Bob Doll: bolsas subirão mais em 2012, mas ritmo será menor que no 1º trimestre

Para gestor, melhora da economia dos EUA e atuação dos bancos centrais trouxe melhora, mas ainda há fatores de risco

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O bom desempenho da economia norte-americana contribuiu de forma decisiva para a recuperação do mercado de ações na última semana, levando as bolsas, tanto do mercado internacional quanto do Brasil, a atingirem um dos melhores primeiros trimestres da história. É o que afirma Bob Doll, estrategista-chefe da Black Rock, que vê a melhora do apetite ao risco como um fator positivo para os investidores.

Para o gestor da Black Rock, com a forte alta nas últimas semanas, o mercado deve sofrer um movimento de correção. Doll reforça que é preciso maiores evidências de que a melhora da economia levará a uma continuidade dos ganhos. “Nós continuamos acreditando que as ações ainda não atingiram seu patamar máximo em 2012. Entretanto, alertamos que os ganhos devem acontecer em um ritmo menor do que o ocorrido no primeiro trimestre”, afirma Doll. 

Além dos dados positivos nos EUA e da menor aversão ao risco, a atuação dos bancos centrais em todo mundo – incluindo o Federal Reserve – também gerou alívio ao mercado, através de políticas monetárias acomodatícias, segundo o gestor. Entretanto, de acordo com Doll, o aumento do preço dos combustíveis e as políticas da Zona do Euro são ainda possíveis impulsionadores de um cenário mais negativo.

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Risco político nos EUA
Apesar desses fatores poderem gerar um período negativo para a economia mundial, a situação macroeconômica e as políticas monetárias devem manter os riscos dos ativos em patamares aceitáveis. Nos EUA, o mercado de trabalho deve continuar a crescer e, nesse contexto de uma economia mais aquecida, a possibilidade de uma nova rodada de flexibilização monetária é menor, avalia o gestor.

Segundo Doll, apesar da melhora, os EUA ainda têm questões econômicas importantes a serem resolvidas em 2012. Entretanto, avalia, está ficando cada vez mais clara a postergação desses problemas para depois do mês de novembro, quando serão realizadas as eleições presidenciais. Esse fator poderia constituir um problema para a perspectiva do país, afirma o gestor. 


Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.