Bolsa tem baixa com fraqueza em NY e do petróleo, antes de Powell, apesar de alta do minério

No Brasil, os investidores avaliam a produção industrial menor em outubro (0,10%) em relação à mediana das previsões

Estadão Conteúdo

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O Ibovespa cai nessa primeira sessão de dezembro, após acumular ganhos de 12,54% em dezembro. O recuo desta sexta-feira, 1º de dezembro, reflete a desvalorização das bolsas de Nova York, onde também fecharam o mês passado com ganhos robustos.

“O cenário global vem de uma alta expressiva das bolsas em novembro, assim como o Índice Bovespa. É natural que tenha alguma correção. Isso não significa que perdeu a tendência de alta. Hoje vemos a curva de juros abrindo marginalmente, o que é negativo para o mercado de equity”, avalia Lucca Ramos, sócio da One Investimentos.

Além disso, pesa no principal indicador da B3 a queda do petróleo no exterior, com declínio das ações da Petrobras (PETR4), após ainda assembleia extraordinária de acionistas da empresa realizada ontem.

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Na ocasião, foi aprovada mudança no estatuto da estatal que, na prática, reduz barreiras a indicações políticas para cargos de alto escalão na empresa.

“O mercado interno acompanha o exterior. Hoje tem discursos do presidente do Fed. Se Jerome Powell não disser nenhuma novidade, a tendência é que o Ibovespa fique de lado, se ajuste um pouco”, estima Luiz Roberto Monteiro, operador da mesa institucional da Renascença.

O mercado local, reforça Monteiro, está muito na dependência de indicadores e das declarações do Fed, dadas as dúvidas em relação a quando o banco central americano poderá começar a cortar os juros.

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“Dias de discursos do Powell sempre geram apreensão, principalmente após algumas falas de diretores do banco central americano mais suaves”, completa Ramos, sócio da One Investimentos, ao referir-se a sinais recentes de antecipação do ciclo de queda dos juros dos EUA.

Além do recuo do Ibovespa e da alta dos juros futuros, o dólar à vista sobe para a faixa dos R$ 4,9349. “Isso chama a atenção, pois o real está na ponta contrária de seus pares. Não sei se tem um pouco de ruído em relação a debates que voltaram sobre acelerar o ritmo de corte da Selic, embora não acredite que isso vá acontecer, ou é preocupação com o fiscal, cujo tema segue em aberto e o ano está terminando”, observa Silvio Campos Neto, sócio da Tendências Consultoria.

Na China, o minério de ferro fechou com alta de 1,99% em Dalian, após o PMI industrial chinês mostrar expansão. Já o petróleo tem viés de baixa.

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No Brasil, os investidores avaliam a produção industrial menor em outubro (0,10%) em relação à mediana das previsões, de alta de 0,40%, bem como esperam falas de diretores do Banco Central (BC), inclusive do presidente Roberto Campos Neto.

Ao mesmo tempo o mercado analisa o tema dos precatórios. O governo já está de prontidão para editar uma medida provisória liberando R$ 95 bilhões para quitar imediatamente os precatórios represados pela chamada “PEC do Calote”. Enquanto isso, os juros futuros têm viés de alta e o dólar cai (-0,14%), a R$ 4,9094.

Às 11h36, o Ibovespa caía 0,42%, aos 126.800,98 pontos, após recuar 0,53%, na mínima aos 126.655,67 pontos, ante alta de 0,14%, na máxima aos 127.503,72 pontos.

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Destaque ao recuo das ações da Petrobras PN (-0,61%) e ON (-0,53%), mas têm altas acumuladas no ano de 85,61% e 66,52%, respectivamente, e de alguns grandes bancos. Itaú Unibanco PN, por exemplo, perdia 1,05%, mas tem alta de 29% em 2023.