Bolsas europeias e asiáticas caem com ressurgência mundial da Covid; futuros americanos sobem

Na segunda (22), a Organização Mundial de Saúde alertou que a maior parte das regiões do globo está passando pelo aumento de casos de Covid

Equipe InfoMoney

(Foto: Getty Images)

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As bolsas europeias recuam nesta quarta (24), com preocupações quanto à perspectiva de recuperação global. O índice Eurostoxx, que reúne ações de 600 empresas de todos os principais setores de 17 países europeus, cai 0,1%.

Na segunda (22), a Organização Mundial de Saúde alertou que a maior parte das regiões do globo está passando pelo aumento de casos de Covid, com a propagação de novas variantes altamente contagiosas.

Mundialmente, há aumento no número de novos casos há cinco semanas, sendo que na semana passada a alta mundial foi de 8%. Na Europa, a alta foi de 12%, e no sudeste da Ásia, de 49%.

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As bolsas europeias são impactadas pela ressurgência de infecções de Covid na Europa, que levou a França e a Alemanha a estenderem a validade de medidas de lockdown.

Nesta quarta, ações do setor de varejo lideraram as perdas, com recuo de 1,4%. O único setor que não apresentou quedas foi o de tecnologia, que ganhou 1,4%.

A tendência negativa na Europa segue o que ocorreu nas bolsas asiáticas, que fecharam em sua maioria em baixas, também com preocupações sobre a recuperação mundial da pandemia.

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Entre as maiores perdas estão as do índice Hang Seng, de Hong Kong, que recuou 2,03%. No Japão, o índice Nikkei 225 caiu 2,04%.

Listadas em Hong Kong, as ações do Shanghai Fosun Pharmaceutical Group em especial tiveram quedas de 4,83%, após Hong Kong e Macau suspenderem a vacinação com imunizantes fabricados pela alemã BioNTech, que desenvolveu seu produto, chamado de Cominarty, em parceria com a americana Pfizer.

A Fosun Pharma é a parceira regional de Pfizer e BioNTech para o desenvolvimento e distribuição da vacina na China. A queda no valor das ações veio após a empresa notificar sobre uma falha no empacotamento do lote 210102 da vacina, fabricado na Alemanha.

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As ações da gigante de tecnologia chinesa Tencent caíram 0,8% em Hong Kong, após um reportagem da agência internacional de notícias Reuters afirmar que um dos fundadores da empresa, Pony Ma, se reuniu com autoridades antitruste da China para discutir a compliance em seu grupo.

Na terça (23), o presidente do Fed Jerome Powell e a secretária do Tesouro Janet Yellen realizaram uma fala conjunta ao Comitê da Câmara dos Estados Unidos sobre Serviços Financeiros, no que foi a primeira aparição conjunta das autoridades.

A dupla reconheceu a alta valorização dos ativos nos mercados, mas afirmou não ter tanta preocupação com eventual instabilidade financeira.

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Yellen afirmou: “eu diria que, apesar de o valor dos ativos estar elevado em relação a métricas históricas, também há a crença de que, com as vacinações avançando em um ritmo rápido, a economia será capaz de voltar à rota (…) Eu acredito que um ambiente em que o valor dos ativos está alto, é importante que os reguladores se assegurem de que o setor financeiro está resiliente, e se certifiquem de que os mercados funcionam bem”.

Powell disse avaliar que a recuperação da economia “progrediu mais rapidamente do que o esperado, e parece estar se fortalecendo”.

Mas ações listadas nos Estados Unidos de setores geralmente associados à perspectiva de recuperação da economia tiveram perdas. Além das preocupações com a ressurgência mundial do coronavírus, os investidores também mostraram preocupação com eventual aumento de impostos no país.

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Yellen afirmou que, para a recuperação plena da economia dos Estados Unidos, o governo do presidente Joe Biden necessitará investir em infraestrutura e no combate a mudanças climáticas. “Precisaremos elevar receitas e, provavelmente, a administração Biden poderá propor alta de impostos, que poderá estar relacionada com a elevação de tributos de empresas para 28%”. Ela ainda apontou que  “o governo também poderá propor ações para evitar que empresas deixem de pagar impostos com operações no exterior.”

O índice Dow Jones perdeu mais de 300 pontos, com destaque para os papéis da fabricante de máquinas, motores e veículos pesados Caterpillar, que perderam 3,4%.

O índice S&P 500 recuou 0,76%, com fortes perdas de companhias aéreas e cruzeiros. O Nasdaq Composto perdeu 1,12%, com o recuo de papéis de Facebook, Apple e Tesla.

Influenciado pela perspectiva de recuperação da economia e de inflação, o rendimento de títulos do Tesouro americano com vencimento em dez anos caiu na terça a cerca de 1,62%.

Powell e Yellen devem voltar a falar à Câmara dos Estados Unidos nesta quarta, em que os principais índices futuros americanos operam em alta pela manhã.

Esta quarta marca o aniversário de um ano do ponto mais baixo dos mercados. Desde então, as ações se recuperaram fortemente. O índice S&P 500 ganhou cerca de 80% em relação a um ano atrás.

Veja o desempenho dos principais indicadores às 6h20 (horário de Brasília):
*S&P 500 Futuro (EUA), +0,34%
*Nasdaq Futuro (EUA), +0,98%
*Dow Jones Futuro (EUA), +0,2%
Europa
*Dax (Alemanha), -0,47%
*FTSE 100 (Reino Unido), -0,23%
*CAC 40 (França), -0,38%
*FTSE MIB (Itália), -0,14%
Ásia
*Nikkei (Japão), -2,04% (fechado)
*Hang Seng Index (Hong Kong), -2,03% (fechado)
*Kospi (Coreia do Sul), -0,28% (fechado)
*Shanghai SE (China), -1,3% (fechado)
Commodities e bitcoin
*Petróleo WTI, +2,08%, a US$ 58,96 o barril
*Petróleo Brent, +2,07%, a US$ 62,06 o barril
*Bitcoin, +4,54%, a US$ 56.680,95
Sobre o minério: **Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa de Dalian com alta de 2,78%, cotados a 1053 iuanes, equivalente hoje a US$ 161,5 (nas últimas 24 horas).
USD/CNY = 6,52

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