“Bolsa do Brasil é uma boa alternativa de investimento”, avisa economista

Depois de anos de performance sofrida, bolsa brasileira pode voltar a subir, destaca André Perfeito, da Gradual Investimentos

Felipe Moreno

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SÃO PAULO – A bolsa brasileira é uma boa alternativa de investimentos, salienta André Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos. Depois de alguns anos de sofrimento – andando de lado -, a expectativa é que as ações listadas na BM&FBovespa voltem a ter um excepcional período.

“A bolsa brasileira deve subir amparada na queda da taxa básica de juros, mas não só por isso”,  avalia o economista. Depois de alguns anos performando pior do que as principais bolsas mundiais e emergentes, Perfeito acredita que os papéis nas bolsas estão baratos e poderão ter uma recuperação interessante nos próximos anos – amparados no crescimento da economia nacional.

Mesmo com um cenário desafiador, que já fez Perfeito a cortar a sua expectativa para o PIB (Produto Interno Bruto) para o ano que vem, esse desconto parece desconsiderar a recuperação que a economia global pode passar nos próximos anos – já que desde 2008 o cenário permanece obscuro nos EUA e Europa. Mas cuidado com dois fatores que podem atrapalhar os seus investimentos: a forte exposição do Ibovespa ao cenário externo e a grande liquidez da bolsa – que acaba sendo uma faca de dois gumes. 

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Ibovespa não reflete a economia brasileira
Olhar para o Ibovespa não permite entender as mudanças da economia brasileira, e procurar investimentos lastreados no índice pode não ser o ideal para o momento. Das 400 empresas listadas na BM&FBovespa, somente 63 estão no índice. “O problema é que somos muito expostos às commodities”, avalia Perfeito.

As três empresas mais representativas do índice, Vale (VALE3; VALE5), Petrobras (PETR3; PETR4) e OGX Petróleo (OGXP3) são produtoras de materiais básicos – e o preço deles geralmente são formados lá fora e refletem os fundamentos da economia global, não da nacional. “Assim, o Ibovespa não representa com precisão as qualidades da economia brasileira, e sofremos por conta da piora internacional”, afirma. 

Um exemplo contrário é o setor de educação, um dos grandes destaques de ganhos de 2012, com altas que superaram 100%. Nenhuma das quatro empresas do setor listadas na bolsa estão no índice. Consequentemente, esses ganhos extraordinários não foram computados pelos investidores que olham apenas para as empresas do índice.

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Liquidez também atrapalha
Já a liquidez da bolsa – uma das que mais gira dinheiro no mundo – pode ter sido causa da performance ruim e pesar na bolsa nos próximos anos, caso eles sejam turbulentos lá no exterior, acredita Perfeito. “A bolsa brasileira tem uma liquidez bastante alta, e isso permite os estrangeiros realizarem uma retirada muito rápida”, destaca. 

Para ele, isso pode ser prejudicial conforme investidores institucionais estrangeiros, bastante significativos para a bolsa brasileira, precisem se desfazer de ativos por aqui para cobrir eventuais prejuízos no exterior. “A bolsa acaba tendo uma porta de saída muito fácil e isso não acontece na bolsa do México, por exemplo”, finaliza o economista.