Bolsas nos EUA caíram mais de 2% e Dow Jones tem a pior sessão do ano

Após a reeleição de Barack Obama para presidente, mercado agora espera alguma atitude em relação ao abismo fiscal que o país enfrenta

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – No dia em Barack Obama foi anunciado como presidente reeleito dos EUA, os principais índices norte-americanos fecharam o pregão com quedas de mais de 2%. O pessimismo do mercado se dá principalmente com a preocupação de como o país irá lidar, a partir de agora, com o abismo fiscal.

A agência de rating Fitch afirmou que Barack Obama precisa agir logo para evitar o abismo fiscal, já que uma demora no posicionamento em relação ao assunto poderia resultar em uma desaceleração do PIB (Produto Interno Bruto) do país ou que a economia norte-americana afunde para uma nova recessão. 

A preocupação dos investidores também crescem diante da possibilidade de um calote em alguns papéis do Tesouro dos EUA e da agência de classificação de risco Standard & Poor’s rebaixar a nota de crédito do país de AAA para AA+. A agência disse que o principal gatilho para a revisão foi a “divergência entre os partidos políticos quanto à política fiscal”. 

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O mercado se mostrou favorável à Mitt Romney, defendendo sua abordagem de manter os cortes de impostos, e fazer cortes de gastos. A Administração de Obama defende o aumento de impostos sobre os americanos mais ricos, e também o aumento dos ganhos de capital e dos impostos de dividendos. 

Em meio às discussões sobre o perigo do “fiscal cliff”, o índice Dow Jones, que mede o desempenho das 30 principais blue chips norte-americanas, encerrou o pregão em desvalorização de 2,36% atingindo 12.933 pontos, sua maior queda diária em 2012. O índice não ficava abaixo dos 13.000 pontos desde 2 de agosto.

Já o índice Nasdaq Composite, que concentra as ações de tecnologia, fechou em baixa de 2,22% a 2.945 pontos, enquanto o S&P 500, que engloba as 500 principais empresas dos EUA, apresentou queda de 1,98% chegando a 1.400 pontos, sendo que todos os setores do índice terminaram o dia no campo negativo, liderados por petrolíferas e bancos.

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Europa no radar
Outra preocupação dos investidores fica por conta da Europa. Nesta quarta, o presidente do BCE (Banco Central Europeu), Mario Draghi, afirmou que a zona do euro deve continuar com uma economia fraca e que a desaceleração pode ter chegado à Alemanha.

Ainda no front europeu, os membros do parlamento grego esperam votar um novo pacote de medidas de austeridade. Caso o projeto não passe, a Grécia não deverá receber o próximo auxílio fiscal de € 31,5 bilhões (US$ 40,2 bilhões) na segunda-feira.

Destaques corporativos
Entre os destaques corporativos, as ações do Bank of America Merrill Lynch caiu 7,15% e os papéis do JPMorgan recuaram 5,6% – maiores desvalorizações do Dow Jones. Já as ações da Apple cairam 3,83%, completando uma queda de mais de 20% desde sua máxima histórica em setembro.

Mesmo com os índices caindo, a Time Warner subiu 4,18% após apresentar um resultado trimestral melhor que as expectativas dos analistas.

Confira o fechamento dos principais índices acionários norte-americanos:

% Var Dia Pontos %Var 30D %Var Ano
 S&P 500 -2,37 1.395 -3,83 +11,33 
 Dow Jones -2,36 12.933 -4,47 +6,21 
 Nasdaq -2,48 2.937 -5,38 +13,05 

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.