Bolsas da Europa fecham em queda, assimilando BoE e Fed; tombo do BNP pressiona Paris

As bolsas europeias fecharam em queda nesta quinta-feira, com os investidores assimilando as sinalizações de bancos centrais. No Reino Unido, o Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) manteve mais cedo as taxas de juros em uma decisão dividida, mas deixou de fazer referência a aperto adicional no futuro.O anúncio ocorre um dia após […]

Estadão Conteúdo

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As bolsas europeias fecharam em queda nesta quinta-feira, com os investidores assimilando as sinalizações de bancos centrais. No Reino Unido, o Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) manteve mais cedo as taxas de juros em uma decisão dividida, mas deixou de fazer referência a aperto adicional no futuro.

O anúncio ocorre um dia após o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, afirmar que um corte da taxa de juros nos EUA em março seria prematuro, o que derrubou os mercados acionários dos Estados Unidos na quarta-feira. Os bancos europeus ficaram no radar no dia, com resultados e medidas e um tombo do BNP Paribas, que viu seu lucro cair pela metade.

Em Londres, o FTSE fechou em queda de 0,11%, aos 7.622,16 pontos, em um recuo mais brando do que as demais bolsas regionais. O Banco da Inglaterra decidiu manter sua taxa básica de juros em 5,25%, como esperado. O placar foi dividido, com votos de dois dirigentes por elevação de juros em 25 pontos-base, uma terceira queria um corte da mesma magnitude, enquanto seis votaram pela manutenção. Na Suécia, o BC deixou a taxa de juros inalterada, ainda que tenha sinalizado a possibilidade de cortes no 1º semestre.

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Em Paris, o CAC-40 cedeu 0,89%, aos 7.588,75 pontos, pressionado pelo derretimento de 9,21% das ações do BNP Paribas. O banco francês reportou, nesta quinta-feira, lucro líquido de 1,07 bilhão de euros no quarto trimestre de 2023, metade do ganho de 2,14 bilhões de euros no mesmo período de 2022. O banco registrou 1 bilhão de euros em despesas negativas e custos mais altos de crédito, enquanto reduziu sua estimativa de lucro.

Em Frankfurt, o DAX recuou 0,26%, aos 16.859,04 pontos. As ações do Deutsche Bank subiram 4,94% após o banco anunciar que cortaria 3.500 postos de trabalho, recompraria ações e pagaria dividendos, no seu último discurso aos investidores de que a sua recuperação continua no caminho certo. O maior banco da Alemanha teve lucro líquido de 1,26 bilhão de euros no quarto trimestre de 2023, menor do que o ganho de 1,95 bilhão de euros apurado em igual período de 2022.

O ING cedeu 6,44% na Euronext. O banco holandês registrou lucro líquido de 1,56 bilhão de euros, de acordo com balanço divulgado nesta quinta-feira, acima do consenso de analistas, de 1,54 bilhão de euros.

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“Acreditamos que as receitas decepcionantes provavelmente receberão mais foco do que o resultado antes dos impostos hoje”, escrevem analistas do UBS em nota.

O ING disse que a receita de 2024 será mais fraca do que a de 2023 e abaixo das expectativas de consenso para o próximo ano, uma vez que espera que a receita líquida de juros seja menor.

As ações da Shell subiram 2,41% em Londres. A petrolífera divulgou que teve lucro ajustado de US$ 7,31 bilhões no quarto trimestre de 2023, maior do que o ganho de US$ 6,22 bilhões apurado no terceiro trimestre. O resultado superou de longe a projeção média de lucro de US$ 6,04 bilhões de uma pesquisa de analistas encomendada à Vara Research pela própria petrolífera anglo-holandesa.

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Nos demais mercados da região, o FTSE MIB, de Milão, cedeu 0,18%, aos 30.689,11 pontos. O Ibex-35, de Madri, caiu 0,63%, aos 10.014,00 pontos e o PSI-20, de Lisboa, recuou 0,59%, aos 6.285,35 pontos.