Bolsa despenca e dólar sobe 6%: os 7 eventos que explicam o 2º pior mês de 2015

Do "espirro" de Levy à tributação de bancos, entenda o que levou o mercado a fugir do Brasil em maio

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – Depois de um rali em abril, a Bolsa devolveu quase todos os ganhos em um mês que também foi marcado por uma forte depreciação do câmbio. Ou seja, foi o mês em que os pessimistas ganharam dinheiro no mercado. Com a “gripe” do ministro Joaquim Levy levando a um temor de sua saída e a probabilidade de aumento dos juros nos Estados Unidos cada vez mais próxima, entenda por que a o Ibovespa caiu 6,17%, a 52.760 pontos e o dólar subiu 5,78% em maio. 

1. O “espirro”
Joaquim Levy tem sido a âncora de expectativas positivas dos investidores no Brasil. Trabalhando como mentor da política econômica do governo e articulador político nas horas vagas, o ministro queria um corte de gastos entre R$ 70 bilhões e R$ 80 bilhões no Orçamento em 2015. O Planalto entregou um plano para contingenciar R$ 69,9 bilhões e quem estava no anúncio foi Nelson Barbosa, ministro do Planejamento. O que pareceria inocente em outras circunstâncias levou a uma especulação de que Levy estaria descontente e poderia sair do Ministério da Fazenda. Mas o Ibovespa voltou a subir, depois que o ministro se explicou: afinal, tudo não passou de uma gripe. 

2. Rali do minério
Os estoques do minério de ferro na China subiram e as cotações da commodity spot no porto de Qingdao subiram 11% em maio. Os maiores produtores de minério de ferro do mundo como o Grupo Rio Tinto, BHP Billiton e a Vale (VALE3; VALE5) aumentaram suprimentos da Austrália e do Brasil este ano para reduzir os custos por tonelada e estimular as vendas, forçando rivais menos eficientes a perder escala. As reduções da produção interna da China, que tende a ser de qualidade inferior, estão impulsionando a demanda por minério transportado por via marítima, de acordo com o que a Australia & New Zealand Banking Group disse em nota na quinta-feira.

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3. CSLL
Os bancos eram os queridinhos das carteiras recomendadas, mas o ajuste fiscal também chegou a eles. O governo aumentou o alíquota da CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) de 15% para 20% para o setor financeiro. Como consequência, os principais bancos brasileiros caíram forte neste mês. 

4. Votações atribuladas
Em meio a protestos e com o Congresso sempre tentando medir forças com o Executivo, três Medidas Provisórias relacionadas ao ajuste fiscal foram aprovadas. A MP 665, que trata da mudança nos critérios para a obtenção do seguro-desemprego, a MP 664, que trata de outros benefícios trabalhistas e a MP 668, que aumenta a tributação de produtos importados, passaram na Câmara dos Deputados e no Senado. A baixa para os planos do governo, no entanto, ficaram com a aprovação na Câmara do fim da reeleição e nas duas casas, das mudanças no Fator Previdenciário. 

5. O fim dos Juros sobre Capital Próprio 
Segundo a coluna de Sonia Racy, no Estado de S. Paulo, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, estaria considerando colocar um fim nos juros sobre capital próprio (JCP), incentivo fiscal criado em 1995 com a finalidade de impulsionar o mercado de ações. Isso preocupou muita gente, porque teria um forte impacto para as empresas que distribuem esta modalidade de provento, que reduz a base tributária da companhia. 

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6. MSCI
O índice Morgan Stanley Capital International, realizou seu rebalanceamento semianual nesta sexta-feira (29). A nova carteira do MSCI Brazil, já antecipada na metade de maio, excluiu as ações da Bradespar PN (BRAP4), Eletrobras ON (ELET3) e Gerdau Metalúrgica PN (GOAU4), esta última caindo 22% desde o anúncio da saída do MSCI. A expectativa do Credit Suisse é que a Bovespa registre um saída de US$ 200 milhões com o rebalanceamento do MSCI, devendo trazer diminuição de peso para o Brasil. Já entre as ações que tiveram suas participações elevadas, os destaques ficaram com Klabin (KLBN11), Pão de Açúcar (PCAR4) e Cetip (CTIP3). Assim como Suzano (SUZB5) e Oi (OIBR4), que foram os papéis com o melhor desempenho mensal do Ibovespa.