Bolsa brasileira sobe após IPCA-15 menor e dados de inflação dos EUA, mirando 1ª alta semanal do ano

Nos EUA, os índices futuros de ações caem após alguns balanços decepcionantes e ainda depois do PCE

Estadão Conteúdo

(Shutterstock)

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O Ibovespa abriu perto da estabilidade nesta sexta-feira, 26, na faixa dos 128 mil pontos, e tenta subir, apesar do viés negativo dos índices futuros de ações em Nova York. Os investidores avaliam os dados de inflação do Brasil e dos Estados Unidos, divulgados nesta manhã.

Nos EUA, os índices futuros de ações caem após alguns balanços decepcionantes e ainda depois do PCE, o indicador de preços preferido do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos). Ao mesmo tempo, o petróleo cai após alta recente, assim como o minério de ferro fechou em queda de 0,10% em Dalian, na China.

De todo modo, o Índice Bovespa caminha para fechar a primeira semana de 2024 em alta. Às 11h16, subia 0,41% no período, com queda de 4,49% no mês – a pior desde 2026 (-6,79%) e com uma retirada de recursos estrangeiros já em R$ 5,600 bilhões.

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Se os últimos dados dos EUA tivessem sustentado expectativas de redução dos juros já em março, o Ibovespa estaria com bom desempenho, por isso, o comportamento dependerá dos próximos indicadores, segundo Max Bohm, estrategista de ações da Nomos. “Caso o payroll de fevereiro mostre geração de empregos acima do esperado, descarta a possibilidade de queda em março e a precificação de corte começa a ir mais para maio ou segundo semestre. Acredito que será no segundo semestre. Março está descartado”, afirma.

De fato, as apostas no mercado seguiu apontando para início da queda dos juros dos EUA em maio após a divulgação do PCE hoje.

O índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) dos Estados Unidos avançou 0,2% em dezembro na comparação com novembro, ficando em linha com o esperado. O núcleo do PCE, que exclui itens voláteis como alimentos e energia, também avançou 0,2% em dezembro ante o mês anterior, em linha com o previsto. Já o núcleo subiu 2,9% na leitura anual, levemente abaixo do esperado pelos economistas, que previam alta de 3,0%.

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“O Núcleo do PCE leitura anual subiu um pouco menos, mas isso não muda a expectativa para o Fed, e não tinha razão para mudar mesmo. O mercado segue apostando em começo da queda em maio. A atividade indica um pouso suave, a inflação desacelera, mas ainda serviços puxam bastante”, diz a economista-chefe da B.Side Investimentos, Helena Veronese.

No Brasil, a inflação também é destaque. Mais cedo, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) fechou janeiro em 0,33% ante 0,40% em dezembro. O dado ficou abaixo do piso das estimativas. Com isso, os juros futuros caem, mas sem forças para animar determinas ações na B3, principalmente do segmento de consumo.

O resultado, segundo o estrategista-chefe do Grupo Laatus, Jefferson Laatus, não altera a expectativa de recuo da Selic de 0,50 ponto porcentual em três reuniões do Copom em 2024 Para a semana que vem, é dada como certa uma queda de 11,75% para 11,25% pelo mercado.

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“Não há grandes novidades em termos de efeito no Copom da semana que vem. Já está bem decidido que será uma queda de 0,50 ponto porcentual. Terá muito mais influência do exterior do que desse IPCA-15”, avalia de Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos.

Conforme Laatus, o dado não deve mudar a dinâmica dos mercados, ainda mais em dia de divulgação do PCE. “No geral, o exterior está mais calmo hoje. Se olharmos, a queda das commodities – petróleo e minério – ocorre após altas. Então, é um ajuste, e a as bolsas europeias estão no positivo. Claro, o IPCA-15 mais baixo vem apenas somar a isto tudo”, diz Laatus.

Às 11h24, o Ibovespa subia 0,24%, na máxima aos 128.481,05 pontos, ante mínima aos 127.868,80 pontos, quando cedeu 0,23%.