Boa Safra: Itaú BBA admite “falha” em 2023 e eleva recomendação para compra; SOJA3 salta

"Após um excelente desempenho da ação em 2023, ainda vemos um potencial de aumento de 20%", destacam os analistas do banco

Equipe InfoMoney

Fábrica de sementes da Boa Safra (foto: Divulgação)
Fábrica de sementes da Boa Safra (foto: Divulgação)

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As ações da Boa Safra Sementes (SOJA3) registraram uma sessão de alta, com ganhos de 5,72% (R$ 15,90) na sessão desta quarta-feira após o Itaú BBA elevar a recomendação para as ações de neutra para compra, com preço-alvo de R$ 18 ao fim de 2024 (de R$ 17 anteriormente).

Os analistas do banco conversaram com Marino Colpo, CEO da Boa Safra Sementes, que compartilhou sua visão estratégica sobre a empresa para os próximos anos.

O plano contempla quatro avenidas principais de crescimento, ressalta o BBA: aumentar a participação das sementes tratadas industrialmente (TSI) nas vendas; aumentar a participação de sementes de outras culturas além da soja, incluindo milho e forrageiras; crescimento orgânico do volume, atingindo uma capacidade nominal de 360 mil big bags até 2027 (um big bag equivale a cerca de uma tonelada de sementes de soja); e expansão inorgânica do volume através de fusões e aquisições de pequeno e médio porte, como as recentes compras da Bestway e DaSoja.

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O BBA assume que a porcentagem do TSI atingirá 60% até 2027, conforme expectativas da própria companhia. “Isto é particularmente importante para a receita da empresa, já que uma ‘semente básica’ pode ser vendida por R$ 4.500/tonelada, enquanto uma semente tratada industrialmente pode ser vendida por até R$ 15.000 por saca, dependendo do tipo de tratamento que a semente passa, se ele inclui produtos biológicos ou não, entre outros”, afirma a casa.

O TSI também é importante para a rentabilidade da companhia, uma vez que o tratamento pode adicionar até 15 pontos porcentuais (pp) de margem líquida. Além disso, quanto mais sementes tratadas a Boa Safra vende, mais importantes se tornam seus centros de distribuição.

“Após um excelente desempenho da ação em 2023, ainda vemos um potencial de aumento de 20%. A Boa Safra foi uma de nossas maiores falhas no ano passado, pois mantivemos nossa recomendação neutra ao longo do ano, enquanto as ações subiram 56%, superando o Ibovespa em 33%. É verdade que no início de 2024 o papel vem tendo um desempenho fraco, com queda de 5% contra retração de 2% do Ibovespa. No entanto, avaliamos que a dinâmica positiva dos lucros será um catalisador importante no curto prazo”, aponta a equipe de análise.

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O BBA também vê interesse dos investidores na tese aumentando uma vez que, enquanto outros fabricantes de insumos agrícolas têm apresentado resultados inferiores em relação ao ano anterior, a Boa Safra tem conseguido crescer em patamares impressionantes, demonstrando a resiliência do seu modelo de negócio.

Para o 4º trimestre, o banco espera uma receita líquida de R$ 753 milhões, aumento de 9% em um ano, o que está de acordo com a carteira de pedidos da empresa de R$ 506 milhões nos últimos nove meses de 2023 (versus R$ 464 milhões no terceiro trimestre de 2022, que se transformaram em R$ 690 milhões em receita no quarto trimestre de 2022).

Além disso, estima rentabilidade operacional (margem Ebitda) de 14% para o trimestre, queda de 0,91 ponto percentual (pp), principalmente relacionada a maiores despesas com vendas. Ao todo, para 2023, espera R$ 219 milhões de lucro líquido. Olhando para 2024, estima agora um resultado operacional (Ebitda) 33% superior versus 2023, após estimativa de aumento de 7 pp na participação do TSI.

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