BofA indica compra de ADRs da Petrobras, recuperação da Totvs só começando: as recomendações que agitam o mercado

Confira as recomendações que estão movimentando o pregão

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Esta quarta-feira (3) contou com diversas recomendações que movimentam o noticiário corporativo. Entre os destaques, o Bank of America Merrill Lynch retomou a cobertura para os papéis da Petrobras, a Gol foi elevada pelo Goldman Sachs, a Movida teve a cobertura iniciada pelo Itaú BBA com recomendação de compra, entre outros destaques. Confira as recomendações que estão movimentando o pregão:

Petrobras (PETR3;PETR4)

O Bank of America Merrill Lynch retomou a cobertura dos ADRs da Petrobras com recomendação de compra e preço-alvo de US$ 21. De acordo com o analista Frank McGann, a Petrobras deve se beneficiar de forte crescimento, sólida geração de caixa e melhoria contínua de sua posição financeira, uma vez que a estatal se concentra em reduzir sua dívida. 

“Pela primeira vez em 6-7 anos, os níveis de endividamento da empresa agora são sustentáveis e a empresa pode desenvolver sua estratégia sem o ônus de uma pesada carga de endividamento”, destacou McGann.

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“O foco da administração no realinhamento do portfólio, de projetos de menor retorno para projetos de maior retorno, tem potencial de aumentar o crescimento a longo prazo”, afirmou. Embora os preços do petróleo e a potencial interferência política sejam riscos, o BofA vê espaço para valorização sólida do papel. O valuation ainda deve permitir apreciação sólida das ações nos próximos 12 meses.

Gol (GOLL4)

A ação da Gol teve a recomendação elevada de neutra para compra pelo Goldman Sachs, sendo apontada também como o nome preferido do banco para exposição à reduzida concorrência no mercado brasileiro. O preço-alvo foi elevado para R$ 43,20, o que configura um potencial de 33% frente o fechamento da véspera. 

De acordo com a equipe de análise, a Gol supera a Azul, classificada como neutra, e Latam, rebaixada a venda por Goldman Sachs. A Gol se beneficia da recuperação judicial da Avianca Brasil, dada a alta sobreposição de rotas, e já que obtém quase 100% de sua receita no mercado brasileiro, afirmam os analistas.

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Já a Latam Airlines oferece o menor potencial de alta entre as cinco companhias aéreas que o Goldman cobre na região. A forte concorrência de aéreas de baixo custo e tendências fracas de receita devem neutralizar benefícios de um ambiente competitivo mais saudável no Brasil. 

Movida (MOVI3)

O Itaú BBA, em relatório chamado “não olhe no espelho retrovisor”, iniciou a cobertura para as ações da Movida com recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado) e preço-alvo de R$ 18 por ação para o final de 2019, o que configura um potencial de valorização de 23% em relação ao fechamento de terça-feira. 

De acordo com a analista Renata Faber, a empresa focou no rápido crescimento até 2018, e em melhorar as margens naquele ano, e agora chegou o momento da Movida fortalecer seu balanço e melhorar sua operação de seminovos. “A necessidade de uma reviravolta pode conter o crescimento da Movida em relação aos pares no curto prazo, mas isso não muda o fato de que o segmento de aluguel de carros no Brasil continuará se consolidando e que a Movida será um dos três principais players – e em muito melhor forma do que antes”, destaca o relatório.

A analista espera também que o ROE (Retorno sobre o Patrimônio Líquido) aumente de 9,6% em 2018 para 13,1% em 2020, enquanto que o ROIC (Retorno sobre o capital investido) passe de 10,3% em 2018 para 11,9% em 2020.

RD (RADL3)

A RD teve a recomendação elevada pelo Brasil Plural de equalweight (exposição em linha com a média) para overweight (exposição acima da média), com o preço-alvo sendo elevado para R$ 100 para 2020 (o que configura um potencial de valorização de 31%) baseado na sólida execução da companhia em controlar margens e as receitas potenciais que devem vir de seu agressivo – mas correto – processo de expansão nas regiões Norte e Nordeste. 

A equipe de análise destaca que, após a mudança de paradigma no segmento de farmácias, com os genéricos consistentemente ganhando relevância nas vendas das maiores varejistas ao mesmo tempo em que os descontos aumentaram, levando a uma deterioração das margens por conta da guerra de preços, a RD aparece como “uma verdadeira sobrevivente” entre as maiores cadeias farmacêuticas brasileiras. Em um cenário bastante desafiador e com os concorrentes sofrendo com a falta de lucratividade, os analistas veem uma boa capacidade de gerar valor em meio à expansão (vale ressaltar que recentemente a companhia adquiriu a Onofre) e também por conta de seu posicionamento no mercado. Porém, os investidores devem seguir de olho nas criações de associações de farmácias regionais, que geram maior poder de negociação com fornecedores e podem prolongar a guerra de preços entre as redes maiores e menores. 

Suzano (SUZB3) e Klabin (KLBN11)

O Bradesco BBI apontou em relatório que ainda não é hora de comprar as ações da Suzano, mesmo após a forte queda dos papéis, de 35% desde 9 de maio. Primeiro, os fundamentos do mercado de celulose muito desafiadores com a demanda moderada em regiões-chave, alta dos estoques nos portos na China e na Europa. Além disso, a alavancagem da Suzano deve subir nos próximos trimestres assumindo a celulose de fibra curta a US$ 500 a tonelada na China até o final de 2019 e US$ 550 a tonelada em 2020. Além disso, o valuation, apesar da forte queda, aparece como pouco atrativo.

Os analistas possuem recomendação neutra para as ações da Suzano, com um preço-alvo de R$ 39 por ação. A Klabin é a preferida do setor entre os nomes brasileiros, com recomendação equivalente à compra e preço-alvo de R$ 22. 

Totvs (TOTS3)

As ações da Totvs tiveram duas recomendações positivas do Bradesco BBI e do Morgan Stanley para as ações, com preços-alvos respectivos de R$ 54 e R$ 55 por papel.  

Segundo o Bradesco BBI, a companhia está caminhando para gerar crescimento recorrente de dois dígitos em receita, o que impulsionará a sua alavancagem operacional, levando a uma expansão da margem Ebitda (Ebitda/receita líquida) mais rápida do que o esperado, para 19% em 2019 e 21% em 2020. Os analistas reiteraram a Totvs como a top pick do setor de tecnologia.

Já segundo o Morgan Stanley, a Totvs oferece crescimento estrutural e conta com um beta maior a uma eventual retomada macro. A tendência positiva das ações pode continuar, aponta o Morgan Stanley, que espera que a taxa de crescimento anual composta da receita aumente de 2% em 2016-19 para alta de 17% em 2019-22. “A recuperação está apenas começando”. O Morgan Stanley espera uma aceleração em fusões e aquisições nos próximos 3 anos, após o recente aumento de capital.

Transmissão Paulista (TRPL4)

A elétrica Cteep teve sua recomendação rebaixada a “underweight” pelo JPMorgan, com preço-alvo de R$ 22,50, representando uma redução de 7,8% em relação ao último fechamento.

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(Com Bloomberg)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.