Bolsa fecha em alta de mais de 1% puxada por Petrobras e bancos; dólar tem queda

SÃO PAULO – O Ibovespa fechou em alta puxado por bancos e Petrobras nesta quarta-feira (27). O índice subiu 1,13%, a 54.236 pontos, depois de cair cinco vezes em sete pregões. O dólar virou para queda perto do fim do pregão, acompanhando o bom humor no exterior, com as bolsas subindo depois de um dia de “sell-off” ontem. A divisa norte-americana fechou em baixa de 0,15%, a R$ 3,1440 na compra e a R$ 3,1452 na venda. 

Os bancos acabaram sendo responsáveis por grande parte do movimento positivo neste fim de tarde. O Banco Central divulgou dados de crédito referentes ao mês de abril que mostraram elevação da inadimplência, mas também melhora aumento no spread. Isso se juntou ao movimento de correção depois da forte queda após a elevação da CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido).

“Os dados de crédito dos bancos foram muito bons em função do aumento do spread”, disse o analista-chefe da Guide Investimentos, Luis Gustavo Pereira. Para ele, os grandes responsáveis pela alta de hoje são o setor financeiro e a Petrobras. Tinham alta Bradesco (BBDC3, R$ 27,41, +1,97%; BBDC4, R$ 29,17, +2,71%), Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 35,62, +2,03%) e Banco do Brasil (BBAS3, R$ 23,94, +1,66%).

No cenário político, o Senado aprovou ontem por 39 votos a 32 a Medida Provisória 665, que trata da mudança nos critérios para a obtenção do seguro-desemprego, abono salarial e seguro-defeso. A polêmica medida perderia validade em cinco dias. Todos os destaques apresentados ao texto foram rejeitados, impedindo que ele voltasse para a Câmara dos Deputados.

Ações em destaque
A Petrobras (PETR3, R$ 13,52, +1,20%; PETR4, R$ 12,55, +1,29%) questionou a Ecopetrol se tem interesse em comprar ativos que fazem parte de seu plano de desinvestimento, disse o presidente da Ecopetrol, Juan Carlos Echeverry, a parlamentares em Bogotá. A Ecopetrol poderá analisar a possibilidades para exploração que poderão se abrir no México e no Brasil.

Enquanto isso, investigações internas da estatal sobre as obras das refinarias de Abreu e Lima (Rnest) e Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) listam uma série de descumprimentos da legislação e de normas corporativas nos processos de contratação de fornecedores pela companhia, que de alguma forma permitiram ou facilitaram o direcionamento de contratos e a formação do cartel.

As ações da Vale (VALE3, R$ 20,95, +0,77%; VALE5, R$ 17,58, +0,74%) subiram hoje, depois de figurar entre as maiores quedas por parte do pregão. O minério de ferro spot subiu 0,51%, a US$ 63,10 a tonelada no porto de Qingdao hoje. 

Mineradoras de Brasil e Austrália não devem criar um cartel e concordar em reduzir a produção para levantar os preços, com a expectativa de que o enfraquecimento da demanda intensifique a competição, disse o Goldman Sachs.As principais mineradoras do mundo – Vale e as australianas Rio Tinto e BHP Billiton – subiram a produção mes mo com o enfraquecimento da demanda em consumidores-chave como a China, o que fez os preços caírem, deixando produtores menores em dificuldades.

As ações da Eletrobras (ELET3, R$ 6,97, +4,81%; ELET6, R$ 10,00, +6,27%) figuraram como as maiores altas do Ibovespa hoje após a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) aplicar multa na União de R$ 500 mil por considerar que ela não poderia ter votado na AGE (Assembleia Geral Extraordinária) da elétrica que aprovou a renovação de concessões propostas pela Medida Provisória 579 em 2013, que reduzia o valor das tarifas de energia no País. A renovação antecipada de concessões previa redução de receita às geradoras. O governo federal, que controla a Eletrobras, votou pela renovação de contratos feitos com as controladas Furnas, Chesf, Eletronorte e Eletrosul. 

As maiores altas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, foram:

As maiores baixas, dentre os papéis que compõem o Índice Bovespa, foram:

As ações mais negociadas, dentre as que compõem o índice Bovespa, foram:

^* – Lote de mil ações
¹ – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão) 

Bolsas internacionais
Lá fora, as bolsas internacionais sobem forte, recuperando-se de uma terça-feira de “sell-off” motivado por indicação de aumento dos juros ainda este ano pelo Federal Reserve. 

O principal índice acionário europeu recuperou-se nesta quarta-feira após atingir na véspera a mínima em uma semana, sustentado pela perspectiva de um acordo entre a Grécia e seus credores. O índice FTSEurofirst 300 subiu 1,27%, a 1.622 pontos, acelerando os ganhos diante de notícias sobre um acordo entre equipes da Grécia e de seus credores, disseram operadores.

Mas o vice-presidente da Comissão Europeia, Valdis Dombrovskis, afirmou que a Grécia e seus credores internacionais ainda não chegaram ao ponto de formularem a versão preliminar de um acordo. “Isso claramente mostra que os mercados têm uma reação em todas as ocasiões já que gostariam de ver um acordo, uma continuação da zona do euro como um todo”, disse o analista do IG Chris Beauchamp.

“Mas não se deveria acreditar em nada até que o acordo esteja oficialmente sobre a mesa e a tinta esteja seca. Até que se chegue a esse ponto, tudo está no ar”. O principal índice acionário grego fechou em alta de 3,6%.

O mercado também foi sustentado por uma pesquisa mostrando que a confiança entre os consumidores alemães melhorou para junho, diante da crescente disposição para realizar compras.

(Com Reuters)