelo UBS.

A maioria dos agentes do mercado espera uma nova elevação de 25 pontos-base nos juros americanos, mas uma pausa no ajuste monetário não é descartada. Vale lembrar que poucas semanas atrás, economistas acreditavam que o Fed voltaria a acelerar o ritmo de alta dos juros. Afinal, os indicadores mais recentes mostravam uma inflação resistente e um mercado de trabalho ainda apertado.

Contudo, a crise de liquidez que atingiu bancos regionais dos EUA e a disposição do BC americano em ajudar, injetando recursos nas instituições financeiras, mudou essa perspectiva. A falência do Silicon Valley Bank (SVB), na Califórnia, e o fechamento do Signature Bank, em Nova York, podem fazer com que os formuladores de política monetária reavaliem os impactos das oito altas de juros consecutivas realizadas até agora.

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Por aqui, o Ibovespa não conseguiu acompanhar a alta do exterior na véspera, tendo sido impactado, principalmente, pelo noticiário político local. O presidente Lula voltou a destacar que investimentos e avanços sociais não podem ser colocados como gastos e a defender o uso de bancos públicos para a oferta de crédito e o financiamento do desenvolvimento do país, o que causou incômodo.

As declarações vêm na mesma semana em que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, deve apresentar o novo arcabouço fiscal.

Diante disso, as expectativas em torno da política monetária do BC ficam ainda mais em evidência. O Comitê de Política Monetária (Copom) inicia hoje sua reunião de dois dias. A expectativa é de manutenção da Selic em 13,75%.

Continua depois da publicidade

1.Bolsas Mundiais

Estados Unidos

Os índices futuros dos EUA amanhecem no terreno positivo, estendendo os ganhos da sessão de recuperação da véspera, quando a esperança de que a turbulência bancária fosse contida dominou os mercados.

Hoje investidores se posicionam na expectativa de um ritmo mais lento de aperto monetário do Fed à luz da crise bancária. Os traders agora estão precificando uma chance de 77% de um aumento de 0,25 ponto percentual na taxa quando o Fed encerrar sua reunião de política monetária de dois dias amanhã (22), de acordo com a ferramenta FedWatch, do CME Group. A probabilidade de uma pausa é de 23%.

Veja o desempenho dos mercados futuros:

Continua depois da publicidade

Ásia

Os mercados asiáticos fecharam com alta em sua maioria, depois que Wall Street registrou um rali de alívio no pregão passado na esperança de que a crise bancária possa estar diminuindo, após a aquisição do banco suíço Credit Suisse pelo rival UBS.

Na frente econômica, o  índice de preços ao produtor da Coreia do Sul para fevereiro subiu 4,8% em relação ao ano anterior, abaixo dos 5,1% de janeiro.

Europa

Os mercados europeus sobem com redução dos temores dos investidores após UBS adquirir seu rival Credit Suisse.

Publicidade

Na véspera, as bolsas europeias oscilaram, com o índice pan-europeu Stoxx 600 caindo nas primeiras horas de negociação antes de entrar no território positivo.

Cabe destacar ainda que ontem a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, afirmou  que o BC europeu não se comprometerá com a próxima decisão de juros, diante da turbulência do sistema financeiro global, apesar de seguir reforçando que o BC seguirá com sua meta da inflação de 2% ao ano. Segundo a banqueira central, incertezas elevadas “reforçam a importância de uma abordagem dependente de dados”.

Commodities

As cotações do petróleo operam com alta, com acordo entre UBS e Credit Suisse reduzindo algumas preocupações sobre o apetite por petróleo.

Continua depois da publicidade

Após o anúncio do acordo, os principais bancos centrais, incluindo o Fed e o Banco Central Europeu, indicaram que aumentariam a liquidez do mercado e apoiariam outros bancos.

Já os preços do minério de ferro operam com baixa na bolsa de Dalian, com preocupações persistentes sobre intervenção do governo da China e restrições contínuas à produção.

Bitcoin

2. Agenda

O Comitê de Política Monetária (Copom) do BC brasileiro inicia hoje (21) sua segunda reunião do ano. No encontro anterior, o Comitê manteve a taxa de juros em 13,75%.

Publicidade

Brasil

9h30: Lula dá entrevista ao Portal 247

10h: Primeiro dia de reunião do Copom

11h40: Fernando Haddad, ministro da Fazenda, fala em seminário do BNDES

EUA

Primeiro dia de reunião do Fed

11h: Moradias usadas de fevereiro

3. Noticiário econômico

Reunião do Copom inicia hoje em meio a pressões do governo por juros menores

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) inicia hoje sua segunda reunião para decidir sobre a taxa básica de juros após a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O encontro do comitê acontecerá em meio a pressões para a redução da taxa Selic vindas do governo.

Desde que assumiu a presidência, Lula vem criticando a taxa de juros no país e a atuação Banco Central, presidido por Roberto Campos Neto.

A decisão sobre os juros sai amanhã (22), após o fechamento do mercado. A expectativa é pela manutenção da taxa em 13,75% ao ano, patamar que está desde agosto de 2022, o maior nível desde dezembro de 2016.

4. Noticiário político

Pacheco defende investimentos com sustentabilidade fiscal após encontro com Haddad

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), defendeu que é preciso assegurar os investimentos sem deixar de lado a sustentabilidade das contas públicas. A manifestação do parlamentar, em sua conta no Twitter, foi feita na última segunda-feira (20) após ele se reunir com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para tratar da proposta de novo arcabouço fiscal, que deve ser apresentada pelo governo até o fim da semana.

“Temos de promover uma ampla discussão no Congresso, no sentido de assegurar os investimentos que precisam ser feitos, nas áreas da saúde, da educação, da segurança e da infraestrutura, além dos projetos sociais, mas sem deixar de lado a sustentabilidade das contas públicas”, escreveu Pacheco.

Os detalhes da nova âncora fiscal ainda não são públicos, mas o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, disse ontem (20) que a regra levará em conta uma combinação de curva da dívida, superávit primário e controle de gastos.

5. Radar Corporativo

Depois do fechamento dos mercados, saem números trimestrais de JBS (JBSS3), Copel (CPLE6), Positivo Tecnologia (POSI3), Vibra Energia (VBBR3), entre outros.

Itaúsa (ITSA4)

A holding Itaúsa (ITSA4) apresentou lucro líquido recorrente de R$ 3,36 bilhões no quarto trimestre de 2022 (4T22), montante 18,7% inferior ao reportado no mesmo intervalo de 2021.

O lucro líquido totalizou R$ 3,324 bilhões no 4T22, uma redução de 19,3% em relação ao lucro apurado no mesmo período do ano anterior.

Em termos de rentabilidade, a empresa viu o retorno sobre patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) recorrente cair de 26% no 4T21 para 18,7% no 4T22, baixa de 7,3 pontos percentuais (p.p.).

Americanas (AMER3)

A Americanas informou no final da noite de ontem que seu Conselho de Administração aprovou os termos e condições do plano de recuperação judicial, bem como sua apresentação nos autos do processo de recuperação judicial do Grupo Americanas, em curso perante a 4ª Vara Empresarial da Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro. O  plano arquivado prevê um aumento de capital no valor de R$ 10 bilhões.

Unipar Carbocloro (UNIP6)

A Unipar Carbocloro (UNIP6) reportou lucro líquido de R$ 148,3 milhões no quarto trimestre de 2022 (4T22), montante 78,4% inferior ao reportado no mesmo intervalo de 2021.

O lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) totalizou R$ 287 milhões no 4T22, uma redução de 75,1% em relação ao 4T21.

(Com Estadão, Reuters e Agência Brasil)